CNV – Tiago Magalhães: “Foi mais um título especial”
Ao terminar no quarto posto a sétima e última ronda do Campeonato Nacional de Velocidade, realizada no Circuito do Estoril, Tiago Magalhães garantiu o segundo título nacional consecutivo nas Superbikes. Um prémio para o piloto que venceu cinco das oito corridas realizadas e que pelo meio mudou de equipa para a última jornada do ano. Magalhães saiu da Kawasaki Oneundret Racing Team, equipa onde em 2015 havia sido campeão, para ingressar no Team Intermarche/Salgadosmoto/Solis/Campsi, onde esteve aos comandos de uma BMW S1000RR “emprestada pelo amigo e piloto Nuno Paulo”.
Apesar deste contratempo, Magalhães manteve-se firme e conseguiu levar a melhor superando por oito pontos Rui Reigoto, outra grande figura do motociclismo de velocidade em Portugal, nas contas finais do campeonato. Em conversa com o MotoSport, Tiago Magalhães não escondeu que “todas as vitórias e títulos tiveram um sabor especial porque todos foram difíceis de conquistar e sempre com adversidades até ao fim. Este ano foi mais um título com um sabor especial pois só com a força da minha família, amigos e patrocinadores consegui estar presente na última prova para defender o ceptro alcançado em 2015”.
Questionado se a troca de equipa, e num momento crucial da época, levantou dúvidas sobre a conquista do título, Magalhães afirmou que sempre acreditou que seria “campeão devido à experiência que adquiri nos últimos anos. No entanto por motivos pessoais e de motivação cheguei a pensar a meio da época em abandonar todos os campeonatos em que estava envolvido”.
Já sobre as diferenças que encontrou no Estoril entre a já domada Kawasaki ZX-10 e a BMW S1000RR, o piloto português deixou uma curiosa opinião. “Ambas as motos devido ao excesso de intervenção eletrónica tornam-se difíceis de pilotar em modo “Tiago Magalhães”. Para a competição todas as motos necessitam de uma base de preparação para se poder trabalhar e evoluir a cada corrida. Ambas as motos de série são fantásticas para pilotos menos experientes ou para uso em estrada. São muito velozes e toda a eletrónica original funciona na perfeição. Na competição são motos campeãs muito rápidas mas é preciso algum trabalho para conquistar um título aos seus comandos. Estamos na presença de duas máquinas muito sensíveis e com muita potência por explorar. No geral gostei de pilotar tanto a Kawasaki como a BMW”.
Com mais um título no bolso, Tiago Magalhães pensa já no próximo ano e nos desafios que se seguem. “Em termos de equipa que vou representar não tenho nada concreto, mas tenho de estar envolvido num projecto ambicioso e que me motive. Já recebi alguns contactos, mas não está nada decidido. A minha ideia todos os anos passa por fazer o Campeonato Nacional e sempre que possível competir fora do país. No entanto os apoios são poucos pelo que as coisas tornam-se mais difíceis”, explicou o piloto que este ano participou a par do CNV no sempre competitivo FIM CEV Europeu de Superbikes, onde também defendia as cores da sua antiga equipa, a Kawasaki Oneundret Racing Team.