MotoGP, Testes Misano: Japoneses com muito trabalho pela frente

Por a 13 Setembro 2023 12:08

Se o teste de MotoGP em Misano deixou Marc Márquez desanimado com os progressos feitos na sua moto, do ponto de vista desportivo tudo seguiu igual, com Luca Marini e a Ducati a dominarem os tempos. Yamaha e Honda perderam-se entre mil testes, sem resultados aparentemente visíveis.

É tão complexo construir uma moto do zero quanto não cair nos vícios que a anterior poderia ter. Para surpresa de poucos, a Honda RC213V 2024 não convenceu Marc Márquez nem Joan Mir. Os problemas são os mesmos, mensagem endossada por Joan Mir. Sem o motor 2024, ainda há uma parte da equação a ser resolvida. É claro que as expectativas não são boas…

A desilusão de Márquez

Algo que só alimenta as dúvidas de Márquez, quando parecia que tinha a certeza de continuar na Honda: “Tenho decisões muito claras. Num teste, um piloto sempre espera muito  e espera sempre dar um passo à frente em termos de tempos de volta. Noutras ocasiões as sensações não são as melhores, porque a moto é diferente, mas os momentos chegam e depois habituamo-nos à moto. Desta vez a moto parece diferente, mas os tempos por volta são semelhantes.” Disse o piloto de Cervera, acrescentando:  “O estilo de pilotagem desta moto é bem diferente, mas no final os problemas são os mesmos. Se esta é a base, se esta é a moto, então estamos longe . Temos que trabalhar e mudar muitas coisas”, sublinhou Márquez que estabeleceu o melhor tempo com a moto de 2023.

Trabalho intenso na Yamaha

Embora a Honda não tenha trazido uma moto revolucionária para o teste de Misano, nem o motor 2024, na Yamaha eles viram ‘pequenas coisas’. A marca de diapasão vem testando a aerodinâmica de seu protótipo 2024. Fabio Quartararo avaliou uma nova versão da carenagem durante a tarde. Além disso, entende-se que a Yamaha trouxe o motor do próximo ano para Misano. E não é uma questão trivial, por tudo que está por trás dela.

Afinal, o motor da Yamaha para 2024 é o primeiro motor da marca sob o mandato técnico de Luca Marmorini , ex-engenheiro da Ferrari na Fórmula 1. Além disso, a Yamaha também testou um novo chassis e a aerodinâmica acima mencionada, pelo que o trabalho em Misano foi muito intenso. Isso não significa que tudo funcione, mas pelo menos na Yamaha houve uma série de intenções que na Honda ainda não foram totalmente vislumbradas . Fabio Quartararo foi sexto e Franco Morbidelli oitavo, embora os tempos, como já dissemos anteriormente, não sejam representativos. Mesmo assim, as sensações parecem ser um pouco melhores que na Honda. No final é uma das poucas coisas que vimos foram rostos na box da Yamaha um pouco menos graves do que na Honda.

“Tivemos menos um dia para testar aqui em comparação com o ano passado, por isso tivemos um programa cheio”, disse Maio Meregalli, team manager da Monster Energy Yamaha. “Experimentámos novos itens, o mais importantes foi avaliar o primeiro protótipo do motor de 2024 e um pacote aerodinâmico. Claro que as esperanças dos nossos pilotos, especialmente do Fabio, eram muito elevadas. Ele experimentou o novo motor e o pacote aerodinâmico e recolheu muitos dados que serão utilizados para o desenvolvimento futuro. O Franky concentrou-se na aerodinâmica e num novo chassis”, acrescentou.

“Os engenheiros no Japão e em Itália vão agora analisar minuciosamente as especificações. Uma pequena alteração nas especificações pode afetar muito o comportamento da moto, por isso queremos prestar muita atenção a esta tarefa e tentar dar grandes passos para o teste de Valência. A Michelin também nos pediu para ajudar a testar os novos pneus hoje, e nós gostamos de os ajudar no desenvolvimento. Saimos do teste de Misano com uma boa quantidade de informação, que será o primeiro passo para 2024.” Concluiu Maio Meregalli.

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Ricardo Ferreira
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