Crónica: Casey Stoner faz falta ao MotoGP
Aliens. Foi este o apelido que Valentino Rossi, Casey Stoner, Jorge Lorenzo e Dani Pedrosa receberam quando os quatro dominavam o Mundial de MotoGP. O talento sobrenatural de Marc Márquez substituiu entretanto o nome de Stoner nesse quarteto. Mas hoje, três anos depois do surpreendente anúncio de retirada do australiano, parece inegável que Stoner continuaria a ser um dos melhores pilotos do mundo. Isto é… caso não se tivesse afastado no auge das suas capacidades, aos 27 anos.
Um pouco como o amigo norte-americano Ryan Villopoto no motocross e supercross, a saída de cena de Stoner chocou o mundo do motociclismo pela perda demasiado precoce de um talento notável, uma personalidade problemática mas cujo estilo em pista apaixonou milhões com exibições memoráveis.
Ver Stoner a curvar em powerslide, ao jeito das dirt tracks australianas, era uma experiência deliciosa. Principalmente numa era em que despontava o super slow motion, essa tecnologia que desconstrói, frame a frame, a sublime capacidade de pilotagem dos eleitos. E os amantes da modalidade sabem, por exemplo, que Stoner foi o único verdadeiramente capaz de ‘domar’ a irascível Ducati Desmosedici, um feito que nem Rossi, nem Hayden nem Dovizioso conseguiram, ou pelo menos com a mestria do australiano.
As notícias sobre o regresso de Stoner à Ducati como piloto de testes deixam-nos a todos (sim, a nós petrolheads) com água na boca. Porque o MotoGP acaba de ter uma das melhores épocas da sua história e porque a possibilidade de um regresso de Stoner ao ativo – algo que lhe foi negado pela Honda aquando da lesão de Pedrosa – abrem um cenário quase idílico para a disciplina-rainha do motociclismo. Cinco aliens juntos na mesma corrida? Bring it on.
Ricardo S. Araújo