Crónica: Quem será o novo nº 1?
2016 abre um novo capítulo para as duas rodas no Dakar. Desde o início do milénio que Marc Coma e Cyril Despres figuravam na lista de inscritos e a partir de 2005 foi sempre um deles a vencer. Indiscutivelmente eram e são, apesar de ausentes, as grandes referências nas motos. Rápidos, como muitos, e mestres na navegação, talvez como nenhum outro.
O francês trocou as duas pelas quatro rodas após o Dakar 2014, enquanto o espanhol passou de piloto a diretor desportivo da prova no ano seguinte. Ambos enveredaram por outros caminhos, mas continuando ligados ao evento em que são e fizeram história.
Curioso é que nenhum deles foi alguma vez batido – a não ser pelo outro – desde que conheceram o sabor da vitória nas motos. Com o surgimento de novos valores, como os portugueses Hélder Rodrigues, Ruben Faria e Paulo Gonçalves, antes de cada Dakar havia sempre uma questão no ar – Será desta que são derrotados? Sempre houve pilotos com capacidade e meios para tal. Mas ninguém o conseguiu…
De facto foi assim, mas Coma e Despres elevaram o binómio rapidez/navegação a um patamar que só ambos conheciam. Ambos despediram-se com chave de ouro, cinco vitórias para cada lado. Saíram e nunca foram batidos.
2016 surge por isso como o ano da expetativa. O nº 1 está fora, literalmente, já que o primeiro dístico está na Honda CRF 450 Rally de Paulo Gonçalves, que ostenta o nº 2.
Pilotos capazes de o reivindicar não faltam, com um Dakar que dá gosto só de se olhar para a lista de inscritos, com quatro marcas com argumentos para estarem na frente – KTM; Honda; Yamaha; e Husqvarna.
Sem Coma, e com a ausência de última hora de um dos mais experientes da equipa KTM por lesão, Sam Sunderland, a par dos portugueses – Gonçalves, Faria e Rodrigues – Joan Barreda Bort e Pablo Quintanilla são talvez os pilotos mais cotados na dianteira, nenhum deles em KTM.
Será por isso 2016 o ano da mudança? De piloto, inevitavelmente. E de marca? Irá a KTM ver a sua hegemonia ser quebrada? Candidatos não faltam: Paulo Goncalves (Honda), Joan Barreda Bort (Honda), Hélder Rodrigues (Yamaha) e Ruben Faria (Husqvarna) são alguns deles. Mas também Pablo Quintanilla (Husqvarna), Toby Price (KTM), Matthias Walkner (KTM) e David Casteu (KTM). Numa segunda linha estão Stefan Svitko (KTM), Olivier Pain (KTM), Jordi Viladoms (KTM), Frans Verhoeven (Yamaha)e Alain Duclos (Sherco Tvs).
Quem será o novo nº 1?