As mais belas motos de GP, 25: A Benelli 500 4

Por a 13 Janeiro 2021 17:00

A extraordinária Benelli 504 foi a moto que inspirou a Honda 500 Four, e apesar do modesto resultado da sua fulgurante passagem pelo mundial de velocidade em 1968, permanece como uma das mais belas e emblemáticas motos de Grande Prémio da época

“Uma dimensão super-quadrada de 54 por 54 mm dava-lhe uma cilindrada total de 494,6 cc e ajudava-a a atingir uma estratosféricas 14.000 rpm!

A primeira versão da tetracilíndrica em linha, de 1967, era simplesmente uma versão aumentada da bem sucedida 350.

A próxima versão já tinha um motor de 491 cêntimos cúbicos que venceu logo na seu estreia em 1967, mas participou em poucas corridas.

O motor era um 4-em-linha de quatro tempos com dupla árvore de cames à cabeça, quatro válvulas por cilindro, e uma dimensão super-quadrada de 54 por 54mm que lhe dava uma cilindrada total de 494,6 cc e a ajudava a atingir uma estratosféricas 14.000 rpm!

Ligado uma caixa de sete velocidades, produzia 94 cavalos, suficiente para cerca de 285 quilómetros hora. Embraiagem seca e saída de escape em 4 megafones acabados a negro era outras características da moto.

Do lado do quadro, era mais convencional com um duplo berço em aço tubular, suspensão por garfos telescópicos na dianteira e um par de amortecedores hidráulicos.

Inicialmente a travagem era por tambor duplo, mais tarde substituído por discos na dianteira.

Em 1968, apenas desenvolvida mas graças aos pergaminhos das bem-sucedidas 250 e 350, a 500 estava inscrita no Grande Prémio das Nações em Imola para ser pilotada por Mike Haiwood e Renzo Pasolini, no inevitável verde e prateado da marca do leão.

Logo nos treinos, Hailwood por pouco não bateu o seu recorde da pista, por uma décima de segundo, mas depois na corrida, ao tentar acompanhar a MV Agusta de Giacomo Agostini, caiu e teve que se retirar.

Pasolini, no entanto, chegou a um respeitável segundo lugar, suficiente para esse único resultado o colocar em 12º no Mundial de 500 desse ano.

Em 1970, a Benelli regressou de novo em Monza e mais uma vez, desafiou a MV Agusta à frente da corrida, após ter feito a pole, mas quando começou a verter óleo Pasolini mais uma vez teve de desistir.

Assim, a Benelli nunca chegou a concretizar a sua promessa de grande velocidade, mas foi sempre uma moto notória, tornando-se muito popular na altura.

Em 1972, a 500 foi completamente mudada, com um motor reconstruido e foi a vencedora do épico duelo entre Jarno Sarinen e Giacomo Agostini em Pesaro, (acima) praticamente o seu momento mais alto.

No ano seguinte ainda volta, com Walter Villa e Roberto Galini, que a pilota com algum sucesso no Campeonato Italiano.

Em vista da raridade da moto, muitos exemplares que se encontram hoje em dia são réplicas, como a foto abaixo, facilmente realizáveis devido à proliferação do modelo 500 Quattro de estrada, por sua vez derivado da moto de corrida.

Em 1973, a Benelli foi adquirida pelo industrial argentino Alejandro de Tomaso juntamente com o seu concorrente Moto Guzzi, o que levou ao desenvolvimento de novos modelos de estrada, incluindo a fabulosa Benelli Sei de seis cilindros em linha, que colocou a empresa brevemente à frente da concorrência japonesa. Porém, na competição, a Benelli não voltaria.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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