O Circuito do Estoril acolheu no passado fim de semana a primeira prova do Campeonato Nacional de Velocidade 2024. Em dias de muitas emoções e com tempo misto de sol e alguns aguaceiros no domingo, ficámos a conhecer os primeiros protagonistas da nova temporada das diversas categorias.
Depois de uma jornada de testes levada a cabo no sábado anterior, as motos voltaram a rodar no Circuito do Estoril no passado fim de semana de 27 e 28 de abril, para a primeira prova do Campeonato Nacional de Velocidade 2024, denominado Circuito Vivaldo Ferrão em homenagem a um popular e veterano comissário do Motor Clube do Estoril, recentemente falecido.
No preenchido programa constavam cinco corridas por cada um dos dois dias de competição, cada uma delas agrupando duas classes na mesma corrida, nomeadamente para as categorias de Superbike + Superstock 600, Naked Bikes + Troféu Luís Carreira, Supersport 300 + PréMoto3, Moto4 + Mir Moto5 e Copa Dunlop Motoval (classes 1 e 2).
Dois dias com condições mistas… sol e chuva
Com sol e algum vento, e já depois de realizados os treinos livres e de qualificação, a tarde de corridas de sábado começou com a corrida dedicada às Naked Bikes, competição que esta época deixa de ser Troféu para obter estatuto de Campeonato Nacional. Crónico favorito, Frédéric Bottoglieri (Triumph) isolou-se de imediato no comando rumo a uma vitória folgada na geral e na classe NB2. Atrás de si, Luís Franco (BMW) desembaraçava-se da outra Triumph de Romain Berton para garantir o 2º lugar (1º em NB), enquanto Marcos Leal, na única Kawasaki Z900 presente, também batalhava para alcançar o 3º lugar da geral (2º NB2). Único inscrito no Troféu Luís Carreira, o veterano Fernando Mercier levou a bom porto a sua Suzuki GSX-R1000.
Seguiu-se a corrida que agrupava as Moto4, em que alinhava apenas Alexandre Cabá, e o pelotão das Mir Moto 5, com oito pilotos, entre os quais as três jovens pilotos trazidas para esta classe pela Escola de Iniciação Moto Racing de Sintra: Carlota Carochinho, Lara Pinto e Carolina Azevedo. Sem surpresas, Alexandre Cabá dominou ambas as corridas de ambos dos dias à geral, com Lourenço Vicente a triunfar nas Moto5 também nas duas corridas.
Na Copa Dunlop Motoval, triunfo relativamente confortável para Rafael Ribeiro (Yamaha R1), à frente de outros dois pilotos da classe 2, Rui Palma (BMW M1000RR) e Daniel Coelho (Honda CBR1000RR), com o primeiro dos pilotos da classe 1, Ricardo Rodrigues (Yamaha R6) a terminar em 4º da geral.
Chegava a altura de entrar em ação a classe rainha, as SBK, a alinharem em conjunto com as Superstock 600. Nesta primeira ronda apenas alinharam quatro pilotos de Superbike, mas contámos com dez motos de STK600 (todas elas Yamaha YZF-R6), destacando-se a chegada de vários novos pilotos a esta categoria do CNV que promete ser das mais animadas, casos de Gonçalo Capote, Rodrigo Valente ou Martim Marco.
Pole position para Miguel Romão (Yamaha R1), tendo a seu lado Ricardo Lopes (Honda CBR1000RR) e Ruben Macuá (Yamaha R1), seguidos dos primeiros homens das ‘seiscentos’ – Gonçalo Capote, Gonçalo Ribeiro e Alessio Guarnieri. Apagados os semáforos, uma partida menos conseguida de Miguel Romão abriu caminho a que Macuá e Lopes assumissem a dianteira, com Ricardo Lopes a colocar-se no comando à segunda passagem, não mais o perdendo. Romão viria a alcançar e bater Ruben Macuá rumo ao 2º posto. Entre as 600, após uma boa luta nas primeiras voltas com Gonçalo Capote, foi Gonçalo Ribeiro quem se instalou no comando isolado, terminando em 4º da geral e 1º da classe.
O dia de sábado fechou com a corrida que reuniu as classes de Superport 300 (monopolizada pela Kawasaki) e PréMoto3, numa grelha de 18 pilotos (13 em SSP300, 5 em PréMoto3). Tomás Alonso saiu da pole position e desembaraçou-se dos seus rivais rumo à vitória, com um trio composto por Martim Jesus, Uriel Hidalgo e Dinis Borges a disputarem as posições seguintes, terminando por esta ordem. Vasco Fonseca (8º da geral) impôs-se na Pré-Moto3.
Domingo define os primeiros líderes
No domingo, as condições atmosféricas vieram alterar ligeiramente o ‘jogo’, com uma manhã em que períodos de Sol alternaram com aguaceiros, obrigando a cuidados redobrados durante as sessões de treinos, mas com a pista a secar para as corridas. Como referido antes, na primeira corrida do dia Alexandre Cabá e Lourenço Vicente repetiram os triunfos da véspera em Moto4 e Moto5. Também na Copa Dunlop Motoval os vencedores de sábado fizeram a ‘dobradinha’ na corrida de domingo, respetivamente Rafael Ribeiro na geral e classe 2, e Ricardo Rodrigues na classe 1.
Em seguida foi a vez das Naked Bikes terem a sua segunda corrida do fim de semana, novamente com Frédéric Bottoglieri a sair na frente, levando a sua Triumph Street Triple 765 a novo triunfo folgado. Seguiu-se um trio de BMW S1000R, com Luís Franco a terminar novamente em segundo, repetindo a vitória em NB1, na frente de Paulo Vicente e Ricardo Almeida. A fechar o top 5, Marcos Leal foi 2º em NB2.
As Supersport 300 e PréMoto3 entravam em pista para a penúltima corrida do dia, desta feita com Martim Jesus a partir da pole position, travando uma boa luta com Tomás Alonso, Dinis Borges e o espanhol Uriel Hidalgo. Tomás Alonso liderou a maioria das voltas, com Dinis Borges a passar também pelo comando, mas Alonso viria a cair já na fase final da corrida (retomando a pista para acabar em 4º lugar), abrindo o caminho para Martim Jesus e Dinis Borges discutirem a vitória, com vantagem final para o primeiro por com 0,7s. Uriel Hidalgo assegurou o lugar mais baixo do pódio e Vasco Fonseca voltou a ser o melhor entre as PréMoto3.
O dia encerrou com a corrida que agrupava as Superbike e Superstock 600, agora com Ruben Macuá a colocar a sua R1 na pole position, numa grelha que, devido ao piso molhado durante a qualificação, ajudou a que as STK600 ocupassem posições de destaque, como foi o caso das R6 de Rodrigo Valente e Martim Marco, que saíram na primeira linha nas segunda e terceira posições.
Ruben Macuá foi o primeiro a liderar, mas Ricardo Lopes viria depois a subir ao comando, ele que viria a ser penalizado com uma dupla ‘long lap’ por falsa partida, terminando em 8º lugar, tal como sucedeu com Gonçalo Capote, penalizado pelo mesmo motivo mas que acabaria por não terminar devido a uma queda.
Na frente assistia-se a uma boa luta entre Macuá e Miguel Romão, que terminaria com vantagem para o homem da pole por 0,3s, estreando-se assim a vencer no Nacional de SBK. Ruben Macuá passa assim a liderar o campeonato, com os mesmos 41 pontos que Ricardo Lopes e Miguel Romão a somente um ponto. Nas STK600, Gonçalo Ribeiro terminou em 3º na corrida e venceu a classe, com Rodrigo Valente a cerca de 2 segundos e Timur Kostin a fechar o pódio desta classe. Gonçalo Ribeiro é assim o líder isolado nas ‘seiscentos’, com mais 14 pontos que Rodrigo Valente.
O Campeonato Nacional de Velocidade regressa no fim de semana de 8 e 9 de junho com a segunda visita do ano ao traçado do Estoril.
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