SBK- Como se lida com o calor nas corridas?

Por a 24 Março 2019 14:39

As temperaturas elevadas levam os pilotos, as máquinas e as equipas ao limite, como aconteceu recentemente na Tailândia!

O Campeonato Mundial de Superbike está na vanguarda da inovação tecnológica e, em condições extremas, fomos ver o que acontece nos bastidores para lidar com essas variações climáticas. Como exemplo, Alberto Colombo (Coordenador Técnico da Yamaha Pata) fala sobre alguns desses aspetos, como manter o depósito coberto com mantas térmicas para impedir a gasolina de aquecer.

A travagem é muito importante para qualquer equipa de corridas, e em altas temperaturas, não é incomum ver as máquinas exceder as suas capacidades. Nessas condições, a equipa usa condutas de ar de fibra de carbono, que recebem o ar de uma área de alta pressão na frente da moto e o canalizam sobre as pinças, que normalmente estão expostas ao ar turbulento atrás das bainhas do garfo.

A equipa também usa tinta térmica para controlar a temperatura dos discos, pois um aumento excessivo  na temperatura dos rotores pode levar a uma queda no desempenho da travagem. A Pata usa três tintas diferentes que mudam de cor a temperaturas específicas – verde a 430 graus Celsius, laranja a 560 graus Celsius e vermelho a 610 graus Celsius.

Depois das corridas na Tailândia, a tinta vermelha mudou completamente. Para garantir que a temperatura não se torna excessiva, discos Brembo mais espessos foram usados. O aumento de massa melhora a dissipação térmica e retarda a acumulação de calor. No entanto, a custo da moto ficar mais pesada.

O motor precisa de ser ajudado de todas as maneiras possíveis. A regra geral, para homem e máquina é que o desempenho desce mais em calor extremo do que em condições normais. A temperatura do motor e da água deve ser controlada para consistência no desempenho. Mudar o óleo, que se degrada mais depressa a cada sessão, é óbvio.

Fechar a carenagem o mais próximo possível do ponto de entrada do ar para os radiadores ajuda a dirigir volumes mais altos de ar fora da área do motor. Embora modificações nas fibras para permitir isso não sejam as mais aerodinâmicas, o arrefecimento tem precedência.

Em termos do que os pilotos usam, Lowes usou um camel back no fato, que contém apenas 300ml, uma quantidade de líquido insuficiente quando se pode ser perder 1kg a 1,5kg numa sessão só com a transpiração. Já o seu companheiro de equipa holandês, usou um colete refrigerante sob o fato de cabedal.

Felizmente, o calor e humidade de Buriram é o mais extremo em termos das condições a que os pilotos e motos estarão expostos toda a temporada de SBK…

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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