Moto2: Acosta apaga as velas enquanto prepara a desforra em Mugello

Por a 26 Maio 2023 20:53

Pedro Acosta (Red Bull KTM Ajo), estrela absoluta da classe intermédia, completou ontem (25 de maio) 19 anos de idade. Depois da queda em Le Mans que o deixou a 25 pontos do arquirival Tony Arbolino, o espanhol quer a desforra em Mugello.

FOTOS: MPSAGENCY E ARQUIVO

O jovem piloto espanhol estreou-se no mundial aos 17 anos, impressionando desde logo pela velocidade demonstrada em pista e pela rapidez de adaptação às duas classes em que já correu, Moto2 e Moto3. Na classe das motos mais ligeiras Acosta conseguiu conquistar o título no seu primeiro ano, triunfando pela primeira vez logo na segunda corrida da carreira no Qatar, somando em 2021um total de seis vitórias e oito pódios.

O estigma de predestinado, acompanha-o desde a sua primeira participação no campeonato mundial há três anos. Uma pressão que não é fácil de gerir mas que o piloto de Mazarron tem conseguido gerir. O salto para a Moto2 ocorrido na temporada passada veio confirmar as qualidades de Acosta: rápido, metódico e particularmente vocacionado para a gestão da corrida, tem a característica comum aos campeões .

No seu ano de estreia na classe média (2022), Acosta conseguiu três vitórias, destacando-se imediatamente entre os grandes nomes da categoria que acabou por ter como campeão Augusto Fernandez – hoje entre as estrelas do MotoGP.  O espanhol foi assim um forte candidato ao título, seguindo um processo canónico já traçado por grandes pilotos do passado, ou seja, passando de um ano como aprendiz para uma temporada de 2023 onde é um dos principais protagonistas em conjunto com o italiano Tony Arbolino.

A maior cilindrada (face à Moto3) revelou uma série de características técnicas e mentais de um piloto que continua a dar a ideia de poder crescer constantemente. Acosta não parecia o mais brilhante numa volta rápida, não mostrou aquela explosividade “tipo Márquez” que inicialmente insinuou, no entanto, mostrou uma série de importantes qualidades na gestão de corrida, bem como uma forte atitude temperamental para o trabalho e reação positiva aos erros.

Neste momento o duelo pelo título com Tony Arbolino (salvo outros pilotos capazes de entrar nas próximas corridas) representa o maior desafio da sua carreira. Tal como na Moto3 com Dennis Foggia, o rival a caminho da vitória final é mais uma vez um italiano, um rival de forte carisma, cheio de leveza na pilotagem que, aliado à consistência de resultados, está a colocar Acosta em dificuldade.

A queda de Le Mans coincidiu com o primeiro erro real do espanhol na temporada; Arbolino aproveitou para esticar a sua vantagem no mundial e agora tem 25 pontos de vantagem sobre o espanhol. O GP de Mugello, a primeira corrida que Acosta vai disputar aos 19 anos, poderá revelar-se uma corrida importante para a continuação da temporada, uma corrida onde Acosta vai querer demonstrar que sabe reagir aos contratempos, mesmo com Arbolino a correr em casa. 

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Ricardo Ferreira
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