MotoGP, 2021, Jerez: Quando Jerez atraía milhares de Portugueses

Por a 23 Abril 2021 17:30

O Grande Prémio de Espanha no Circuito de Jerez é um evento colorido que atrai multidões de todo o lado para ver os melhores pilotos do mundo a lutar ao sol da Andaluzia

O circuito de Jerez de la Frontera, no sul de Espanha, foi construído em 1986, substituindo o que costumavam ser corridas de rua em empedrado, e acolheu o seu primeiro Grande Prémio um ano depois.

Nos finais dos anos 80 e 90 do século passado, antes de haver Grande Prémio de Portugal, Jerez era uma verdadeira romaria para dezenas de milhares de portugueses, coincidindo com o boom das grandes cilindradas em Portugal e um crescente interesse  no Mundial com estrelas como Rainey, Schwantz ou Doohan em acção.

Desde então o evento, que atrai regularmente multidões na ordem do quarto de milhão de espetadores, permaneceu no calendário MotoGP como o Grande Prémio de Espanha.

A oferta da própria cidade, em termos gastronómicos e turísticos, também constitui uma atração, com as visitas às famosas caves em destaque.

A afluência de Portugueses era tal que a data tinha uma influência marcada na economia do setor, e qualquer oficina recusava trabalho, cheia de marcações para correntes, pneus e revisões antes de Jerez, e mesmo nalguns casos motos novas adquiridas para a deslocação.

As discussões sobre o melhor caminho a tomar (sair por Elvas e pela estrada interior de Rosal de los Caballeros ou ir até ao Algarve e rumar a Sevilla) eram infindáveis e, mais dramaticamente, excessos e acidentes também eram  frequentes.

Hoje, a pandemia de Covid pôs fim a isso, mas Jerez, e o Grande Prémio de Espanha, que antes se disputava em Jarama, perto da capital Madrid, permanecem eventos míticos.

Como nação, a Espanha produziu alguns grandes pilotos ao longo dos anos, como Angel Nieto, que deu o pontapé de saída, mas também Ricardo Tormo, Champi Herrero, Sito Pons, Alex Crivillé e Jorge Martinez “Aspar”.

Já na era da MotoGP, nomes como Jorge Lorenzo, Marc Márquez, Dani Pedrosa,  Maverick Viñales, ou claro, Joan Mir, continuam agora a história de sucesso espanhola na classe rainha.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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