MotoGP: Maverick Viñales e a sua ascensão meteórica
Desde os tempos em que foi rival de Miguel Oliveira no competitivo CEV e bateu o piloto luso na luta pelo título em 2010, que no país vizinho muitos projetavam um futuro glorioso para este jovem de 21 anos nascido em Figueres na Catalunha. Da estreia no Mundial em 125cc no ano de 2011 à conquista do título de Moto3 em 2013, esta época, a segunda em MotoGP, tem sido marcada pela verdadeira afirmação de Maverick Viñales.
No entanto recuemos um pouco até ao início da sua carreira no Mundial em 2011, onde chegado como campeão do CEV conquistou logo no seu ano de estreia quatro corridas, subiu por nove vezes ao pódio, conquistou três poles e fechou o campeonato num positivo terceiro lugar. Nada mau para um estreante de apenas 16 anos. No ano seguinte, Maverick Viñales tornou-se no primeiro piloto a vencer uma corrida de Moto3, o GP do Qatar, a categoria que nesse mesmo ano substituiu as inesquecíveis 125cc. Ainda em 2012, Viñales levou a FTR-Honda ao lugar mais alto do pódio por mais quatro vezes, no entanto a irregularidade demonstrada durante o ano fez com o que o espanhol ficasse novamente no terceiro lugar do campeonato.
Para 2014, Maverick Viñales mudou de equipa, assinando pelo Team Calvo, e aos comandos de uma KTM alcançou o seu primeiro título mundial, numa temporada onde venceu duas corridas, que aliado ao facto de ter terminado 16 dos 18 Grandes Prémios realizados não deixou margem para dúvidas sobre quem era o homem mais forte.
Com os louros de campeão do Mundo, Viñales mudou-se de armas e bagagens para o Moto2, onde apenas esteve uma época. Representando a Pons Racing e tendo como companheiro de equipa o malogrado, Luis Salom, o piloto espanhol cedo se demonstrou adaptado a esta categoria ao vencer o segundo Grande Prémio da temporada, realizado no traçado texano de Austin. Neste seu único ano de passagem pelo Moto2, Maverick voltou a não deixar ninguém indiferente e levou para casa quatro vitórias e nove poles, o que valeu aos 20 anos a entrada pela porta grande na classe rainha. Viñales assinou contrato com a Suzuki, insígnia que regressou o ano passado ao Mundial após três anos de ausência.
E o piloto de Figueres não poderia ter melhor cartão de visita entre os mais fortes pilotos do mundo ao ser no ano passado o ‘rookie’ do ano. Já este ano lutando sempre com uma instável Suzuki GSX-RR, que tantas críticas tem recebido, Viñales já havia alcançado no GP de França o seu primeiro pódio em MotoGP ao ser terceiro. Contudo o melhor ainda estava para chegar com a transferência para a Yamaha no próximo ano, onde terá a grande tarefa de substituir Jorge Lorenzo e dividir a boxe com o seu ídolo de infância, Valentino Rossi.
A cereja no topo do bolo chegou em Silverstone onde saboreou pela primeira vez o champanhe da vitória. Numa corrida onde dominou do princípio ao fim, sempre com um ritmo constante, sem cometer excessos e beneficiando das animadas lutas pelas posições atrás de si. O piloto da Suzuki construiu rapidamente uma vantagem segura que guardou até à bandeirada de xadrez tornando-se assim no nono piloto espanhol a vencer na classe rainha. Este triunfo ganhou contornos ainda mais especiais, pois Maverick Viñales é o primeiro piloto que ganhou corridas nas três atuais categorias do Mundial: Moto3, Moto2 e MotoGP.
No final e claramente emocionado este jovem de apenas 21 anos afirmou que esta vitória foi um sonho tornado realidade. Se o piloto espanhol nos permite a ousadia, o sonho de Viñales começou precisamente ontem em Silverstone.