MotoGP: Valentino Rossi de suspiro em suspiro

Por a 13 Novembro 2017 09:43

No meio da corrida de nervos que foi o Grande Prémio da Comunidade Valenciana um facto não ficou indiferente a quem assistiu à corrida. Falo do eclipse total de Valentino Rossi e da Yamaha. Não deixa de causar algum constrangimento no meio do suspense da luta pelo título, Rossi estar remetido a um papel de actor secundário, que não condiz em nada com o seu estatuto ou não estivéssemos nós a falar do mais bem sucedido piloto no Mundial de MotoGP neste novo milénio.

No entanto este foi o corolário de um ano negro para II Dottore e a Yamaha. Desde as trocas e baldrocas com o chassis da M1, à falta de competitividade da mesma, passando pela perna partida de Rossi enquanto praticava enduro, aconteceu de tudo um pouco nas hostes de Iwata em 2017.

Contudo queria focar o tema destas linhas em torno de Valentino Rossi. A caminho dos 39 anos, que fará em fevereiro de 2018, não é novidade para ninguém que os melhores anos da carreira do transalpino fazem já parte de um passado que nos fez vibrar a todos enquanto amantes desta disciplina.

Esse talento inato e que faz de Valentino um dos melhores de sempre, para muitos é mesmo o melhor, ainda corre nas suas veias e de vez a vez vem ao de cima. Quero com isso dizer que mais do que lutar por títulos, hoje em dia talvez seja tempo de começar a olhar para Valentino Rossi numa outra perspetiva ainda para mais se a moto que tem em mãos não colabora.

Estamos perante um dos maiores desportistas da história, que caminha paulatinamente para a sua retirada, e que em determinados momentos tem ‘suspiros’ daquela fibra que permitiu dominar a seu bel-prazer a primeira década do Mundial.

Provas disso é o seu intenso despique, pela vitória, com Maverick Viñales em Le Mans, que terminou com o abandono na última volta, a categórica vitória em Assen, a excelente corrida realizada em Phillip Island e claro o terceiro lugar em Aragão apenas três semanas depois de ter fraturado a perna direita. Esse é o momento em Valentino Rossi mostra na plenitude que é feito da massa dos grandes e onde questionamos, nós os mortais, a que planeta pertence este italiano que se sabe ter nascido em Urbino no dia 16 de fevereiro de 1979.

Esta situação aliada à já referida competitividade da M1 explica a resposta ambígua de Rossi quanto ao tema tabu da sua retirada. Diz o italiano, que tem contrato com a marca nipónica até ao final de 2018, que quer continuar a competir para além dos 40 anos, mas vai decidir o seu futuro após os primeiros Grandes Prémios da próxima temporada.

Aí sim, Valentino Rossi terá já uma perfeita noção se o quadro apresentado permite ainda ver a luz do túnel da ‘La Décima’ ou se por outro lado a tendência dos ‘suspiros’ é para manter e com o passar do tempo serão cada vez menos. É que memórias de Valentino Rossi temos já muitas e Johann Zarco está já aí ao virar da esquina…

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