Trial, Opinião: Toni Bou como Valentino Rossi

Por a 19 Março 2019 10:23

Existem atletas que simbolizam uma especialidade para todo o sempre no imaginário de quem segue com toda a paixão e fervor essas disciplinas.

É assim com Michael Jordan no basquetebol, Eddy Merckx no ciclismo, Michael Phelps na natação e a lista podia continuar por aí fora. Nas duas rodas temos o ‘monstro’ Valentino Rossi que é conhecido em qualquer parte do mundo, mas numa outra camada do motociclismo habita igualmente um dos maiores desportistas da história, passe a redundância, do desporto.

Falamos de Antoni Bou, mais conhecido como Toni Bou em termos de nome de competição. Um referente no trial, modalidade nobre no contexto das duas rodas. Aos 32 anos, Bou vai na impressionante sequência de 25 títulos mundiais. Sim, leu bem. Títulos esses que são divididos pela especialidade indoor (X-Trial) e outdoor (TrialGP). Não sabemos até onde irá o pecúlio deste catalão que vive em Andorra, mas uma coisa é clara como a água.

Toni Bou é um dos grandes e será para sempre lembrado como a grande referência quando o assunto em cima da mesa é o trial. Venha quem vier e tenham o currículo cheio de títulos. Destronou desse lugar, o que já não era nada fácil, o britânico Dougie Lampkin, que é igualmente outro dos grandes na arte de contornar obstáculos.

O mais incrível em toda esta bonita história de Toni Bou é a sua capacidade de reinventar-se e estar sempre no máximo das suas capacidades quando a motivação e sobretudo a ‘fome’ de ganhar tinha tudo para ser cada vez mais diminuta ou mesmo nula. Evidente sinal de que estamos na presença de um fora-de-série que literalmente não conhece obstáculos.

Tal como Valentino Rossi que aos 40 anos entra em cada Grande Prémio com o mesmo ou se calhar até maior entusiasmo do que se estivesse a começar o seu primeiro dia de aulas, onde todo um mundo está por descobrir.

Dois animais de competição que não conhecem limites e que nós, os mortais, julgamos serem eternos, apesar do inevitável avançar da idade. Mas eles como nós não o são, infelizmente. Toca a desfrutar enquanto andam por aí, como dizia o outro.

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Alexandre Melo
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