SBK, 2020: Quem foram os vencedores da corrida Superpole?

Por a 5 Novembro 2020 14:30

O sprint de 10 voltas faz mais do que definir a grelha para a tarde de domingo, pois dá uma oportunidade aos pilotos e motos que funcionam melhor numa distância curta…

O Campeonato do Mundo de Superbike de 2020 incluíu pelo segundo ano a Corrida Tissot Superpole e, com ela, mais uma oportunidade para vencer uma corrida ao sprint. Com apenas dez voltas para resolver as honras de SBK e um pneu especial à disposição feito para esta corrida, há sempre drama de sobra.

No entanto, quão importante é esta corrida? Estudos mostram que, tanto em 2019 como em 2020, é de importância vital e que pode contribuir enormemente para a corrida ao título.

Quatro pilotos conseguiram conquistar a vitória este ano na Corrida Superpole que abre a ação de domingo no Mundial de Superbike: Jonathan Rea (Kawasaki Racing Team), Scott Redding (Ducati Aruba), Toprak Razgatlioglu (Yamaha Pata) e o seu companheiro de equipa Michael van der Mark.

Quatro outros pilotos alcançaram um pódio nesta prova, sendo eles Michael Rubén Rinaldi (Team Goeleven), Alex Lowes (Kawasaki Racing), Loris Baz (Yamaha Ten Kate) e o estreante norte-americano Garret Gerloff (Yamaha GRT Junior Team).

Bem, não será surpresa que o seis-vezes campeão do mundo Jonathan Rea, que foi quem teve mais vitórias em corrida este ano esteja no topo da classificação. Ele encontrou aqui uma maneira de sublinhar o seu domínio, acumular pontos e, bem a propósito, expandir o seu incrível recorde de vitórias. Uma vitória na Corrida Superpole significa somar 12 pontos, e o norte-irlandês terminou acumulando 83 este ano, depois de vencer cinco corridas, quatro delas consecutivas no arranque do Campeonato, além de dois segundos lugares e uma última quinta posição no Estoril.

Mas esta forma vem de 2019, quando Rea terminou a temporada com uma onda de duas vitórias na Corrida Superpole. No entanto, em comparação, Rea aumentou a sua eficácia neste evento em comparação com 2019, quando, numa temporada com 12 Corrida de Superpole, ganhou seis vezes e somou 119 pontos.

Este ano esteve muito perto desses números… embora tivesse quatro corridas a menos! O seu novo companheiro de equipa, Alex Lowes, brilhou muito menos: um único pódio (em 2019 somou 5) e um total de 35 pontos.

É claro que o piloto mais bem-sucedido das SBK é também o mais bem-sucedido nas corridas de 10 voltas. O seu principal rival para o título, o estreante Scott Redding, somou 56 pontos na Corrida Superpole depois de pontuar em todas e alcançar uma vitória em Teruel. Nada mau para um recém-chegado ao formato, mas esses 27 pontos a menos do que o Campeão são cruciais para um candidato ao título.

Apesar de Redding ter sido o único piloto, juntamente com Rea, que marcou pontos em cada uma destas corridas, podia ler-se que dos 55 pontos que o distanciaram da coroa no final da temporada, quase metade escapou nestas corridas.

O seu companheiro de equipa em 2020, Chaz Davies (Ducati Aruba), acabou por ficar em terceiro lugar, mas não foi graças a uma prestação especial na Corrida Superpole, onde somou apenas 32 pontos, sem vitórias ou pódios. O galês pagou assim os seus problemas para chegar às primeiras filas na Superpole no sábado, certamente crucial numa corrida de 10 voltas, mas destacou-se em posições recuperadas, tanto aqui como na Corrida 1. Recuperou tanto, que acabou por receber o Hyundai N-Spired Rider Award, que valorizou este aspeto das corridas.

Van der Mark e Razgatlioglu também aproveitaram a Superpole; a dupla da Yamaha Pata já brilhou nesta corrida em 2019, mas este ano, melhoraram ainda mais o seu desempenho.

O holandês somou 48 pontos graças aos seus 5 pódios, incluindo vitória no Circuito de Barcelona-Catalunha, que acabaria por ser a sua única vitória em 2020. Toprak conquistou três pódios e acumulou 37 pontos nestas oito corridas, com um final elevado para a festa na prova do Estoril, onde venceu a Corrida 1 e depois a TSR à frente de Garret Gerloff e van der Mark.

Apesar de marcar menos do que uma corrida convencional, a Superpole Tissot é valorizada para todos os efeitos como mais uma corrida, tanto em termos de recordes como prestígio, sendo o primeiro 1-2-3 da Yamaha nas SBK.

Redding e Gerloff exemplificam os rookies da temporada de 2020 que souberam brilhar na corrida mais curta, mas foram os únicos: nem o colega de equipa de Gerloff, Federico Caricasulo, nem o chileno Max Scheib (Orelac Racing VerdNatura) ou o regressado Xavi Fores (Kawasaki Puccetti) conseguiram marcar pontos nestas corridas.

Os outros dois fabricantes do Campeonato com equipas oficiais, Honda e BMW, têm um problema pendente na Corrida Superpole. A dupla da HRC, Álvaro Bautista e Leon Haslam, somou 15 e 8 pontos, respetivamente, sem vitórias nem pódios, embora Bautista tenha levado a Honda para a frente pela primeira vez antes de cair da Corrida Superpole catalã.

Vendo o copo meio cheio, uma melhoria pode ser observada nesta área, uma vez que no ano passado nenhum dos três pilotos da Honda chegou aos nove primeiros lugares da Corrida Superpole. Sem dúvida, os esforços da fábrica japonesa com uma equipa oficial e o aparecimento da nova CBR1000RR-R SP Fireblade começaram a dar frutos, e talvez 2021 os veja florescer ainda mais.

Quanto à BMW, terá de fazer mais. O melhor representante, Tom Sykes (BMW Motorrad), fecha a lista de pilotos que conseguiram pontuar este ano, com um total de 14 pontos. A sua melhor classificação na TSR foi a sexta posição, que repetiu três vezes no início de 2020. O colega de equipa Eugene Laverty não conseguiu somar pontos nestas corridas, com um melhor de 11º em Barcelona. A chegada de Michael van der Mark para 2021, e a confirmação de uma equipa satélite, deverá ajudar a marca alemã a estabelecer-se não só na Corrida Superpole, mas também no resto do Campeonato.

Top 5 da Corrida Tissot Superpole:

1.) Jonathan Rea (83 pontos)

2.) Scott Redding (54)

3.) Michael van der Mark (48)

4.) Toprak Razgatlioglu (37)

5.) Rubén Rinaldi (20)

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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