Moto2, 2021: Dixon recorda operação que o salvou

Por a 27 Fevereiro 2021 15:30

O britânico revelou em exclusivo a gravidade da lesão no pulso que sofreu em Valência e que ameaçou a sua carreira

“Podia nunca mais voltar a andar de moto” Jake Dixon

Ouvir que “pode nunca mais ser capaz de voltar a andar de moto” é algo que um motociclista nunca quer, especialmente aos 25 anos, quando a sua carreira em Grande Prémio está a começar a ganhar algum impulso.

Mas foi exatamente isso que Jake Dixon (Petronas Sprinta Racing) teve de suportar nos meses de inverno após uma queda na FP2 do Grande Prémio da Europa.

O britânico revelou agora em exclusivo que a lesão no pulso que sofreu em Valência foi, de facto, uma ameaça à sua carreira, com os médicos a considerarem a possibilidade de ele nunca mais andar de moto se a cirurgia não fosse um sucesso.

Agora, quatro meses depois, ele está apenas a começar a andar de moto novamente, colocando o início da temporada em sério perigo.

“Ninguém sabia a extensão da gravidade da fratura”, disse Dixon durante o programa.

“Na verdade, era incerto se eu alguma vez seria capaz de montar novamente. Agora, vou andar pela primeira vez numa moto para ver qual é a minha gama de movimentos. Ainda não está nem perto de curado, mas acho que tenho movimento suficiente para voltar a pilotar.”

“Toda a gente está a ouvir isto pela primeira vez, até membros da minha equipa. Obviamente falei com o Stiggy (Johann Stigefelt, Petronas Sprinta Racing Team Manager) no início da semana para tentar organizar algumas corridas com as atuais restrições de viagem. Mas amanhã vou andar e, com sorte, vai correr bem para me concentrar no Qatar.”

Dixon foi submetido a uma operação de duas horas em Manchester em dezembro, mas agora, pela primeira vez, revelou que a referida cirurgia lhe salvou a carreira na sequência de uma horrenda lista de lesões no pulso direito após uma queda na curva 4 no Circuito Ricardo Tormo.

“Não sabia da gravidade até que o meu cirurgião veio ter comigo e disse: ‘olha, esta é a extensão da lesão e se alguma vez conseguirás voltar a montar depende de como corre esta operação’. Foi um choque enorme para o sistema, obviamente pensando que tinha partido o pulso, mas percebendo que afinal o tinha esmagado em três sítios diferentes, deslocado e rasgado todos os ligamentos. Ainda agora posso sentir a dor.”

“Tem sido super difícil. Tem sido tão monótono fazer a mesma rotina basicamente todos os dias: treino, fisioterapia e trabalho de ginásio, que inclui mais fisioterapia novamente. Tem sido muito difícil, mas tenho de aguentar com o queixo levantado. Foi um erro meu, afinal, por isso não há mais ninguém a culpar a não ser eu. Ensinou-me algumas lições sobre como ser uma pessoa melhor e um melhor piloto de motociclismo. Tudo acontece por uma razão e, esperemos, que isto seja uma lição para o futuro.”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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