MotoGP, GP de Portugal: O reencontro de dois campeões, Bagnaia e Quartararo
Os dois dividiram as atenções nas duas últimas temporadas e agora preparam-se para se cruzarem em pista novamente. O piloto da Ducati tem finalmente a consciência do número um, o francês conta com uma Yamaha revigorada. Mas cuidado, as Sprint Race podem mudar tudo.
A pista de Portimão só entrou no calendário em 2020, mas já conquistou as notas de uma pista difícil e espetacular. Muitas subidas e descidas e uma recta de um quilómetro, antecedida por uma curva de apoio muito rápida, são os elementos distintivos do circuito algarvio, que muitas vezes tem dado origem a corridas muito disputadas. Não pela vitória, porém, que sempre se materializou com grandes fugas: Oliveira, Quartararo e Bagnaia têm feito bom uso da boa qualificação com GP’s igualmente dominantes , e em três anos não surgiu nenhuma superioridade clara no que diz respeito às diferentes motos (KTM, Yamaha e Ducati).
O número 1 está exposto na moto de Pecco Bagnaia, que deu um pontapé na superstição e não teve medo de ser o centro das atenções. Por outro lado, o campeão mundial tem todo o direito de se sentir confiante. É o primeiro italiano desde Valentino Rossi (2009) a vencer o mundial na categoria rainha, e desde os tempos de Giacomo Agostini (1972) que um piloto italiano não se firmava com uma moto tricolor. Pecco também está na esteira de dois campeões mundiais em número de vitórias: Biaggi está com 13, Dovizioso com 15, com o atual campeão com 11. Nesta temporada Pecco pode ultrapassá-los e tornar-se o terceiro mais vencedor na classe principal, atrás dos inalcançáveis Rossi e Agostini.
O mundial recomeça ainda com o lume acesso dos duelos entre Bagnaia e Quartararo: em 2021 foi o francês quem conquistou o título, com Pecco atrasado na sua recuperação do mundial; em 2022 o piloto da Ducati produziu um esforço impressionante na recuperação e conseguiu, assim, virar a maré de um campeonato que parecia ir para a Yamaha pela segunda vez.
2023 começa de perspectivas totalmente diferentes: a Desmosedici agora parece uma moto madura e o sentimento entre moto e piloto parece realmente sólido. Por outro lado, acordaram em Iwata, e com o grupo de trabalho liderado pelo engenheiro Luca Marmorini, a M1 parece ter iniciado um caminho de recuperação frente à concorrência. Os testes não dizem tudo e é muito cedo para certificar os valores acima hipotetizados, mas dificilmente veremos um mundial que siga a tendência dos dois últimos. Com certeza Bagnaia e Quartararo serão protagonistas, com Marc Márquez que provavelmente se inserirá entre os dois para atrapalhar as cartas.
As temperaturas estão amenas, a chuva só caiu até agora de forma tímida. Parece o anfiteatro perfeito para a abertura da temporada. Os pilotos de MotoGP vão para a pista para a primeira sessão de treinos livres do GP de Portugal esta sexta-feira, pelas 10h45 locais. The Show Must Go On!