MotoGP: Loris Capirossi fez ontem 50 anos de idade

Por a 5 Abril 2023 10:56

Durante a sua carreira, o piloto de Borgo Rivola conquistou três campeonatos mundiais e deu à Ducati o seu primeiro sucesso no MotoGP. Hoje faz parte da Direção de Corrida do MotoGP e ainda gosta de pilotar motos, algo em que se iniciou muito cedo.

Lembro-me como se fosse ontem de estar nas boxes do Autódromo do Estoril com Loris Capirossi e Max Biaggi, ambos bem dispostos e acompanhados por duas modelos altas e esbeltas, uma delas Ingrid Tence, hoje e após muitos anos depois ainda a companheira de Loris. Na altura, ‘Capirex’ – nome como era conhecido carinhosamente no paddock, fazia dupla com o brasileiro Alex Barros na Honda Pons nas 500cc. Mas, vamos ao inícico de carreira deste homem que faz parte da história do motociclismo italiano.

Loris Capirossi começou nas duas rodas muito jovem. Já pilotava motos offroad aos quatro anos de idade e, em 1986, aos doze anos, competiu na sua primeira corrida de motocross. Um ano depois, ele mudou para as corridas de estrada, e no mesmo ano terminou em sexto no Campeonato Italiano de 125cc com uma Honda NS 125. Em 1990, na categoria do Campeonato do Mundo de 125, ‘Capirex’ foi coroado como o mais jovem campeão mundial de motos com 17 anos e 165 dias.

Em 1992 Capirossi passou para as 250cc, onde permaneceu por três temporadas, alternando belas vitórias com uma certa inconstância: em 1993 perdeu o título para Tetsuya Harada na última corrida, em 1994 não conseguiu fazer melhor que o duo Biaggi-Aprilia. No ano seguinte passou para as 500, com apenas 22 anos: lá ficou dois anos, mas só somou uma vitória e decidiu voltar aos dois tempos.

A decisão é sábia, pois o título de 1998 vem do ‘casamento’ com a Aprilia. Mais uma vez os caminhos dele e de Harada cruzam-se, com a grande final do GP da Argentina e a polémica ultrapassagem que todos lembramos do japonês. Entre Capirossi e Aprilia a situação entra em conflito, um divórcio abrupto completo com uma ação judicial e pela enésima vez Loris tem que recomeçar a partir de um novo projeto.

Depois de um ano com a Honda Gresini em 1999, Loris regressa às 500cc, com a equipa Pons a apostar num piloto que de repente parece já não agradar a ninguém. A parceria funciona, e mesmo com uma Honda particular, Capirossi consegue conquistar vários pódios e a sua segunda vitória na categoria rainha.

Muito veloz e capaz de andar veloz com qualquer moto, Capirossi foi escolhido pela Ducati para completar a equipa de MotoGP, tendo em vista a estreia da Desmosedici. É amor à primeira vista: sucesso em Barcelona no seu ano de estreia e 7 vitórias em 5 anos, uma relação apenas obscurecida pela chegada de Casey Stoner à marca de Borgo Panigale . O talento australiano faz Loris parecer lento, mas os anos seguintes provam que Capirossi foi de longe o melhor companheiro de equipa do australiano. O período na Ducati marca também o seu casamento com a modelo Ingrid Tence, relação que ainda hoje é muito sólida e que fez de Loris pai de Riccardo em 2007.

Em 2008 Capirossi mudou-se para a Suzuki, marca com a qual conquistou um pódio e foi o primeiro a cruzar a linha de chegada em 300 corridas disputadas . Retirou-se no final de 2011, abalado pela tragédia da morte de Simoncelli, consciente de ter levado demasiadas pancadas e de ter perdido o brilho dos melhores tempos. Depois de dois anos como comentarista da Sky Sport, Loris ingressou na direção de corrida do MotoGP, cargo que ainda hoje exerce. Nas horas vagas, Capirossi ainda anda de moto e na pista ainda faz excelentes tempos.

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Ricardo Ferreira
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