MotoGP – Wayne Gardner: “A Austrália tem um longo caminho a percorrer”
Em termos de motociclismo quando falamos na Austrália, estamos a falar inevitavelmente a falar de um país que já deu grandes campeões ao mundo das duas rodas, nomeadamente em termos de velocidade. Nomes como Wayne Gardner, Mick Doohan, Troy Bayliss ou o próprio Casey Stoner dispensam apresentações, tendo coleccionado diversos títulos mundiais em MotoGP e no Mundial de Superbikes.
Porém nos últimos anos, o país da Oceânia tem estado mais na sombra no que diz respeito à luta pelos primeiros lugares, sendo apenas Jack Miller o único representante na classe maior do motociclismo de velocidade e na calha apenas surge o jovem Remy Gardner, filho de Wayne, que compete em Moto2.
E precisamente tendo a oportunidade falar com o pai de Remy, à margem da apresentação da 1ª edição do Estoril Classics Week, tentámos perceber um pouco o que se passa no motociclismo australiano.
“Quando competia eram os norte-americanos e australianos que dominavam a disciplina. Depois começaram a surgir os pilotos espanhóis e italianos que começaram a trabalhar da mesma forma que nós. Importaram o dirt track, os miúdos começaram a competir cada vez mais cedo e aprenderam todos os nossos truques. Agora temos aí o resultado de tudo isso. Existem muitos bons pilotos italianos e espanhóis, sendo que mais estão aí a aparecer. Penso que nos próximos anos está aí muito talento para chegar. Não só europeu através da britânica European Talent Cup, mas também asiático com a Asia Talent Cup”, disse Gardner ao MotoSport.
Mais focado no desenvolvimento de jovens talentos na Austrália, o homem de Wollongong considera que o país do cangurus está a “melhorar o seu sistema, mas tem ainda um longo caminho a percorrer tal como os Estados Unidos. As coisas não estão ainda muito bem definidas e com isso a ‘barreira’ do tempo vai passando. Atualmente temos o Jack Miller em MotoGP e o meu filho Remy em Moto2, mas depois destes nomes não vejo muitos pilotos australianos a aparecer no Mundial durante algum tempo. Isto porque o sistema educativo, na Austrália, é muito lento o que faz com que os miúdos comecem muito tarde a competir.”