MotoGP, 2021: Rossi leva a Monster para a Petronas

Por a 22 Dezembro 2020 13:00

Muito terá que mudar na Yamaha em 2021, depois dos resultados de 2020. A saída de Rossi é também uma ameaça à estabilidade da equipa

Tudo indica que a Yamaha já está a trabalhar em melhoramentos à M1

Decerto, a equipa de fábrica deposita as suas esperanças no novo recruta Fábio Quartararo, mas nunca se pode descontar a capacidade da equipa satélite, que em 2020 venceu muito mais corridas do que os pilotos da formação oficial, e acabou por bater a fábrica com o segundo lugar de Morbidelli no Campeonato.

Além do revés desportivo, houve também o embaraço técnico do escândalo das válvulas ilegais. Para 2021, com os contratos da Dorna em negociação, a marca não se pode dar ao luxo de pôr o pé em ramo verde!

Depois, em termos de imagem e retorno mediático, a saída de Valentino Rossi de formação é mais um tiro no pé da equipa de Lin Jarvis.

Apesar dos seus 41 anos, Rossi continua a atrair a parte de leão da cobertura mediática na MotoGP e vai decerto colocar as luzes da ribalta firmemente na formação malaia.

Tudo indica que, para 2021, disposta a não repetir os erros deste ano, a Yamaha já está a trabalhar em melhoramentos à M1, incluindo a aerodinâmica.

Além disso, a moto de Morbidelli vai continuar a ser a moto de especificação A de 2020, e mesmo Valentino, que terá uma moto de fábrica num equipa satélite, não receberá eventuais atualizações ao mesmo tempo que os pilotos oficiais.

Segundo alguns boatos bem informados, as grandes diferenças na M1 de 2021 vão ser na aerodinâmica, com a nova carenagem a mostrar algumas diferenças entre elas a forma das aletas e as entradas de ar.

Estas evoluções têm a sua lógica, porque não podendo trabalhar em alterações ao motor, que permanecem congeladas para 2021, e sendo o défice da Yamaha sempre e ainda, a velocidade de ponta, trata-se de fazer a moto cortar o ar mais facilmente e fazer o motor respirar melhor, para maximizar o rendimento do que existe.

Entretanto, a Monster vem substituir nas carenagens das Yamaha da Petronas a campanha “Visit Malásia” que em vista das continuadas restrições às viagens, nem fazia muito sentido.

Entre razões técnicas e de imagem, a equipa oficial está numa encruzilhada, tanto mais que em final de  2021 será a hora de renegociar os contratos com  a Dorna, e se Rossi levar com ele um dos patrocinadores principais, isso pode não por as coisas no melhor pé para a fábrica…

Depois, há a considerar que o veterano vai introduzir o seu irmão Luca à MotoGP para o ano e, mesmo se a VR46 adquirir a Avintia, que já vai financiar em 2021, nada garante que fiquem com a Ducati para 2022, com marcas como a KTM ou a Suzuki a vir bater à sua porta para a sua própria formação em MotoGP, que do ponto de vista mediático, tem a batalha ganha à partida…

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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