Adrien Van Beveren terminou as 48h Crono como vencedor e Ricky Brabec subiu a primeiro na classificação geral do Rally Dakar 2024. Também na ‘comitiva lusa’ houve mudança de líder, com António Maio (Yamaha) a rodar junto aos pilotos da frente para entrar no top 20, isto enquanto Rui Gonçalves viu-se obrigado baixar ao 34º posto devido a problemas com a moto. Mário Patrão continua a liderar a classificação dos Veteranos.
Após dois dias muito intensos cumpridos maioritariamente nas dunas do Empty Quarter, António Maio (Yamaha) rodou com consistência no pelotão da frente. Conseguindo fazer uma excelente gestão do combustível ao longo do percurso, o piloto de Borba foi vigésimo na etapa e subiu ao 20º lugar da classificação geral registando uma vantagem confortável de cerca de 30 minutos para o 21º classificado. Maio concluiu os 835km da longa maratona de 48 horas (209 de ligação, e 626 de Especial) em 9h9m39s, uma diferença superior a 1h face aos vencedores.
“Tive de gerir o combustível ao máximo a cada quilómetro e tive de fazer um enorme esforço para chegar ao fim. Já sabia que a etapa ia ser dura, mas foi pena porque não consegui atacar. No entanto, também tenho de reconhecer que foi um ponto positivo porque poupei a moto.”
Mário Patrão (Crédito Agrícola/Honda) cruzou a linha da meta cerca de 13 minutos depois no 28.º lugar, a 1h24m46s de Van Beveren, subindo ao 30º lugar da geral. Novamente no primeiro lugar da Veteran Trophy, como de resto ocorreu em cinco das seis etapas já disputadas, o piloto de Seia soma já mais de 32h de competição, aos comandos da nova Honda CRF 450 RS2 Rally.
“A minha Honda portou se à altura, cada dia estou mais habituado a ela. Apenas um apontamento ao Roadbook eletrónico que deixou de funcionar cerca de 30km. Vê-se muito mal quando o sol está a incidir diretamente sobre ele. De resto foi uma semana positiva, apesar da queda, agora vamos preparar a moto, corpo e mente para a segunda semana que se espera muito dura”, comentou Mário Patrão.
Bruno Santos (Husqvarna) fechou o ‘pódio luso’ com um 34º lugar e ocupa neste momento o 31º lugar da classificação geral. Para o piloto inserido na estrutura XRaids Experience o setor seletivo cumprido nas dunas do Empty Quarter foi exigente e duro, particularmente devido a uma dificuldade mecânica que surgiu a meio do primeiro dia. A corrente da moto partiu e o piloto perdeu mais de 1h30 para resolver o problema.
“Foram 626 km de puras dunas! Ontem perdi muito tempo porque se partiu a corrente da moto e demorei algum tempo a fazer as reparações. Mas, com alguma ajuda foi possível continuar. Foi pena porque me sentia a rodar nas dunas como nunca o tinha feito antes”, disse o estreante Santos – uma supresa ao longo desta primeira semana do Dakar.
Rui Gonçalves (Sherco), que tem sido o maior destaque até ao momento de forma geral, teve um dia mais complicado devido a uma avaria na moto – ficou parado na quinta-feira, perdendo quase 2 horas antes de voltar à prova, concluindo a etapa no 73.º lugar, 34º da geral.
Alexandre Azinhais (KTM), o representante do Club Aventura Touareg, a rodar mais forte do que o habitual no dia de hoje, concluiu a tirada de dois dias da sexta etapa no 78º lugar, subindo na geral ao 69º lugar.
Amanhã é dia de descanso em Riade para os concorrentes, dando às equipas o tempo necessário para fazer a manutenção e reparação das motos. A competição prossegue no domingo, 14 de janeiro, com a 7ª etapa Riade – Al Duwadimi com um total de 873 quilómetros, dos quais 483 em especial cronometrada. A primeira parte é um labirinto de canyons, seguido por dunas.
