MotoGP, Fabio Quartararo e o desafio do V4: “Não apostaria tudo num novo motor”

Por a 15 Dezembro 2024 13:00

Durante várias épocas, a Yamaha tem lutado para se manter no topo da hierarquia do MotoGP. O desenvolvimento de um motor V4 é visto como uma solução para recuperar a competitividade perdida. Embora convencido do potencial do V4, Fabio Quartararo mantém-se cauteloso e sublinha a necessidade de melhorar outros aspectos da moto. Além disso, a chegada de novos engenheiros, nomeadamente Max Bartolini, demonstra a vontade da Yamaha de se questionar. O francês faz um balanço durante esta pausa de inverno.

O anúncio de verão da Yamaha sobre o desenvolvimento de um motor V4 para sua M1 marcou uma viragem significativa na abordagem técnica da marca japonesa. Embora a Yamaha não tenha vencido uma corrida desde o Grande Prémio da Alemanha de 2022, a introdução deste motor parece ser uma tentativa de colmatar o fosso com marcas europeias como a Ducati, Aprilia e KTM.

No entanto, Fabio quartararo, o líder indiscutível da equipa oficial da fábrica de Iwata, continua cauteloso quanto ao impacto imediato desta inovação.

“Penso que esta é uma fase que temos de atravessar, porque sabemos realmente que o potencial está no V4”, explicou numa entrevista ao crash.net. “Vemos a Ducati, a Aprilia, a KTM e até a Honda. Há coisas que eles fazem muito melhor do que nós. Mas eu não me decidi por um novo motor.”

Desde o início da era dos motores a quatro tempos no MotoGP, a Yamaha sempre contou com um motor de quatro cilindros em linha, uma arquitetura que é cada vez mais considerada obsoleta face ao domínio dos V4.

“Em setembro de 2023, estava mesmo a pensar em mudar de marca”, admite. “Pedi muitas coisas: engenheiros de qualidade, um grande orçamento para a aerodinâmica e o motor, novas pessoas… E eles responderam”

A Yamaha recrutou, nomeadamente, Max Bartolini, antigo engenheiro da Ducati, num esforço para revitalizar o seu departamento técnico. “Tive uma conversa bastante longa com Max Bartolini. Na Yamaha, há falta de pessoas como ele, mas eles investiram muito e isso pesou na minha decisão de ficar”, explicou Fabio Quartararo.

Apesar da tentação de mudar de equipa, o francês também teve em conta a sua história com a Yamaha. “A lealdade que me demonstraram ao trazerem-me para o MotoGP numa altura em que eu não era ninguém teve um papel importante na minha decisão”, declarou.

Enquanto a Yamaha está a trabalhar na possibilidade de introduzir o seu motor V4 e a rever a sua abordagem técnica, Quartararo espera que esta estratégia global dê frutos já na época de 2025. Para o francês, o motor V4 é um elemento, mas sabe que só uma revisão completa da equipa e uma abordagem mais agressiva à competição permitirão à Yamaha voltar a ser um concorrente sério no MotoGP.

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Ricardo Ferreira
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