Ensaio: MV Agusta Dragster 800 “Uma Street Fighter do Futuro”

Por a 22 Fevereiro 2017 11:59

Ensaio realizado por: Pedro Rocha dos Santos

De todas as MV Agusta a Dragster é sem dúvida alguma a mais radical. Um design único e fabuloso que atrai atenções onde quer que ela vá. Ir ao café com com a Dragster da MV é como sair à rua com a Irina Shaik pela mão… pára o trânsito.

O aspecto musculado do conjunto e as linhas agressivas da Dragster, que monta uma baquet minimalista e que dá maior enfâse e volume ao conjunto do motor e depósito, transmitem uma sensação de potência, dando a impressão que qualquer arranque no semáforo se vai realizar no meio de uma enorme fumarada e cheiro a borracha queimada.

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Em resumo, o aspecto geral e a estética da MV Dragster condiz perfeitamente com todos os seus atributos dinâmicos, quer da ciclística quer da sua potente motorização e do posicionamento do modelo no mercado.

O perfil da MV Agusta Dragster revela um enorme equilíbrio estético e define claramente o conceito de Street Fighter em que se insere.

A combinação das linhas do depósito com o quadro em treliça de aço, o banco minimalista, o monobraço e os característicos 3 escapes da MV são de facto de uma delícia estética que deixa qualquer um deslumbrado na sua presença.

Se querem ser conhecidos em qualquer lugar onde vão então a MV Dragster é o melhor cartão de visita… um verdadeiro “ice breaker” para quem queira fazer amigos e embora o lugar de pendura seja algo reduzido não haverá “amiga” que não se sinta tentada a dar uma “voltinha”…

Para aqueles que são fãs incondicionais da MV Agusta, a Dragster é uma verdadeira jóia ou peça de coleção, com várias edições especiais, cada uma mais bela que a anterior, como a última cujo lançamento assistimos na loja de Lisboa da MV , a versão RC – Reparto Corse e existindo inclusivamente uma famosa versão “Lewis Hamilton”.

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Test Ride

No stand da MV Agusta na 24 de Julho avisaram-me, a MV Dragster 800 é pura diversão… e cuidado, é melhor usar o controle de tração ao máximo no início e pouco a pouco ir diminuindo a sua intervenção. ( ? ) A coisa promete, pensei eu, quando na 6ª feira arranquei com a Dragster de fim de semana.

E sempre que arrancamos o tricilíndrico da MV o coração acelera em simultâneo, tal é a vibração que nos transmite o seu ruído de potência contida e ao mesmo tempo desafiante. É de facto sempre um desafio levar uma MV sobretudo quando as suas credenciais são tão exclusivas como as da Dragster.

A primeira sensação é de estar numa F3 com guiador alto, suspensão algo dura e a não lidar bem com o piso irregular da cidade, buracos nem pensar, e baixa rotação odeia mesmo, mostrando com uma vibração estranha do seu motor que a Dragster é para andar em altos regimes. Assim seja…

Ao acertarmos os retrovisores ficamos com a sensação de que é melhor não circular entre carros, dado que a sua colocação nos extremos do guiador confere uma largura máxima fora do vulgar… no entanto a visibilidade é bastante boa. Dito e feito, no primeiro semáforo que somos obrigados a parar, ao tentarmos chegar à frente por entre os carros, imediatamente percebemos que a primeira impressão estava correcta quanto à largura dos retrovisores. Melhor encolher os mesmos enquanto andamos em cidade para não termos que andar o tempo todo a pedir desculpa aos automobilistas.

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Mas assim que temos estrada aberta à nossa frente a Dragster “mostra os dentes”. Arrancar nos semáforos é a sua especialidade deixando tudo e todos para trás. E ninguém fica indiferente, dá-me ideia que ficam todos parados a assistir estupefactos ao arranque fulgurante da Dragster, com alguns a tirarem fotografias com o telemóvel para publicarem à noite no seu facebook com o comentário “ Olhem só este Dragster a arrancar… Brutale “.

É mesmo, pois os 125 cv da MV Dragster às 11.600 rpms não deixam os seus créditos por motos alheias… pouco mais de 3s dos 0 aos 100 Kmh.

O Motor

O já famoso tri-cilíndrico da MV Agusta de 798cc com 125 cv às 11.600 rpm debita 81 Nm de torque às 8.600 rpm. Com uma caixa de 6 velocidades e Quick Shift electrónico nos dois sentidos, as passagens de caixa são bastante suaves em quase todos os regimes. A MV Dragster atinge os 245 Kmh o que para uma naked parece-nos brutal e talvez excessivo pois com a pouca proteção frontal que a Dragster oferece, circular a essa velocidade só é possível durante períodos curtos de tempo.

A aceleração é controlada por um sistema Ride by Wire da Mikuni sendo que permite o seu ajustamento em 4 mapas distintos, Sport, Normal e Chuva, sendo o último programável. Conforme referido antes a electrónica permite ainda o ajuste do controle de tração em 8 níveis diferentes.

Adaptação e condução

A MV Agusta Dragster não é uma moto para grandes tiradas. É antes uma moto de cariz urbano que gosta de espaço livre à sua frente e de um condutor que esteja preparado para a desafiar. A Dragster não gosta de regimes baixos nem de estradas mal tratadas e transmite de imediato o seu incómodo a quem a levar para essas condições.

O seu temperamento Brutale, moto da gama MV onde tem a sua origem, afirma-se de forma clara na versão Dragster. A estrutura tubular em aço do seu quadro, combinada com os restantes elementos em liga leve do quadro e das jantes , conferem uma enorme rigidez a todo o conjunto realidade que se reconhece a curvar a alta velocidade.

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A herança da F4 está aqui também patente tal é o nível de rigidez e o desempenho da ciclística da Dragster 800, mais parecendo uma moto sport do que uma mais simples mas igualmente sofisticada Street Fighter .

O amortecedor traseiro Sachs é algo duro e as imperfeições no piso ao fim de algum tempo damos por nós a tentar evitar as mesmas. Os pneus Pirelli Diablo Rosso com um 200/50/17 atrás vincam ainda mais o aspecto fighter da Dragster.

A posição de condução é algo puxada à frente e embora cómoda de início, se rodarmos por zonas de piso incerto, acaba por se tornar cansativa… é altura de parar para beber mais um café.

Qualidade

As mtos da MV são sempre de uma qualidade extrema e de grande cuidado com todos os pormenores de todos os seus componentes. Também a qualidade da pintura é de uma enorme excelência. A Dragster é um autêntico “objecto de desejo”, uma peça de design que não gostamos de deixar na garagem quando, depois de uma volta pela cidade termos espalhado inveja por todos os bairros por onde passámos, nos questionamos no final se por acaso não ficaria melhor a um canto da nossa sala e percebermos e confirmarmos porque causa tanta admiração. Enquanto a patroa vê as novelas, nós entretemo-nos com as belas curvas e as linhas sensuais da nossa MV Dragster… para além da inveja, vai causar ciúme. Ummhh… É melhor deixar na garagem !!!

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Equipamento e Opções

A possibilidade de personalização da MV Dragster é obviamente um must e a MV disponibiliza um catálogo com inúmeros acessórios da marca.

Ficha técnica (* )

Tipo de motor – 3 cilindros em linha, 4 tempos, 12 válvulas.

Cilindrada – 798cc

Bore Stroke – 79 mm / 54,3mm

Compressão – 13,3:1

Potência máxima CE – 125 CV (92 kW) @ 11.600 rpm

Binário máximo CE – 81 Nm @ 8.600 rpm

Sistema alimentação – Injecção electrónica MVICS Motor & Vehicle Integrated Control System com 3 injectores, 4 mapas e 8 niveis de controle de tracção

Escape – 3 em 1, 3 ponteiras

Transmissão Final – Por corrente

Embraiagem – Hidraulica, multidisco de comando mecânico

Caixa de velocidades – 6-velocidades com QuickShifter up and down

Quadro – Treliça de aço ALS combinado com elementos de Liga leve

Braço oscilante – Monobraço em liga de alumínio

Roda dianteira – Liga de alumínio fundido 17 x 3.5 in

Roda traseira – Liga de alumínio fundido 17 x 6.0 in

Pneu dianteiro – 120/70 ZR17

Pneu traseiro – 200/55 ZR17

Suspensão dianteira – Marzocchi 43 mm upside down com ajuste de compressão, em pré-carga e hidraulico, curso de 125 mm

Suspensão traseira – Sachs Monoshock com ajuste de pré-carga e hidraulico, 125 mm de curso da roda traseira

Travão dianteiro – Duplo disco de 320 mm, Brembo radiais de 4 pistons de 32mm

Travão traseiro – Único disco de 220 mm disc, Brembo 2-pistons de 34mm

Painel de instrumentos e funções – LCD multi-funcional com velocímetro digital, e modos de aceleração, controle de tracção, tacómetro, luz de reserva de gasolina, ABS com interruptores de controle nos punhos.

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Dados Gerais 

Comprimento total – 2.060 mm

Largura (sem espelhos) – 825 mm

Altura do banco – 811 mm

Distância entre eixos – 1.380 mm

Distancia ao solo – 149 mm

Altura – N.D. mm

Peso em seco – 167 Kg

Capacidade do depósito – 16,6 L

Preço – 13.750,00 € ( modelo Dragster 800 )

Modelos

 

4

 

Concorrência

No segmento das Street Fighter é difícil identificar uma concorrência directa à MV Dragster 800 embora encontremos referências de mercado que poderemos admitir concorrem nesta tipologia, mas com características diferentes sobretudo ao nível da potência, do preço e do peso também. Exemplo da Yamaha VMAX e da Ducati Diavel.

5

Ducati Diavel Dark

Cilindrada 1.198 cc

Potência 162 CV

Peso 239 Kg

Preço 17.949

6

Yamaha VMAX

Cilindrada 1.679 cc

Potência 200 CV

Peso 310 Kg

Preço 19.395

 

 

 

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Virgílio Machado
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