MotoGP, 2020: Em contagem decrescente para Valência

Por a 2 Novembro 2020 15:00

Faltam 3 corridas e ainda há pelo menos 6 concorrentes em linha para a coroa de MotoGP, a dias da antepenúltima prova do ano

Com 75 pontos ainda na mesa, Joan Mir da Suzuki tem uma vantagem de 14 à frente do Campeonato, e MotorLand colocou ainda mais nomes no chapéu…

Há 11 corridas, a época de 2020 começou com uma ficha limpa. Vários meses, um duplo e três triplos encontros depois e estamos a caminho da última série de três corridas, duas em Valência e uma em Portugal.

Com apenas uma vantagem de 14 pontos para o líder do Campeonato, oito vencedores diferentes, 15 nomes no pódios e seis pilotos com uma verdadeira oportunidade de triunfar, além dos outsiders… e o homem na liderança ainda nem ganhou uma corrida!

Quando chegamos ao Circuito Ricardo Tormo, o homem que ainda procura a primeira vitória no MotoGP apesar do seu lugar à frente é Joan Mir (Suzuki Ecstar). O Maiorquino tem sido o rei da consistência num ano caótico de mudanças de sorte, deixando-o com 14 pontos de diferença e agora está focado no jogo a longo prazo, bem como em embolsar a primeira vitória na classe rainha.

Se o fizer no Grande Prémio de Europa, uma pista que deverá ir bem com a Suzuki, fará de 2020 o recorde de todos os tempos de diferentes vencedores, estabelecido em 2016. Se não o fizer, pode muito bem aumentar a sua vantagem global, tal tem sido a capacidade metronómica de Mir de acabar no pódio.

O primeiro homem a querer garantir que o tempo de Mir chega ao fim é Fabio Quartararo (Yamaha Petronas SRT). O francês já ganhou três vezes este ano e chega a uma pista que se adapta que nem ginjas à Yamaha. Poderá dar a volta a algumas corridas mais difíceis e voltar a dominar?

Uma viagem de volta ao degrau superior do pódio reacenderia o ímpeto de Quartararo, como faria para Maverick Viñales (Yamaha Monster Energy). Viñales ganhou pontos a Quartararo em ambas as corridas de MotorLand e continua bem na caça, só não ganhou nenhum a Mir.

Por falar em dinâmica e ganhar pontos, Franco Morbidelli (Yamaha Petronas SRT) juntou-se ao seu companheiro de equipa no GP de Teruel como os únicos repetentes esta temporada, e fê-lo tal como fez para a sua primeira vitória: com uma lição de domínio. Isso coloca-o em quarto lugar na geral e a 25 pontos do topo, e ele já prometeu esta em modo de ataque completo, numa carga tardia para a coroa, mas sem ter necessidade de gerir qualquer pressão real… até agora. Mesmo assim, é um pouco menos do que para aqueles que estão sob o microscópio há algum tempo.

Isso também acontece com Alex Rins da Suzuki Ecstar. O seu intervalo é mais longo do que o de Morbidelli, a 32 pontos do topo, mas coisas estranhas acontecem. O espanhol fez uma grande exibição no GP de Aragón para se tornar o oitavo vencedor da temporada, e seguiu  com mais um pódio.

Crucialmente, ele também bateu o colega de equipa Mir pela primeira vez em algum tempo, e terá de manter isso uma realidade se quiser fazer um ataque à coroa. Valência deve servir bem à Suzuki, o que é uma boa notícia para ambos, mas será que o número 36 vai virar as mesas? Ou o ás de Rins é, na verdade, o facto de ele não ter outra escolha a não ser atacar?

À frente de Rins, no entanto, continua Andrea Dovizioso (Equipa Ducati). Não tem sido fácil ultimamente, mas o italiano continua a conquistar pontos, recuperando em algumas corridas até uma segunda saída mais difícil em MotorLand. Nunca tendo tido a melhor sorte em Valência, Dovi provavelmente precisa que algumas estrelas se alinhem para começar a apontar ao pódio. Mas aquela vez que Dovizioso ganhou na classe rainha no Circuito Ricardo Tormo não foi há muito tempo, e foi à chuva. Agora que realmente pode tornar as coisas interessantes… e é Novembro, afinal de contas.

E depois há os muitos outros que ultimamente estão rápidos. Takaaki Nakagami (Honda LCR Idemitsu) será o primeiro na fila para uma corrida redentora depois de ter conseguido uma incrível pole position no GP de Teruel só para cair muito cedo, último piloto que tinha pontuado em todas as corridas.

Alex Márquez (Honda Repsol) também caiu para pôr fim ao seu recente rol de pódios e vai querer recuperar, embora no Rookie of the Year continue empatado com 67 pontos com o vencedor de Brno Brad Binder (KTM Red Bull) depois de o sul-africano também ter caído em Teruel e levar Jack Miller (Ducati Pramac Racing) com ele, que também vai querer uma sorte melhorada…

Pol Espargaró (KTM Red Bull Factory Racing), entretanto, teve mais um fim de semana impressionante e vai querer replicar isso e muito mais, e Miguel Oliveira (KTM Red Bull Tech 3) não estava longe em 6º.

Há ainda Cal Crutchlow (Honda LCR Castrol), Aleix Espargaró (Aprilia Gresini) e o quase certo regresso da lenda Valentino Rossi (Yamaha Monster Energy).

Três corridas, seis concorrentes, um título… e tudo se resume ao último triplo desafio.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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