Superbike, Aaron Slight: “Podiamos fazer o que queriamos, hoje não”

Por a 29 Janeiro 2022 15:08

Se há alguém que esteve presente desde o início no Campeonato Mundial de Superbike, fundado em 1988, essa pessoa foi Aaron Slight. Hoje, o neozelandês raramente é visto nas pistas.

Aaron Slight foi um dos pilotos mais conspícuos do campeonato do mundo baseado em motos de produção no seu tempo. O piloto de 56 anos nunca foi campeão do mundo, mas o neozelandês ainda é um dos ícones mais conhecidos do Mundial de SBK.

Slight fez a sua estreia no Mundial de Superbike com uma Bimota YB4 em 1988 em Sugo, mas foi em 1992 que completou uma temporada completa. Venceu de forma sensacional a primeira corrida em Albacete com uma Kawasaki ZXR 750 e terminou o campeonato em sexto lugar. Em 1994, o neozelandês juntou-se à lendária equipe Castrol Honda. Em 1996 e 1998 foi vice-campeão do mundo, em 1994 e 1995 terceiro nos campeonatos do mundo. Em 2000, Slight já tinha feiro 229 corridas de Superbike e venceu 13 corridas.

O drama em 2000 e o abandono

Aaron Slight passou por horas dramáticas em 2000, quando desmaiou durante um test drive em Phillip Island. Um coágulo de sangue foi descoberto na cabeça no hospital, exigindo cirurgia imediata. Havia pouca esperança de que o então piloto de 34 anos voltasse a correr – três meses depois estava de volta em sua Castrol Honda, terminando em oitavo na geral. Foi a sua última temporada.

Em 2012, por ocasião do 25º aniversário do Campeonato Mundial de Superbike em Milão, foi homenageado como um piloto excepcional. A marca registrada de Aaron Slight era o número inicial 111 – e seu moicano, que ele usava às vezes, também em vermelho.

“Poderíamos fazer o que quiséssemos na época”, garantiu Slight. “Hoje, as pessoas só agem e falam de maneira compatível com as relações públicas. Não era assim naquela época. Faziamos o que queríamos fazer.”

Depois da sua carreira nas duas rodas, o piloto de longa data da Honda mudou para as quatro rodas e, entre outras coisas, competiu no campeonato britânico de carros de turismo. Em 2004, ele virou as costas para a Europa e desde então vive na sua terra natal, a Nova Zelândia. “Sinto muita falta da Europa”, Slight admitiu certa vez. “A Nova Zelândia está longe de tudo. Se quisermos ficar ligados às corridas, temos que ficar na Europa. Há vários anos que trabalho na Nova Zelândia como embaixador da marca Honda e acompanho os track days. Isso de alguma forma pemitiu-me ficar ligar às corridas sem me envolver muito profundamente.”

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Ricardo Ferreira
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