Ensaio Suzuki Burgman 400 – Verdadeira “Urban Queen” a reinar desde 1998
Com o aumento da intensidade de transito nas cidades e os níveis de poluição a disparem contra a maior sensibilidade em questões ambientais e de saúde pública da população em geral, agravado pelo aumento de stress que significa deslocar-nos para o nosso local de trabalho todos os dias em hora de ponta, assim como os custos associados a essa realidade, nomeadamente com a proliferação de parquímetros como medida ao incentivo da utilização dos transportes públicos ( dizem eles ) mas com a recaudação de interessantes verbas para os cofres das diferentes autarquias, eis que a busca desesperada por soluções alternativas de mobilidade tem levado o cidadão comun, sobretudo desde que a a legislação passou a facilitar o acesso à utilização de motos de 125cc apenas com a carta de carro, a procurar solução nas Scooters que passaram a ter um papel fundamental e dominante, mesmo até em relação às motos ditas “normais”, graças à polivalência na sua utilização, à capacidade de carga e à sua facilidade de condução.
Mesmo para aqueles que, como eu, sempre andaram de moto desde tenra idade e que sempre olharam para as scooters como uma moto “de menina” , no meu tempo as Vespas 50 tinham que ser artilhadas com kits de 75cc e 90cc e montados escapes de rendimento para serem aceites na comunidade masculina e ainda assim com algumas reservas , somos obrigados a dar a hoje a mão à palmatória e a acabarmos convertidos ao “scooterismo” ( inventei agora mesmo esta palavra ) como solução prática para a mobilidade urbana, rendidos também à grande evolução e sofisticação que este segmento tem vindo a sofrer com a oferta extensa de opções que cobrem todo o tipo de necessidades, desde as mais simples e menos potentes 125’s até às mais desportivas e de altas cilindrada e prestações Maxiscooters.
Mas como já diz o ditado que “no meio está a virtude” o segmento das 400, que práticamente foi iniciado com a Burgman da Suzuki, constitui na minha opinião a solução idónea para todos aqueles que optaram por utilizar uma scooter c para a sua mobilidade diária, permitindo alargar a sua utilização e percorrer inclusivamente distâncias sub-urbanas de 30 a 50 Kms, com tramos de auto-estrada, sem se tornarem enfadonhas, permitindo circular à velocidade dos automóveis, realidade muito importante, a meu ver, em matéria de segurança, sobretudo em situações de ultrapassagens, e manterem um comportamento mais dinâmico quando já dentro da cidade somos obrigados a circular no meio dos carros e a parar de semáforo em semáforo. O arrancar na frente dá sempre um prazer especial, e é isso que a Burgman 400 nos proporciona, a polivalência máxima com a desenvoltura e segurança necessárias para chegarmos sempre rápido e sem constrangimentos a qualquer lugar.
A gama Burgman da Suzuki existe desde 1998 e tem vindo a ser marcante na evolução do segmento desde então. Foram as Burgman que, ao longo de duas décadas, foram conseguindo passar a mensagem, com as suas campanhas publicitárias, de que uma MaxiScooter pode ser de facto uma alternativa mais do que válida ao automóvel em termos de mobilidade no dia a dia. Nas grandes cidades europeias hoje em dia está definitivamente assumido o papel fundamental das scooters em termos de mobilidade. Portugal ainda tem que evoluir bastante nessa realidade e as intituições públicas locais e o próprio governo deveriam ter um papel mais dinamizador em prol da utilização urbana das duas rodas como solução para a diminuição da densidade de transito e diminuição da poluição.
Com o crescimento exponencial da oferta no mercado de modelos de todas as marcas e cilindradas, a Suzuki tem vindo pouco a pouco a perder o seu protagonismo de outrora, também penalizada por uma política de preços agressiva da concorrência sobretudo ao nível das cilindradas médias onde esta Burgman 400 se insere.
Consciente da necessidade da sua actualização, a Suzuki decidiu investir na modernização da sua Burgman 400 e rever as suas prestações. As suas linhas estão mais modernas e fluidas e os seus acabamentos mais cuidados. A Burgman 400 continua a ser referência em termos de espaço para bagagem debaixo do banco, cabendo fácilmente dois capacetes integrais e ainda com espaço para mais qualquer coisa.
A posição de condução foi revista e o banco é agora mais confortável e um pouco mais alto tendo 755mm de distância ao solo, realidade que não afecta a colocação dos pés no chão graças ao facto de o banco ser também mais estreito na parte da frente. A Burgman parece também ser mais estreita mantendo o espaço das plataformas onde se colocam os pés do condutor e garantindo a sua comodidade. A Burgman inclui agora peseiras retráteis para o pendura e abandonou a solução da extensão da plataforma do piloto para o mesmo.
O écran da Burgman é agora mais baixo dando-lhe um look mais desportivo. Na frente tem dois compartimentos para colocação de algum tipo de acessórios, tipo carteira , telemóvel ou chaves sendo que o compartimento da direita tem ficha de corrente para carregamento de qualquer tipo de acessório electrónico. Os óticas duplas na frente são agora de tecnologia LED assim como o farol traseiro.
O novo painel de informação é completo e de fácil leitura com um pequeno ecran digital no centro, com informação sobre a temperatura exterior, relógio, consumos médio e instantâneo, conta Kms parciais e dois manómetros a cada lado, o de conta kms e o das rotações. A Burgman 400 inclui ainda uma luz avisadora para condução económica / ecológica.
A Burgman 400 inclui agora travão de estacionamento, muito útil também de utilizar quando paramos em subidas ou descidas ingremes. No meio monta também uma fixação de anti-roubo muito útil sobretudo para não nos esquecermos de retirar o mesmo antes de arrancar. A Burgman conta ainda com um sistema magnético de segurança de fecho da ignição.
O quadro foi redesenhado e a sua geometria revista, dotando a Burgman 400 de maior rigidez e carácter desportivo, contribuindo também para uma diminuição de peso global de cerca de 7 Kg em relação ao modelo anterior. O seu motor mantém a vivacidade que sempre a caracterizou agora com a potência incrementada em 3% debitando agora 30,5 CV e disponível desde baixas e médias rotações tornado a sua utilização mais progressiva. O monocilíndrico de 399cc e injecção electrónica adoptou uma nova caixa de ar e tem agora uma resposta mais viva em aceleração acompanhada por uma sonoridade mais evidente e cheia. A potência está sempre disponível e a Burgman 400 acelera de uma forma progressiva e rápida com um punch entusiástico desde baixa rotação. A Burman 400 monta também uma vela de iridio que melhora as prestações e aumenta a eficiência do motor.
A sua condução é agora mais precisa, com maior segurança e estabilidade em curva graças ao aumento da dimensão da roda dianteira, que passou a ser de 15” mas também à dimensão generosa do seu pneu traseiro, que passou a montar um 150/70.
As suspensões foram também melhoradas, montando suspensões telescópicas de 41mm na dianteira e na traseira um novo amortecedor montado na horizontal com um novo sistema de bielas e regulável em 7 posições. O seu comportamento é exemplar e acima da média absorvendo de forma eficiente todo tipo de irregularidades na estrada e proporcionando um nível de conforto adicional.
A nível da travagem a Burgman monta 2 discos de 260mm na dianteira com pinças de dois pistons e um disco único na traseira de 210 com pinça também de um único piston. A travagem é assitida por um sistema ABS, pouco intrusivo na dianteira mas a provocar um saltitar de vez em quando na traseira em travagens mais violentas quando acionados ambos os travões em simultâneo. De qualquer forma a travagem é segura, eficiente e equilibrada graças a uma boa distribuição de massas nos 215 Kg que pesa a Burgman 400.
Em conclusão, no final acabei por renovar a minha percepção de que a Burgman 400 é uma das soluções de mobilidade diária que mais me agradam, quer pelas suas prestações de excelência a todos os níveis quer pelo o conforto e rapidez que proporciona numa utilização diária, com potência e velocidade máxima para satisfazer a nossa costela mais desportiva e irreverente e com a polivalência que oferece o espaço disponível para a maior parte das situações no nosso dia a dia, inclusivamente ir às compras ao supermercado ou mesmo ir buscar o filho à escola ao final do dia, pois entre ir de carro com a mãe ou de moto com o pai imaginem qual será a sua preferência ?
A Suzuki Burgman 400 de 2018 substitui de facto e de forma clara a necessidade de utilização de um veículo de 4 rodas na maioria das situações e a actualização de que foi alvo para 2018 posicionam-na de novo como uma opção de qualidade neste segmento apenas penalizada pelo preço algo acima da concorrência, no entanto a qualidade de construção e a fiabilidade dos motores Suzuki são garantia extra que justificam.
A Suzuki Burgman 400 de 2018 está disponível em duas cores, Cinza mate e Preto.
O seu PVP normal são 8.499 euros estando a decorrer uma campanha neste momento e até dia 15 de Maio é de 7.499 euros ou seja menos 1.000 euros.
Ficha Técnica
Motor | |
Tipo | 4 tempos, refrigeração líquida, duas árvores de cames à cabeça. Injecção electrónica. |
Número de cilindros | Monocilíndrico |
Diâmetro | 81,0 mm |
Curso | 77,6 mm |
Cilindrada | 400 cc |
CO2 | 91 g/km |
Consumo de combustível | 3.1 L/100 kml |
Caixa de velocidades | |
Transmissão | Automática por Correia em V |
Chassis | |
Suspensão dianteira | Forquilha telescópica hidráulica |
Suspensão traseira | Mono-amortecedor |
Travão dianteiro | 2 Discos |
Travão traseiro | Disco |
Pneu dianteiro | 120/70-15M/C 56S, tubeless |
Pneu traseiro | 150/70-13M/C 64S, tubeless |
Dimensões, peso e capacidade | |
Comprimento | 2240 mm |
Largura | 760 mm |
Altura | 1350 mm |
Distância entre eixos | 1585 mm |
Distância ao solo | 125 mm |
Altura do assento | 750 mm |
Peso total | 222 kg |
Depósito de combustível | 13,5 L |
Concorrência
BMW C400 – 350 cc / 34 CV / 193 Kg / N.D. eur
Kawasaki J300 ABS SE – 300 cc / 31 CV / 191 Kg / 5.995 eur
Yamaha XMAX 400 – 395 cc / 31,5 CV / 216 Kg / 6.650 eur