MotoGP: Cal Crutchlow vence pela primeira vez

O piloto da LCR Honda somou o seu primeiro triunfo na classe rainha ao conquistar o GP da República Checa no traçado de Brno. Este triunfo de Crutchlow deveu-se sobretudo à boa escolha de pneus do piloto britânico que ao contrário da maioria dos pilotos optou por um composto da Michelin para chuva mais duro.

Esta situação permitiu um melhor desempenho num asfalto de Brno que estava a secar ao invés dos pilotos que optaram por uma escolha mais macia, ideal para a pista molhada, e viram os seus pneus perderem eficácia à medida que a corrida caminhava para o seu fim.

De 15º no final da terceira volta, Crutchlow soube aguardar pacientemente pelo seu momento para subir na tabela sempre apoiado por um grande ritmo de corrida. A chegada à liderança deu-se a sete voltas do fim, momento em que ultrapassou Andrea Iannone, que vinha a liderar há muito a corrida. Até ao final o piloto britânico dispôs de uma vantagem bem confortável para a concorrência para assim oferecer à equipa de Luccio Cecchinello a primeira vitória na classe rainha e a segunda de uma equipa satélite esta época, depois de Jack Miller no GP da Holanda. Este foi também o primeiro triunfo de um piloto britânico em MotoGP, desde a vitória do mítico Barry Sheene no GP da Suécia em 1981, realizado no velhinho circuito de Anderstorp.

No segundo posto ficou Valentino Rossi. O piloto italiano adoptou uma estratégia parecida com a de Cal Crutchlow, apenas diferiu no pneu macio dianteiro,  e na fase final da corrida subiu várias posições, depois de ter andado abaixo do top 10 nas primeiras voltas. Marc Márquez completou o pódio. O piloto da Honda foi o primeiro líder da corrida, mas desde esse momento optou por fazer uma corrida inteligente sempre a pensar no campeonato, onde é primeiro. Sem nunca cometer nenhum excesso, Márquez foi o primeiro piloto dos que escolheram os pneus mais macios.

Seguiram-se os dois pilotos da Avintia Racing, Loris Baz e Héctor Barberá, que apesar de pertencerem a uma equipa privada foram os melhores representantes da Ducati. O piloto francês adoptou a mesma táctica de Crutchlow no final foi recompensado com a sua melhor classificação até ao momento em MotoGP. Héctor Barberá alcançou um saboroso quinto lugar, numa corrida onde o piloto espanhol esteve quase sempre entre os cinco primeiros apesar de ter em mãos uma Ducati Desmosedici GP14.2.

Eugene Laverty também esteve em bom plano ao ser sexto e foi secundado por Danilo Petrucci e Andrea Iannone. O vencedor no passado fim de semana no Red Bull Ring, realizou uma corrida da frente para trás. O facto de ter escolhido um composto mais macio de pneus, tornou muito dura a tarefa de Iannone nas últimas sete voltas. O piloto italiano terminou a corrida com o pneu dianteiro praticamente destruído.

Maverick Viñales foi nono numa corrida onde a Suzuki nunca demonstrou condições para lutar pelos lugares da frente. Já o seu colega, Aleix Espargaró, abandonou com problemas na GSX-RR. A fechar o top 10 ficou o estreante Tito Rabat, que em Brno foi o único representante da Marc VDS, pois Jack Miller não competiu devido a um pulso e a uma vértebra fraturada no último GP da Áustria.

Do lado das desilusões desta corrida ficaram dois pilotos espanhóis. Dani Pedrosa que não foi além de um modesto 12º lugar, naquele que foi mais um fim de semana para esquecer para o piloto da Honda, que tem estado irreconhecível esta época.

Outra das grandes desilusões foi Jorge Lorenzo. Piloto mais rápido nos treinos livres e segundo à partida para a corrida, Lorenzo tal como Crutchlow e Rossi sofreu muito nas primeiras voltas perdendo várias posições e rodando mesmo fora dos lugares pontuáveis. Na fase em que o composto mais duro da Michelin para chuva estava a começar a surtir efeito, o piloto da Yamaha, que inclusive tinha feito a volta mais rápida e já estava nos pontos, parou nas boxes para trocar de moto.

Isto perante a evidente irritação do staff de Lorenzo, que repudiou esta acção. Poucas voltas depois Lorenzo regressou à boxe para voltar à moto com que tinha iniciado a corrida, no entanto o mal já estava feito. O piloto espanhol terminou a corrida num dececionante 17º lugar, fora dos pontos, tendo cedido terreno importante na luta pelo título.

Por fim esta foi também uma corrida desapontante para Andrea Dovizioso, que somou o quinto abandono depois de ter tido problemas na sua moto e numa altura em que lutava pelo primeiro lugar com o seu colega, Andrea Iannone. Dovizioso ainda trocou de moto, mas voltas depois e já muito atrasado regressou às boxes para desistir.

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