WSBK, Assen, Jorge Viegas: “O Marc deveria ter cumprido a pena sem apelar”
Se neste momento o painel de Stewards parece estar no olho do furacão, não há pessoa mais indicada para responder às críticas que o próprio presidente da FIM, Jorge Viegas, presente em Assen para o Mundial de Superbike.
Em Assen, antes da primeira ronda do Campeonato do Mundo de Supesport 300, o presidente Jorge Viegas, reiterou a declaração de missão da FIM para o desporto global da moto. O objetivo é continuar a destacar o papel da FIM para uma audiência mundial e enfatizar o compromisso do órgão regulador mundial do desporto de motociclismo com a segurança e o jogo limpo por meio da rede de suporte abrangente que fornece.
Entrevistado pelos nossos colegas da Motosprint, Jorge Viegas começou por dizer: “Quando entrei na FIM não tinha uma ideia positiva ,pensei que fosse um grupo de pessoas que viajavam o mundo sem fazer nada. Tentei mudar as coisas, na medida do possível, e como presidente estou feliz com o que foi feito. Agora a FIM é um órgão aberto, dentro do qual ser pode falar com quem quiser, e estamos abertos a críticas”.
Questionado sobre as críticas que partiram dos pilotos, tanto no MotoGP como nas SBK, ligadas ao trabalho dos Stewards, o presidente da FIM foi claro.
“Os membros do painel não são perfeitos. É como no futebol: às vezes querem matar o árbitro, outras vezes aplaudem-no. O que posso dizer é que eles foram escolhidos pela sua competência, e jamais gostaria de interferir no seu trabalho, exceto para fazer avaliações no final da temporada”.
Alguns pilotos disseram abertamente que não têm o poder de mudar as coisas
“Os pilotos estão sempre presentes nas Comissões de Segurança e procuramos sempre seguir as suas instruções. Por exemplo, muito se tem falado sobre as Sprint Races, a começar por pilotos como o Quartararo. Falei com ele, e ele reclamou, mas prometi-lhe que se não dessem certo, poderíamos refazer os nossos passos sem problemas”.
Sobre o que Jorge Viegas acha do caso Marquez e da penalização…
“A situação é clara. O Marc fez o que fez e concordou com a penalização. O Painel de Comissários escreveu uma sanção pouco clara, então pedi-lhe que a tornassem mais clara, e a Honda Team conseqüentemente apelou , tanto que falei pessoalmente com o Alberto Puig. O recurso foi bem feito, então a bola foi para os juízes da FIM, que decidiram suspender a penalização, para terem tempo de decidir e evitar problemas. A decisão virá em breve. Pessoalmente, se eu fosse o Marc, teria cumprido a pena, sem apelar, porque agora ele deu a ideia às pessoas de que não a quer cumprir, o que não é bonito.”
Que fazer para evitar saídas como a da Suzuki do MotoGP?
“Não é fácil. Falei com o número um da Suzuki no Japão, que me disse que iriam investir noutro tipo de motor. Acho que vão voltar, mas não sei quando. Viemos de anos difíceis por causa da Covid, mas agora as coisas estão a melhorar e acho que poderíamos ter notícias positivas. Por exemplo, estou feliz que a Ducati tenha entrado nas corridas de resistência. Temos que criar regras em colaboração com os fabricantes, pois é a única forma de convencê-los a investir”.
Sobre um hipotético regresso da Aprilia às Superbike
“Neste momento estou contente com o facto da Aprilia estar a entrar no todo-terreno, ainda que com um orçamento limitado, visto que quase todo o seu esforço está virado para o MotoGP. Não sei sobre as Superbike, mas estou feliz com o número de fabricantes nas Superbike”.