Moto 2, Antevisão: Quem sucede a Gardner na nova temporada?

Por a 26 Fevereiro 2022 21:23

A apenas oito dias da luz vermelha se apagar no Qatar para o arranque da nova temporada de Moto2, fomos descobrir quais os concorrentes com a ‘bagagem’ necessária para disputar os pódios, ou até mesmo sonhar com o título mundial.

Depois de uma batalha titânica no seio da equipa Red Bull KTM Ajo que deu o título a Remy Gardner sobre Raul Fernandez no final da última temporada de Moto2, juntámos nove favoritos, pretendentes naturais à coroa na classe intermédia. Com Gardner e Fernandez agora no MotoGP, o campeão mundial de Moto3 Pedro Acosta foi o mais rápido nos três dias de testes no circuito de Portimão, enquanto o companheiro de equipa Augusto Fernandez terminou em segundo lugar. São os dois primeiros da lista.

PEDRO ACOSTA E AUGUSTO FERNANDEZ (RED BULL KTM AJO)

Começamos por eleger Acosta como um dos principais favoritos. O jovem de 17 anos de Murcia pode dar o salto para o MotoGP mais cedo do que se pense. Por hábito, a equipa Red Bull KTM Ajo gosta de dar aos seus pilotos da classe intermédia dois anos antes de mudar para o MotoGP, mas com a Honda e muitos outros já a circular em torno de Acosta, a KTM pode não ter muita escolha. Caso Acosta comece a temporada de forma regular entre cinco primeiros, com pódios ou mesmo vitórias, acreditamos que terá o passe muito rapidamente para o MotoGP.

Como foi o caso de Jaume Masia na época passada, Augusto Fernandez começará o ano como o mais experiente dos dois pilotos espanhóis na equipa do finalndês Aki Ajo.

Com isso, vem a expectativa de que “deve” levar a melhor sobre o seu companheiro de equipa, no entanto, é claro que Acosta é um talento natural e, portanto, alguém que exige ser visto como tal. Contra Fernandez o facto de não ganhar uma corrida desde 2019. Porém, o seu segundo ano com a Elf Marc VDS em 2021 foi um regresso muito necessário à forma, o que faz do piloto madrileno de 24 anos um candidato ao título.

JOE ROBERTS (ITALTRANS)

O piloto americano da Italtrans foi visto como um potencial piloto de MotoGP em 2020, após um início de temporada muito promissor. E embora o californiano ainda tenha uma hipótese de se tornar o primeiro grande piloto americano desde o falecido Nicky Hayden, um grande ano terá de acontecer para que isso se torne realidade.

Joe Roberts, que ainda está sem uma vitória na Moto2 e apesar de ter ocupado várias pole positions, tem apenas um pódio, razão pela qual a consistência, ou melhor, a falta dela, é o seu principal obstáculo a uma proverbial luta pelo título. Portanto… colocamos aqui várias reticências.

SAM LOWES (ELF MARC VDS)

Na nossa opinião, Sam Lowes tem indiscutivelmente a sua melhor hipótese de ganhar um título mundial em 2022. Com Enea Bastianini, Luca Marini, Gardner, Fernandez e Marco Bezzecchi, todos a chegarem ao MotoGP nos últimos dois anos, Lowes tem visto muitos dos seus principais rivais a abandonar a classe.

O britânico, que começa o ano como o piloto com mais vitórias no Moto2 (9), está a sofrer de um problema de tendinite na mão esquerda, o que pode levar a um início de ano mais lento do que se esperava. No entanto aos nossos olhos, continua a ser um dos principais favoritos ao título, razão pela qual o colocamos como o nosso terceiro favorito.

ARON CANET (FLEXBOX HP40)

Após uma sólida temporada como rookie em 2020, o espanhol da Flexbox HP40 é um nome óbvio a observar, depois de ter obtido cinco pódios em 2021. O antigo vice-campeão de 2019 na Moto3, foi o mais rápido durante o segundo dia do teste de Portimão, conseguindo ainda um novo recorde na ‘Montanha Russa’. Embora não tenha conseguido vencer no ano passado, Canet foi por vezes o maior desafio para Gardner e Fernandez, o que nos leva a acreditar que desempenhos semelhantes ou melhores podem vir do jovem de 22 anos. É para nós o quatro maior favorito.

CELESTINO VIETTI (MOONEY VR46 RACING TEAM)

O piloto da Mooney VR46 Racing Team é alguém que muitos olhos estarão atentos esta época. Vietti impressionou em 2021, deu passos significativos desde a sua primeira temporada de Moto3 até à sua segunda, podendo ser um ‘caso sério’ na Moto2. Alinhado numa das equipas mais bem apoiadas da grelha, e com um futuro potencial no MotoGP devido aos laços com Valentino Rossi, nada impede Vietti de brilhar forte em 2022. Se conseguir uma série de pódios ou mesmo ganhar, conseguirá uma passagem automática para o MotoGP, embora seja difícil rotulá-lo como um proverbial candidato ao título de Moto2.

JAKE DIXON (GASGAS ASPAR TEAM)

O segundo britânico a fazer parte desta forte lista de candidatos à Moto2 é Jake Dixon da equipa GASGAS Aspar. Após progressos na temporada 2020, Dixon parece ter dado passos para trás na temporada passada. No entanto, o antigo vice-campeão da BSB de 2018 mostrou mais uma vez o seu talento em duas provas de MotoGP que fez para Petronas Yamaha em 2021. Essa sua primeira experiência na categoria rainha, aliada aos bons resultados que obteve nos testes de Portimão, podem impulsionar Dixon como um candidato ao título em 2022.

FERMÍN ALDEGUER (SPEED UP RACING)

Fermin Aldeguer, o actual campeão CEV Moto2, é um nome que se não tiver ouvido falar muito até este ponto, provavelmente isso mudará em 2022.  O jovem espanhol é considerado um talento sensacional, o que foi demonstrado durante algumas provas de substituição no campeonato mundial da época passada. Depois de ter participado para a Yari Montella na Speed Up em Mugello, uma ronda onde reclamou pontos na sua estreia, Aldeguer levou a melhor nas três corridas mais tarde, nomeadamente em Aragon onde terminou 1,6s atrás do novo piloto de MotoGP Fabio Di Giannantonio. 

Aldeguer, que fará a sua estreia a tempo inteiro na Moto2 em 2022, terminou o teste de Portimão da semana passada em quarto lugar.

AI OGURA (HONDA TEAM ASIA)

Tal como Vietti, Ogura teve várias performances impressionantes na época passada, e depois de já ter impulsionado a experiência de lutar por um título mundial (2020), o piloto japonês tem as ferramentas necessárias para o fazer novamente.

Ogura, que foi segundo na ronda austríaca de 2021, permanece sem uma vitória na sua carreira até agora, no entanto tem mostrado um talento para estar presente quando conta, o que significa que as vitórias nas corridas podem ser uma questão de tempo.

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Ricardo Ferreira
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