As outras classes de GP, 19: A Yamaha 250 TD3

Por a 4 Fevereiro 2021 18:00

A Yamaha TD2 foi uma moto de velocidade arrefecida a ar feita pela Yamaha e produzida entre 1969 e 1970. A versão equivalente de 350cc chamava-se TR2

Em 1970, Rodney Gould venceu o Campeonato do Mundo de 250 cc numa TD2, mas talvez mais significante ainda, com a exceção da Ossa de Santiago Herrero em 8º, todo o Top 10 era composto por Yamaha TD2

A Yamaha iniciou a sua longa história no motociclismo de competição no Japão, com uma vitória retumbante sobre a Honda na Asama Highlands Race em 1957 (abaixo). A seguir, rumou ao estrangeiro para a sua estreia internacional no Grande Prémio de Catalina, nos Estados Unidos, e começou a competição no Mundial de GP em 1961.

Ganhar um título de campeão mundial não demorou muito, e até que a Yamaha se retirasse temporariamente do Mundial em 1968, o progresso feito pelas máquinas de fábrica da Yamaha foi verdadeiramente espantoso.

Os modelos de produção iam desde a série YDS superdesportivas de 2 tempos e os modelos DX250 e RX350 até às motos que acabariam por evoluir para a série RD, que formaram a base para estas motos de competição-cliente da Yamaha.

As máquinas de corrida tinham todas o mesmo chassis e motores montados com base nas respetivas versões de produção, culminando na TD1.

As TD1 originais tiveram um impacto significativo nas corridas da classe de 250cc nos anos 60, que era historicamente contestada por motores monocilíndricos, alguns com desenhos envelhecidos que datavam de antes da guerra. A moto era de tal modo competitiva que algumas TD1 foram aumentadas para 251cc, sendo assim elegíveis para a classe de 350cc.

Com base nos sucessos da TD1, a chegada da TD2 juntamente com a versão TR2 de 350cc, que poderia ser retificada para cerca de 352cc, tornando-a elegível para a classe de 500cc, anunciou a morte dos tradicionais motores de 350cc e 500cc de quatro tempos fabricados sob desenhos dos anos 40 e 50.

As novas Yamahas de competição-cliente eram menores, mais leves, com maior manobrabilidade e consequentemente mais fáceis de travar.

Os motores eram mais simples de reconstruir, mas não significativamente mais fáceis de manter, uma vez que os monocilíndricos de quatro tempos potencialmente duravam uma temporada inteira. No entanto, ofereciam uma pequena unidade compacta sem a altura associada a válvulas à cabeça e comando por árvores de cames.

A aparição de Rodney Gould na cena europeia das corridas com máquinas TD2 e TR2 assegurada após uma viagem de negócios aos EUA foi um fator importante na mudança para o domínio das dois tempos.

Gould aprendeu o seu ofício inicialmente ao fazer campanha em velhas Nortons Manx em torno dos circuitos curtos do Reino Unido, contra Bultacos dos anos 60 e Aermacchis para as classes mais pequenas

Em 1970, o britânico Rodney Gould venceu o Campeonato do Mundo de 250 cc numa TD2, com o australiano Kel Carruthers em segundo, também montando uma TD2. Mas talvez mais significante ainda, com a exceção da Ossa de Santiago Herrero em 8º, todo o Top 10 era composto por pilotos em Yamaha TD2.

Gould venceu seis corridas na temporada de MotoGP de 1970, conquistando o título no Grande Prémio das Nações, Monza.

Antes, as Yamaha de fábrica tinham-se retirado do campeonato por causa das regras revistas da competição em 1969, proibindo as multi-cilindros, pois as motos oficiais de Phil Read (acima) e Bill Ivy tinham sido as RD56 V4s (abaixo).

Assim, as corridas ficaram abertas a privados, muitos deles apoiados por concessionários, que competiam contra as equipas de fábrica para o Campeonato Do Mundo.

Kel Carruthers venceu a classe Isle of Man TT Lightweight 250 cc em 1970, com uma média de 155 Km/h.

Este foi o último modelo TD da série de competição-cliente de 250cc . Desenvolvido a partir da unidade de potência base do modelo de produção DX250, estreou-se no Campeonato Mundial de Velocidade em 1971 e ajudou Jarno Saarinen (abaixo) a ganhar o título de GP250 em 1972 e Dieter Braun a ganhá-lo em 1973. Chamavam-lhe “a moto de produção mais competitiva do mundo”.

O motor designado por DS6 era um bicilíndrico paralelo de 2 tempos refrigerado a ar, de 248cc e dimensões de 56 mm x 50 mm, produzindo cerca de 44 cavalos às 10.000 rpm de uma taxa de compressão de 7,6:1 e atingindo os 232 km/h.

Alimentado por dois carburadores Mikuni VM30SC, a potência transmitia-se através de uma caixa de 6 velocidades e embraiagem multi-disco em banho de óleo sendo a ignição por magneto e o peso total de 105 Kg a seco.

A suspensão ainda era por dois amortecedores convencionais e garfos Kayaba, com travões de tambor frente e trás e rodas raiadas, mas nas mãos de privados, as mais variadas especificações, desde discos a rodas de magnésio, e até conversões a embraiagem secam, para não falar de numerosos quadros, desde Nico Bakker a Seeley, Maxton, Harris, Bimota e outros, em breve apareceram.

O reservatório de óleo era na cauda, e até ao regresso oficial da Yamaha, entre 1970 e 1973, dominaram as 250, sendo depois substituídas pela ainda mais bem sucedida TZ…

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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