Cavalheiresco como sempre, Álvaro Bautista foi feliz na sua corrida caseira, fazendo os seus fãs delirar com um duelo titânico com Toprak Razgatlioglu. Se no sábado celebrou o bicampeonato, fechou com chave d’ouro a temporada 2023 com a Ducati.
O bicampeão mundial Álvaro Bautista celebrou esta tarde a vigésima sétima vitória em 2023, assim como o sexto hat trick da temporada, que surgiu no final de uma longa e exaustiva batalha com Toprak Razgatlioglu decidida, infelizmente, pela direção de corrida. Mas o que restará desta prova, não é o resultado , indiferente para o campeonato, mas sim o espetacular duelo entre o espanhol e o turco .
A corrida desta tarde em Jerez foi, com toda a certeza em conjunto com a Corrida 2 de Portimão, a melhor corrida da temporada de 2023. Os comissários de facto penalizaram Toprak Razgatlioglu devido à sua saída para o green na última curva da corrida.
“Infelizmente é a regra e devemos respeitar os limites da pista especialmente na última curva”, disse Bautista após a última corrida do ano. “Se usarmos partes da pista que não podemos usar, como é o caso, é justa a decisão. Claro que eu preferia ter vencido cruzando a linha de chegada em primeiro, mas é uma regra que todos conhecemos e se diz que não podemos usar o verde temos que respeitar”.
Absolutamente honesto e frio nos comentários sobre o sucedido, Bautista prosseguiu na sua análise. “Não estou contente com a vitória mas sim com a corrida. Tivemos um duelo muito duro, fomos muito agressivos mas ao mesmo tempo correctos. Considero que é uma das melhores corridas de SBK, ainda mais que a Corrida 2 de Portimão porque as ultrapassagens foram todas numa curva, aqui entrámos sempre em locais diferentes.”
“Hoje aceitei a batalha com o Toprak”
“Normalmente ando de uma forma onde não tenho que correr apenas os riscos necessários e manter um pouco de margem, hoje não tive problemas e por isso aceitei arriscar mais tentando sempre atacar e defender-me sem me preocupar sobre cometer erros. Normalmente só ultrapasso se tiver certeza, mas hoje aceitei a batalha .”
Foi arrepiante ver este duelo titânico numa pista tão técnica como Jerez que revelou as diferenças e os pontos fortes não só dos pilotos, mas também das motos.
“Se me virem a rodar sozinho, pensam que fiz a linha correcta. Por outro lado, se estou com o Toprak ou uma Yamaha, já estou habituado a ouvir que estou a ir longe demais. Temos diferentes motos e diferentes estilos de pilotagem. A minha moto tem que ser travada quando ainda estou na reta e na última parte da descida tenho que desistir, enquanto o Toprak pelo contrário consegue travar forte até ao último momento, mesmo com a moto inclinada. Em curvas rápidas, porém, a minha moto tem mais tração e consigo obter mais grip, o que é resultado de diferentes motos e estilos de pilotagem. Em batalhas como a de hoje o Toprak leva vantagem porque o seu estilo e pontos fortes são perfeitos para duelos .”
A última corrida da temporada foi provavelmente a melhor da temporada cheia de ultrapassagens espectaculares?
“É difícil escolher uma corrida, mas talvez te diga que a entrada na curva 5 foi uma das melhores . A última volta também foi boa, mas houve muitas ultrapassagens, não consegui escolher sempre a linha ideal”. Concluiu o piloto de Talavera de La Reina.