MotoGP, 2020: A KTM e as concessões

Por a 12 Agosto 2020 15:30

O sistema de concessões, ou pontos de concessão, adaptado em 2016 na sua presente forma, visava facilitar a entrada de mais fabricantes no Mundial, evitando o pesado investimento necessário para terem de se bater com motos recém-criadas contra as forças estabelecidas.

Basicamente, além dos pontos de concessão em si, de que já falaremos, as fábricas que nunca tinham ganho ou conseguido pódios tinham direito a mais motores, 9 em vez de 7, mais liberdade no desenvolvimento e a possibilidade de realizar treinos ilimitados.

Contra isto, as marcas estabelecidas têm 7 motores, proibição de realizar treinos fora dos oficiais para toda a grelha ou das suas duas pistas de desenvolvimento escolhidas e desenvolvimento limitado a um ou dois “upgrades” de motor por época.

Isto aplica-se aos motores especificamente, sendo a ciclística e periféricos como escapes livres.

A atribuição das concessões depende dos resultados da marca e algumas delas são imediatamente retiradas, enquanto outras só o serão no início da temporada seguinte.

Mike Leitner estava radiante com a vitória de Binder

Porém, com a KTM a conseguir agora uma primeira vitória, interessa-nos mais as regras que levam à perda de concessões.

Estas são basicamente, pelo novo sistema de pontos de concessão, 3 pontos para uma vitória, 2 pontos para um segundo e 1 ponto para um terceiro.

Se uma fábrica com concessões acumular 6 pontos de concessão, em qualquer combinação, perde concessões. algumas com efeito imediato. É o caso dos testes ilimitados.

A Suzuki perdeu as concessões com 2 vitórias de Rins em 2019

Adicionalmente, na temporada seguinte, terão apenas 7 motores à disposição e estarão sujeitos ao congelamento de desenvolvimentos ao motor como as outras marcas.

É fácil ver que bastam duas vitórias, o que já aconteceu com a Suzuki, para levar à perda total das concessões.

A Aprilia é agora a marca mais longe de perder as concessões

Como a KTM acaba de ganhar uma corrida, está a meio da pontuação permitida, e já não pode realizar testes ilimitados, pelo que a partir deste momento, terá apenas cinco dias de testes para o resto do ano, dois dos quais acaba de usar em Brno depois do Grande Prémio da Checa.

Outra vitória levaria a 6 pontos e à perda total de concessões… Outra das regras é que as concessões só se podem perder e não ganhar, ou seja, maus resultados não acarretam a entrada da marca nas concessionadas…

Estamos certos, no entanto, que entre correr à frente sem concessões ou continuar atrás, tanto a KTM como a Aprilia escolheriam a primeira!

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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