CEV Repsol: Kiko Maria em entrevista exclusiva

Por a 21 Abril 2021 14:30

A prova do CEV de Velocidade deste fim-de-semana no Estoril marca o regresso de Francisco “Kiko” Maria depois de uma longo período afastado por lesão. Fomos saber mais, diretamente da boca do piloto da Leopard

“É uma moto que, principalmente em termos de travagem, derrapa muito de traseira…”


Foram 15 meses afastado, por uma lesão que foi uma fratura de ambos os ossos da zona inferior da perna, com uma recuperação morosa, após ter sido operado em Barcelona, no Hospital Dexeus das estrelas de MotoGP, dias de que Kiko Maria nem quer falar.

O piloto adolescente deu um salto no seu crescimento e essa foi uma das razões pela qual foi aconselhado pela equipa Leopard a passar a uma categoria mais elevada, em vista de estar agora com cerca de 1,82m.

Kiko Maria esteve na apresentação da prova do CEV no Estoril e falou deste seu regresso à competição:
“A minha continuação e participação aqui já estava definida há algum tempo com a Leopard e sabíamos que era para continuar…”

“Só não sabia bem em que categoria iria participar neste campeonato, mas eles são pessoas com experiência e viram logo que eu tinha que trocar para uma categoria maior, as Superstock 600 que correm com os moto dois, devido à minha altura, e pronto, foi decidido!”

“Tivemos aqui dois dias de treino no Estoril, que foi a primeira vez que andei com a Yamaha de Leopard, uma R6, que é uma moto que já anda muito, exige um bocadinho mais!”

“Já tem muito mais potência, cerca de 100 cavalos mais do que a moto de Moto3 anterior a que eu estava habituado!”
“Claro que há um bocadinho de diferença a comparar com a moto antiga,  mas devido ao tempo que estive afastado, as referências que eu tinha da moto antiga também já eram muito poucas, por isso é quase como se fosse a primeira mota com que comecei e são quase as únicas referências recentes que eu tenho agora, mas é uma moto muito equilibrada e muito meiga de conduzir…”

“Penso que é uma moto com o qual eu podia ser muito rápido.”

“É uma moto que, principalmente em termos de travagem, derrapa muito de traseira, o que ajuda na entrada de curva, e à saída também, pela potência e binário exercidos sobre a roda também derrapa em aceleração a sair de curvas, devido à velocidade também!”

“Foram muitas sensações que tive que aprender nesses dois dias de treinos, a usar pneus usados para me adaptar cada vez mais, é um estilo de condução diferente e ainda me tenho de adaptar, mas acho que me estou a adaptar bastante bem!”
“Como eu disse é uma moto muito meiga mas com estilo de condução já bastante parecido com as motos de grande potência…”
“Em termos da perna estou clinicamente apto para conduzir, isso é a primeira coisa, mas mas também sei que a forma e o ritmo é outra, pouco a pouco agora tenho que perceber como é que o fim-de-semana correrá e continuar a trabalhar para chegar onde quero!”
“Aquilo que me causou mais dificuldades foi possivelmente o peso e a dificuldade extra, a força que temos que exercer a mais para a deitarmos e entrarmos em curva e também travar a fundo! De resto, como digo, as referências recentes são as únicas que tenho, ainda estou a aprender muito a lidar com a moto e a tirar o máximo rendimento, mas com as sensações que tive até agora penso que é uma moto com a qual terei experiências de corrida emocionantes.”

Este ano, são um número recorde de 32 participantes na Moto2, 13 deles na classe de Kiko, que mantém o seu número 4, mas incluídos neste número estão os rápidos irmãos alemães Orgis e o Espanhol Mika Pérez, por isso, quais são os objetivos iniciais?
“Para esta primeira corrida ainda não tenho nenhuma ideia, não tenho noção em que lugar poderia terminar, mas vou fazer a minha adaptação o melhor que posso, depois quando chegarmos à qualificação saberemos como os outros estão a andar e aí assim, poderei comparar o ritmo deles com o meu e saber aonde estamos!”

Aí vamos ver alguma coisa, mas a primeira prioridade é acabar o fim-de-semana bem e tirar conclusões para a próxima corrida!”
“No fundo aprender e divertir-me um pouco, já sentia falta de fazer aquilo de que gosto, a primeira corrida vai ser espetacular para tirar aquelas dúvidas que tinha dos últimos 15 meses, sobre tudo como disse, adaptar-me a trabalhar com a equipa e voltar a ter sensações!”
“Estes 15 meses foram muito duros, não estive ansioso, estive muito calmo porque, primeiro, tratou-se de recuperar a perna 100% para depois entrar na mota e acelerar, mas geri tudo com muita calma tenho pessoas por trás de mim que me apoiam imenso, com a fisioterapia, com a Fisiogaspar, coach, etc. e também pais, a minha família, amigos, todos os fãs com mensagens de apoio e todo o resto ajudaram bastante com e encarei esta recuperação e este regresso com muita calma e muita cabeça, mas fisicamente ainda tenho que perceber como é que estou!”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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