Ensaio Triumph Bobber – Rebelde com Causa
Primeiro Impacto
A estética e as linhas clássicas da nova Triumph Bobber não deixam ninguém indiferente.
A Triumph soube manter vivo o conceito neo-clássico associado à sua marca e às suas motos, quer pelas suas Bonneville e Thruxton, quer num nicho mais específico com a sua Scrambler, este ano totalmente renovada e inserida na gama Street que inclui novos modelos.
Com o conceito vintage com cada vez com mais seguidores e a onda hipster urbana a afirmar-se também pelo estilo de motos que procuram, a Triumph decidiu ser mais ambiciosa e conceber uma nova moto, num estilo com o qual estamos mais habituados a ver relacionado com preparações realizadas por ateliers da especialidade, indo buscar um conceito que tem vindo a manter-se vivo ao longo de décadas e que nasceu no pós II Guerra Mundial, quando derivado ao excesso de material de guerra nos Estados Unidos, se começou a aproveitar as pesadas motos militares e a retirar-lhes tudo o que era supérfluo e dispensável, inclusivamente os guarda lamas, abolindo o dianteiro e encurtando o traseiro, realidade que acabou por dar nome ao conceito Bobber ( de Bob-Tail ).
No início da concepção da sua Bobber, há cerca de 3 anos atrás, a Triumph estabeleceu alguns princípios que deveriam reger todo o projecto; primeiro ser baseada na Triumph Bonneville T120 e inspirada no seu DNA ; segundo deveria ter acabamentos e detalhes de altíssima qualidade que fossem além do habitualmente visto em motos Triumph; terceiro deveria ter potência suficientemente excitante e um som de escape inspirador; quarto deveria ser uma simbiose perfeita de estética impactante e condução entusiasmante; finalmente poder ser uma base para transformação e personalização.
Nasce assim a nova Triumph Bobber, modelo que tem vindo a despertar paixões, quer pela sua estética, quer pelo seu estilo revivalista neo-clássico, tão em voga, tendo a equipa de desenvolvimento deste modelo cumprido com nota máxima com todos os pré-requisitos impostos à partida.
Estilo e Acabamentos
A Triumph Bobber identifica-se de imediato pelo seu selín monolugar, que pode ser ajustado na sua distância ao depósito e ao gosto e estilo do condutor. Ajustável é também o conta Kms digital cujo angulo permite ser corrigido de acordo com a posição do condutor, mais direito ou mais deitado.
O look hardtail está bem conseguido através de um braço oscilante clássico, que integra o guarda lamas e luzes traseiras e ao qual está ligado o amortecedor traseiro práticamente escondido debaixo do banco e das tampas laterais. O conceito e o look são por isso respeitados sem no entanto sacrificar o bom desempenho da suspensão traseira que tem cerca de 90 mm de curso.
Outra faceta que contribui para o look vintage da Bobber é o facto de a Triumph ter conseguido praticamente esconder tudo o que pode ser considerado tecnologia moderna, tal como o ABS, o controle de tração, a centralina e até mesmo o catalizador do sistema de escape, contribuindo assim para uma imagem limpa e uma silhueta clássica da sua Bobber.
Outros pormenores são únicos e exclusivos na Triumph Bobber tais como o seu depósito bem mais pequeno que o da T120, mantendo no entanto os característicos protetores laterais na zona dos joelhos. Os guarda lamas em metal estão muito bem desenhados, as rodas com raios e as tampas laterais invocam a mística das motos dos anos 40.
Um detalhe que continuamos a achar brilhante é o pormenor da injecção electrónica imitar o corpo de um antigo carburador e os travões estarem inspirados nos antigos de tambor. Pormenores em bronze no motor, no banco, nos emblemas da marca, com acabamentos em alumínio escovado nas tampas do motor, enfim, tudo cuidado ao mais pequeno pormenor como se de uma jóia se tratasse…excelente mesmo.
Condução
Arrancar a Bobber é um momento de prazer e afirmação. O som rouco dos seus escapes despertam o bairro e fazem virar cabeças. Aí vamos… à primeira aceleração percebemos que a potência do motor está logo disponível desde baixas rotações.
O estilo fica marcado logo pela posição de condução com os pés mais à frente, corpo mais sobre o depósito derivado ao guiador ser curto e baixo, posição sobre o banco ajustada à dimensão e localização do mesmo e uma sensação imediata de que estás a conduzir uma custom cruiser dado a algum peso que sentes na direção, derivado também ao guiador estreito, a fazer lembrar as antigas VMax.
A embraiagem é assistida mecânicamente o que torna a circulação urbana mesmos penosa. As peseiras colocadas mais à frente permitem um acesso facilitado ao chão com a moto parada. O banco é algo duro e minimalista mas anatómico e totalmente ao estilo da Bobber com pormenores de acabamento excelentes.
Uma caixa comprida e bem escalonada permite-nos rodar de forma tranquila a rotação mais baixa e no meio do trânsito a leveza da embraiagem permite-nos dosear a rotação do motor, mesmo em segunda, sem necessidade de recorrer à mudança mais baixa. O centro de gravidade baixo facilita o equilíbrio o que ajuda a circular em segurança no meio dos carros. Algum receio de que os retrovisores colocados na ponta do guiador pudessem penalizar a circulação entre carros não se confirmou já que o guiador ao ser mais estreito a largura total acaba por não ser demasiada.
A curvar a Bobber revelou um comportamento praticamente neutro ao ponto de em algumas vezes e de forma distraída roçarmos com as botas no alcatrão. Excelente à saída das curvas, em aceleração, fruto da potência que o motor revela a baixa rotação e a transformar a nossa experiência num verdadeiro prazer. Chegar a qualquer lugar com a Triumph, depois de rodar com a mesma entusiasticamente revela-se um duplo prazer, já que uma vez parada não resistimos de ficar a admirar as suas linhas, o seu design e a harmonia de todo o conjunto. Bela sem dúvida.
A suspensão é algo justa em estradas em mau estado mas estão de acordo com estilo da moto e apenas há que ter alguma atenção para evitar buracos e desníveis mais pronunciados. Já os travões deixam um pouco a desejar. O travão da frente é de tacto esponjoso e pouco efectivo. As manetes são algo grossas o que não facilita um agarrar firme e, para parar a Bobber, temos que nos aplicar, muitas vezes ajudaando com o travão de trás, a fazer lembrar algumas Harleys do passado que para parar aquela massa toda nos tínhamos que “pendurar” nos travões. Este é um ponto que haverá que rever. Talvez montando tubos de malha de aço resolvam a questão, haveria que experimentar. Para maior conforto montaríamos um guiador ligeiramente mais alto.
O Motor
O já conhecido motor bi-cilíndrico de 1200 cc, que monta a Bonneville T120, tem no caso da Bobber uma afinação específica que lhe confere mais carácter e mais potência a baixa rotação. Monta um filtro de ar duplo e um sistema de admissão exclusivo da Bobber que, com os seus escapes duplos e curtos, dão uma sonoridade característica que reafirma o estilo rebelde da Bobber.
Com um novo sistema de acelerador electrónico, dois modos de motor selecionáveis, estrada e chuva, electrónica especialmente ajustada e refrigeração líquida, conferem ao bi-cilíndrico da Bobber um excelente desempenho e uma eficiência ótima no consumo de combustível.
Gostei especialmente da alma deste motor e da forma generosa como entrega potência desde baixa rotação e a sonoridade com que se expressa, claro está.
Equipamento e Opções
A Triumph tem em catálogo uma lista de mais de 100 opções para poderem personalizar a vossa Bobber. Para além de que um dos princípios base na sua concepção foi o de abrir a possibilidade aos preparadores de desenharem todo tipo de peças e equipamentos para personalizar ainda mais a Bobber. Transformar a Bobber em Café Racer ou em Cruiser ou até mesmo numa Urban Scrambler…tudo é possível e a base não poderia ser mais perfeita e inspiradora.
Opções de Cor e PVP
PVP da Triumph Bobber 12.900.- €
Ironstone Competition Green
Jet Black Morello Red
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
MOTOR
Tipo | Refrigeração Líquida, 8 válvulas, SOHC, dois cilindros em paralelo |
Cilindrada | 1.200 cc |
Bore Stroke | 97,6 / 80 mm |
Compression | 10,0:1 |
Potência máxima CE | 77 CV (56.6 kW) @ 6.100 rpm |
Binário máximo CE | 106 Nm @ 4.000 rpm |
Sistema | Inyección secuencial multi-punto |
Escape | Sistema de escape 2 en 2 com silenciadores de aço inox polido. |
Transmissão Final | Corrente |
Embraiagem | Multiprato húmida |
CICLÍSTICA
Caixa de velocidades |
6 velocidades |
Quadro | Berço de estructura tubular em aço |
Braço oscilante | Estructura tubular de braço duplo em aço |
Roda dianteira | 32 raios e aro em aço. 19 x 2,5 polegadas |
Roda traseira | 32 raios e aro em aço. 16 x 3,5 polegadas |
Pneu dianteiro | 100/90-19 M/C 57H Avon Cobra AV71 |
Pneu traseiro | 150/80 R16 M/C 71W Avon Cobra AV72 (radial) |
Suspensão dianteira | Tradicional KYB de 41 mm com 90 mm de curso |
Suspensão traseira | Mono-amortecedor KYB com 77mm de curso |
Travão dianteiro | Disco flutuante de 310 mm, pinça flutuante de 2 êmbolos Nissin, ABS |
Travão traseiro | Disco de 255 mm, pinça flutuante mono-êmbolo Nissin, ABS |
Painel de instrumentos e funções | Painel de instrumentos multifunção com velocímetro analógico
e ecran LCD com tacómetro digital, indicador de mudança engrenada, indicador de nível de combustível, autonomía, consumo medio e i nstantâneo,indicador de manutenção, relógio, 2 contadores parciais, estado do controle de tração . O control das várias funções fazem-se a partir de botões no guiador. |
DIMENSÕES
Largura do guiador |
800 mm |
Altura (sem espelhos) | 1025 mm |
Seat Height | 690 mm |
Distância entre eixos | 1510 mm |
Inclinação | 25,8º |
Avanço | 87,9 mm |
Peso en seco | 228kg |
Capacidade do depósito | 9.1 l |
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