Mulheres ao poder no motociclismo

Regra geral em termos desportivos a competição destinada ao género feminino é realizada em separado do género masculino. No entanto no caso do motociclismo em alguns casos as senhoras competem diretamente contra os homens.

Situação essa que tem originado aqui e acolá alguns resultados históricos. Desde logo o 10ª posto de Christine Martin em 1981 no Dakar – a primeira mulher a conseguir ficar no top 10 da prova – ou o nono lugar da consagrada Laia Sanz no mesmo evento em 2015, que é até aos dias de hoje a melhor classificação de uma mulher na mais dura prova de todo-o-terreno do mundo, um evento que coloca à prova as capacidades humanas dos atletas que decidem estar à partida.

O ano passado foi escrita mais uma bela página desta bonita história com a finlandesa Kirsi Kainulainen a tornar-se na primeira mulher a conquistar um título mundial de velocidade de uma competição tutelada pela FIM, pois sagrou-se campeã do mundo de Sidecar em conjunto com Pekka Päivärinta.

Passado praticamente um ano depois da conquista de Kainulainen eis que as mulheres brilharam de novo em competição com pilotos do género masculino. No passado domingo no Autódromo Internacional do Algarve, Ana Carrasco com apenas 20 anos tornou-se na primeira mulher a vencer uma corrida de um Campeonato do Mundo de Motociclismo. Tudo aconteceu na prova destinada ao Mundial de Supersport 300, categoria nascida em 2017 e que serve de suporte às rondas europeias do Mundial de Superbikes tendo como objetivo permitir o desenvolvimento em competição dos pilotos mais jovens.

No mesmo fim de semana, mas no mítico Bol d’Or Lucy Glöckner – um nome que poderá dizer pouco à partida – brilhou ao terminar a grande clássica da resistência francesa no quarto posto aos comandos de uma BMW S1000RR inscrita pela Völpker NRT48 Schubert Motors . Um dos melhores desempenhos de sempre de uma mulher numa prova de resistência e que ganhou ainda maior relevo quando na parte final da prova gaulesa, Glöckner susteve durante largos minutos os ataques de Sébastien Gimbert, que é somente um dos mais cotados pilotos do motociclismo de resistência.

Momentos que jamais serão esquecidos e que ajudam a engrandecer e muito a riquíssima história do desporto motorizado.

Alexandre Melo

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