MotoGP: O título histórico de Casey Stoner com a Ducati GP7

Por a 30 Novembro 2022 20:50

Até Pecco Bagnaia conquistar o título de MotoGP com a GP22, a rainha indiscutível dos Grandes Prémios da Ducati era a GP7, a lendária Desmosedici que Casey Stoner levou ao título em 2007.

A mudança de regulamento de 2007 revelou-se como uma benesse para a Ducati, que conseguiu criar uma moto mais ágil, mas sem perder muito em termos de potência absoluta. O piloto australiano conseguiu pilotá-la melhor do que ninguém, realçando as suas qualidades e escondendo as suas falhas. Um pouco como Marc Marquez hoje em dia com a Honda, Stoner foi o único a conseguir tirar partido dela.

A GP7 foi a primeira Ducati com motor de 800cc, conforme exigia o regulamento, e a moto começou a rodar no verão anterior, obtendo desde logo excelentes tempos por volta nos testes de Brno, não muito longe da “irmã mais velha” de 990cc.

De facto, a redução da cilindrada remove de imediato um dos maiores problemas da Desmosedici: o tamanho do motor.Um curso mais curto do pistão permite cabeças menores e mover o eixo para frente, com grandes benefícios no design do braço oscilante e distribuição de peso. O quadro está preso às duas cabeças dianteiras e um sub-aquadro de carbono atrás. O motor volta à configuração Screamer, a gestão do combustível é confiada a um sistema eletrónico com mapas dedicados, capaz de reconhecer a posição da moto na pista e regular o fluxo de combustível de acordo com isso. O braço oscilante em carbono completa o equipamento da nova GP7, que aliás também é linda.

10 vitórias com Casey Stoner

Os resultados foram imediatamente excepcionais , mas não foi Loris Capirossi – apontado por muitos como o homem do leme – que levou a GP7 ao sucesso. Casey Stoner, o veloz australiano que no seu ano de estreia ganhou o apelido de ‘Rolling Stoner’ devido às suas quedas, vira uma máquina de guerra.

Vence na prova de abertura no Qatar e não é um caso isolado: leva para casa o triunfo em 5 das 8 primeiras corridas de 2007. O duelo com Valentino Rossi segue ao longo do ano, mas Casey consegue sagrar campeão no Japão. A pontuação é impressionante: 10 vitórias e outros 4 pódios, sem um único abandono. Dani Pedrosa e Valentino Rossi terminam em segundo e terceiro, respetivamente.

Menos feliz foi o ano de Loris Capirossi com a GP7, que em todo o caso conseguiu arrebatar a vitória em Motegi no dia do título do australiano. Infelizmente para o piloto da Romagna, ser o primeiro companheiro de equipa de Stoner, fez com que pareça pouco competitivo, e mais ainda ninguém sabe o que os vários Melandri, Hayden e Valentino Rossi vão passar nos anos seguintes, relegados a resultados nada invejáveis ​​e crises técnicas pelas pontas dos cabelos. A GP7 é uma joia, mas quase ninguém consegue usá-la. Apenas o ‘Rolling Stoner’.

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Ricardo Ferreira
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