ESBK: Ivo Lopes, campeão de Espanha de Open 1000

Por a 21 Outubro 2020 13:30

Com toda a azáfama do mundial de Superbike a terminar no Estoril e as peripécias de um Aragón muito difícil, a extraordinária prestação de Ivo Lopes, que venceu a categoria Open do Europeu de Superbike em Espanha, quase passou despercebida

Ivo Lopes assegurou no passado fim-de-semana o Campeonato Open 1000 de Espanha ao vencer decisivamente as duas mangas em Navarra.

O piloto da Amadora venceu mais uma vez as duas mangas a uma prova do fim, perfazendo oito vitórias no campeonato e três dobradinhas no pódio para, com uma diferença de 73 pontos para o segundo classificado Joan Zamorano, garantir uma diferença de pontos insuperável quando falta a última prova em Jerez a 8 de Novembro.

Fomos ouvir o que o piloto teve a dizer sobre esta última corrida e sobre a sua época em geral:
“Este fim-de-semana, como em todos os outros, o objetivo era ganhar as corridas! Foi por isso que escolhemos ir para as Open, porque é um campeonato que está englobado com as Superbike, na realidade a categoria de Superbike é como em Portugal, é uma Superstock, são motos de origem, por isso fomos para o Open para também ganhar experiência e ter uma hipótese de lutar pelo título, porque o que fica na história, são os títulos!

O objetivo era ganhar na Open 1000, ou ficar o mais à frente possível!

Este fim-de-semana conseguimos ganhar as duas mangas, e na realidade, algumas pessoas pensam que as Open 1000 são mais preparadas, mas a minha moto em termos de motor é completamente de origem.

A ideia da categoria Open 1000 é que a este campeonato vêm correr muitos pilotos do mundial de resistência para treinar, e essas motos tem garfos especiais e adaptações que não lhes permitem correr nas Superbike, e foi para os acomodar… mas não há modificações aos motores, por isso fiquei bastante contente quando ficamos em terceiro na grelha e depois vencemos as corridas…

O Campeonato Open admite mais modificações que o de Superbike, porque as Superbike em Espanha na verdade são Superstock como em Portugal e as 1000 são livres, mas não se pode pôr um motor de SBK, mas há pessoas que pensam que aquilo é uma Superbike…”

“Bati o Sheridan Morais e o Broc Parkes porque são as nossas pistas, se calhar se fosse eu lá, batiam-me eles!”

“Acho que as pessoas falam um bocadinho sem ter noção, houve quem dissesse que o Campeonato Open 1000 era um bocadinho fraco mas depois foram lá fora e não conseguiram ganhar corridas, e o meu objetivo principal era aprender.

Basta ver que no Nacional, vieram cá o Sheridan Morais e o Broc Parkes e eu bati-os, também claro, porque são as nossas pistas, e se calhar se fosse eu lá, batiam-me eles!

O fim-de-semana correu bastante bem, consegui ser rápido, mas não gostei da minha qualificação, não me saiu bem, e conseguimos um nono lugar, mas pelo menos conseguimos andar com os da frente e aprender, porque os pilotos da frente deste campeonato são grandes, são muito grandes!

Temos o Roman Ramos, temos ao Jordi Torres, pilotos que vêm do mundial de Superbike e conseguir andar com eles, colado ao grupo da frente.

Na segunda corrida também fizemos um 3º, consegui andar à frente e consegui apanhar a roda deles, andei a corrida quase toda em quarto e a duas voltas do final passei para o terceiro…

A última volta da corrida foi espectacular porque sim, o objetivo era ser campeão mas ficava satisfeito se conseguisse um top cinco à geral e conseguimos um 3º e não é preciso dizer mais nada, isso diz tudo, acho que foi um trabalho feito.

De momento, temos que acabar o campeonato nacional, ainda podemos ser campeões nacionais.

Depois, na última corrida em Jerez, talvez haja uma surprezasinha em Espanha, o objetivo seria passar para a classe de Superbike em Espanha para o ano…

Na verdade gostava de subir de categoria e lutar pelo Campeonato de Superbike

Acho que foi o jogo perfeito para nós ir para a Open 1000 e ganhar muita experiência, e esta corrida em Navarra para mim foi perfeita, foi uma das melhores corridas da minha carreira, consegui andar num grupo com o Carmelo Morales, que já foi oito vezes campeão de Espanha, e já esteve no Mundial, um Roman Ramos que já fez o Mundial de SBK todo, e o Guarnoni, que foi campeão do mundo de Resistência… acabamos por ter motos iguais e o meu objectivo era treinar para ser competitivo para o ano e, mesmo assim, ganhámos!”

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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