Dakar: KTM de volta, apesar da crise
Também como consequência da crise ficanceira que a casa-mãe atravessa, o grupo Pierer Mobility AG reduziu a sua participação de três marcas (KTM, Husqvarna e GASGAS) para apenas uma no Dakar 2025, concentrando todas as suas forças na Red Bull KTM.
Se a isto somar-mos a separação de Toby Price, a demissão de Sam Sunderland e a grave lesão de Matthias Walkner, começa a fazer sentido esta redução de meios. O facto de se ter conseguido uma redução significativa de custos foi um efeito secundário agradável para a empresa, que se encontrava em dificuldades.
Com os dois irmãos Kevin e Luciano Benavides, além de Daniel Sanders – vencedor do Rally de Marrocos 2025, a KTM ainda têm boas hipóteses de sucesso no Dakar 2025. Kevin venceu duas vezes o rali mais difícil do mundo, mas teve muito azar com lesões recentemente. Luciano é o campeão mundial de Rally Raid de 2023 e Sanders é mais do que apenas um jovem piloto promissor.
“O facto do meu irmão estar na equipa é algo histórico para nós dois”, disse Kevin Benavides, de 35 anos. “É emocionante estar na mesma equipa que ele e usar as mesmas cores. Em Marrocos fizeram um excelente trabalho – Sanders como vencedor e Luciano como terceiro. Eles mostraram que são fortes para este Dakar. Claro que estar com meu irmão é motivador para me recuperar das lesões. O meu objetivo é fazer o meu melhor todos os dias. Não entro com um resultado específico em mente. Ando com o objetivo de me sentir bem na moto. Se eu me sentir bem, o resultado virá”.
Como o Grupo Pierer não estava inscrito para o campeonato mundial deste ano, Luciano Benavides não conseguiu defender o título mundial que conquistou com a Husqvarna.
“É maravilhoso estar de volta à KTM. Saí de 2019 como Campeão Mundial Júnior e voltei como Campeão Mundial na categoria RallyGP”, explicou Luciano. “Houve várias saídas da equipa e as marcas fundiram-se, criando uma equipa com Kevin e Daniel Sanders. Estar na mesma equipa que o Kevin pela primeira vez, é ótimo para todos os nossos fãs. Marrocos foi uma boa base, mas ainda não estou no nível que quero. Temos que melhorar a afinação da moto. Chegarei ao Dakar 100% apto e preciso melhorar a minha concentração e preparação mental. O objetivo é dar o meu melhor e levar o troféu para casa. Se um de nós vencer, seria incrível.”
Daniel Sanders também ficou muito tempo lesionado após uma queda em 2023. O australiano ficou em oitavo lugar no Dakar deste ano.
“Isso foi um grande feito. Fomos para lá com duas semanas de preparação e novas atualizações na moto depois de eu ter tido uma pausa de sete meses desde que fracturei o fêmur e tive complicações na cicatrização”, relembra o temerário. “Nem tinha a certeza se poderia participar no Dakar 2024. A corrida foi um grande risco, mas dou sempre o meu melhor quando estou na moto. Voltar com a KTM é emocionante e quero fazer justiça ao seu trabalho árduo. É ótimo trabalhar com os irmãos Benavides. Tenho certeza que formaremos uma grande equipe. Estou feliz por estar de volta à forma e mostrar boa velocidade antes do Dakar”.