Ensaio BMW S 1000R de 2017 – Super Hypernaked
Já tínhamos ensaiado há uns meses atrás a versão mais desportiva da BMW 1000, a RR e depois de constatarmos a sua enorme sofisticação e desempenho, tínhamos alguma curiosidade em conhecer a sua versão naked, actualizada este ano depois de apresentada há três anos atrás. Decidimos convidar para este ensaio e tendo em conta as características desta moto, o piloto português Miguel Franco de Sousa que se sagrou Campeão Nacional o ano passado no CNV no Troféu ZCup e no qual participa novamente este ano com uma das novíssimas Z900.
A BMW S 1000R de 2017 traz de origem um escape especial desenhado pela Akrapovic, realidade que lhe confere um aumento de potência de cerca de 5CV, passando a ter 165CV, longe dos 199CV da versão RR mas agora compatível com o novo standard de restrição de emissões Euro 4.
Muitas vezes nos questionamos se fará sentido andarmos no dia a dia com uma moto com 200CV, numa posição agressiva , que convida a rodar acima dos 200… “pode-se … mas é proibido” como dizia o professor. Ainda assim a Hypernaked S 1000R da BMW é uma moto muito rápida, com um motor cheio de binário, com uma posição cómoda e chegada à frente, com um guiador largo tipo supermotard, ao mesmo tempo a pedir uma pilotagem agressiva mas suficientemente flexível para facilitar uma condução tranquila e suave no dia a dia.
Uma das alterações que constatamos de imediato em relação à versão anterior é precisamente o quadro, herdado directamente da versão mais desportiva a RR e que é agora mais leve, realidade que faz precisamente que a moto seja agora cerca de 2 kg mais leve que a anterior. A electrónica é também semelhante e herdada da versão RR com uma centralina BOSCH IMU, o que quer dizer que entre outras funções inclui agora o ABS em curva e o sensor que regula o controle de tração em função da inclinação da moto também.
Incluído na moto este ano como standard é também o pack da BMW Gear Shift Assist Pro, um sistema bi-direcional de “quickshift” que funciona na perfeição e compensa largamente a não utilização da embraiagem, que por sinal achei algo dura, sendo que o seu acionamento é por cabo. No pára arranca em cidade há que ter mãos de aço já que o “quickshift” só se tira partido em andamento.
A BMW trabalhou exaustivamente na admissão da S 1000R para a tornar compatível com o standard Euro 4, realidade que foi também conseguida através da inclusão do novo escape Akrapovic, fornecendo um acréscimo de potência e tornando a S 1000R numa das mais rápidas Hypernaked do mercado.
Na versão standard a electrónica inclui três modos de motor. O Road para condições normais , o Rain para rodar em dias de chuva e de piso escorregadio e o Dynamic para uma condução mais desportiva e /ou TrackDays. Rodei quase sempre em modo Road, que permitia uma condução suave e com ajuste electrónico das suspensões acertada, confortável mas eficiente. Experimentámos o modo Dynamic e não se justifica, pois torna a suspensão rígida e a aceleração mais brusca. Já a posição Rain enrola o motor no início da aceleração dando-lhe algo mais de progressividade, realidade que será útil de facto em dias de chuva mas que tira carácter à S1000R. Uma das funções que também está incluída, com regulação também no punho esquerdo, é o “Cruise Control” realidade que numa moto deste tipo não sei se será de muita utilidade…mas está lá e funciona na perfeição.
Uma das opções que a BMW propõe é um pack chamado “Dynamic Pro” que permite ter acesso a novas funcionalidades e afinações da S 1000R , como por exemplo a nível da gestão da suspensão semi-activa que monta, tornando-a mais agressiva para utilização mais desportiva, permitindo inclusive a personalização do seu set-up assim como do controle de tração e do ABS.
Para além do já referido permite ainda activar a função “Launch Control” muito em voga no arranque da grelha de partida das competições de velocidade e também o limitador de velocidade no “Pit Lane” este último para evitar penalizações por excesso de velocidade.
Por tudo o que já referimos dá para perceber que a S1000R é uma moto cheia de atributos e com um carácter desportivo perfeitamente vincado, herdeira da sua irmã RR e com caráter suficiente para enfrentar qualquer outra Hypernaked que se queira bater com ela… os seus atributos vão-se revelando e apurando à medida que vamos ganhando confiança e vamos subindo o regime da sua utilização.
Num mercado tão disputado é difícil conseguir situar a S 1000R numa escala face à sua concorrência e digamos que “out of the box” é do melhor que já experimentei este ano. Seria interessante fazer um mega comparativo entre aquelas que lutam entre si pela liderança neste tão competitivo segmento. A Yamaha MT10, a Aprilia TuonoV4 1100, a KTM SuperDuke… todas soberbas e de enorme sofisticação e desempenho desportivo. As opções e electrónica disponível colocam sem dúvida alguma a S 1000 R no topo desta lista.
FICHA TÉCNICA
Motor | |
Tipo | Motor tetracilíndrico em linha, a 4 tempos com refrigeração líquida, quatro válvulas por cilindro em titânio, duas árvores de cames à cabeça |
Diâmetro x curso | 80 mm x 49.7 mm |
Cilindrada | 999 ccm |
Potência máx. | 165 cv (121 kW) às 11.000 rpm |
Binário max. | 114 Nm às 9,250 rpm |
Taxa de compressão | 12.1 : 1 |
Gestão do motor | Injeção eletrónica |
Controlo da emissão de gases | Norma de emissões EU-4, silenciador em titânio de encaixe HP |
Prestações / Consumo | |
Velocidade máxima | mais de 200 km/h |
Combustível | Gasolina sem chumbo de 95-98 octanas (RON) (controlo de detonação; potência máx. obtida com combustível de 98 octanas RON) |
Sistema elétrico | |
Alternador | 406 W |
Bateria | 12 V/9 Ah, sem manutenção |
Transmissão | |
Embraiagem | Multidisco em banho de óleo, embraiagem deslizante, acionamento mecânico |
Caixa de velocidades | Seis velocidades com veio de sincronização, com engrenagem de dentes direitos |
Transmissão secundária | Corrente com relação 17/45 |
Ciclística / travões | |
Quadro | Dupla trave em composto de alumínio com motor autoportante |
Suspensão dianteira | Upside-down telescopic fork Ø 46 mm, compression and rebound stage adjustable |
Suspensão traseira | Forquilha telescópica invertida com Ø 46 mm, afinação da expansão e compressão |
Curso da suspensão dianteira / traseira | 120 mm / 120 mm |
Distância entre eixos | 1,439 mm |
Avanço | 98.5 mm |
Ângulo da coluna de direção | 65.2° |
Jantes | Alumínio fundido |
Jante dianteira | 3.50 x 17” |
Jante traseira | 6.00 x 17” |
Pneu dianteiro | 120/70 ZR 17 |
Pneu traseiro | 190/55 ZR 17 |
Travão dianteiro | Dois discos flutuantes, pinças fixas radiais de quatro êmbolos, diâmetro de 320 mm, espessura de 5mm |
Travão traseiro | Disco simples, pinça flutuante de êmbolo único, diâmetro de 220 mm, espessura de 5 mm |
ABS | Race-ABS BMW Motorrad (parcial-integral), pode ser desligado |
Dimensões / pesos | |
Comprimento | 2,057 mm |
Largura (com espelhos) | 845 mm |
Altura (sem espelhos) | 1,228 mm |
Altura do banco, peso sem carga | 814 mm |
Arco interior das pernas, peso sem carga | 1,805 mm |
Peso sem carga, com meios de funcionamento, depósito cheio 1) 1) | 205 kg |
Peso total permitido | 407 kg |
Carga máxima (com equipamento de série) | 202 kg |
Capacidade do depósito | 17.5 l |
Reserva | aprox. 4 l |
PVP 13.777,00 euros
PVP Base
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13.777,84 €
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ISV
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268,82 €
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Cor
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Vermelho “Racing”, Preto “Storm” metal
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N1G
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Opcionais de Fábrica
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182 – DTC
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– €
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227 – Pack Sport
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985,00 €
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235 – Pack Dynamic
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985,00 €
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Acessórios
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Valor s/IVA
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Vidro escuro
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180,49 €
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Proteção do motor Esquerdo
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95,93 €
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Proteção do motor Direito
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124,80 €
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Cores Disponíveis 2017
Concorrência
Yamaha MT-10 / 998cc / 160CV / 210Kg / 13.895 euros
Kawasaki Z1000 / 1.043cc / 142CV / 220Kg / 13.390 euros
KTM Superduke GT / 1.301cc / 172CV / 205Kg / 19.721 euros
Aprilia Tuono V4 RR / 1.077cc / 175CV / n.d. Kg / 16.261 euros
*Agradecimento final ao piloto Miguel Franco de Sousa
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