Ensaio Honda CBR 500R – Uma Desportiva Polivalente

Por a 4 Janeiro 2018 12:54

A Honda CBR 500R pertence a uma classe de desportivas acessíveis, que podem ser conduzidas com carta A2 e que tem tido especial sucesso, inclusivamente em pista, já que tem servido de base não só para a organização de Troféus monomarca como também integra o grupo de motos homologadas pela DORNA para correr no Campeonato do Mundo de Supersport 300.

No Campeonato do Mundo Supersport 300, que obteve enorme sucesso em 2017, ano de arranque do mesmo, com nove provas disputadas em circuitos europeus, a Honda CBR500 R do piloto espanhol Mika Perez obteve o 4º lugar da classificação geral atrás das Yamaha de Marc Garcia e Alfonso Coppola e da Kawasaki de Scott Deroue.

Este ano de 2018 em Portugal, dado o sucesso que o Campeonato do Mundo de Supersport 300, com quase 60 inscritos ao longo do ano nas várias provas, a Federação de Motociclismo Portugal decidiu lançar também a prova Supersport 300 inserida no seu Campeonato Nacional de Velocidade.

Decidimos por isso ir tomar contacto com uma das suas protagonistas e conhecer melhor o seu desempenho. No grupo de motos homologadas para competir em Supersport 300 encontram-se para além da Honda CBR 500R, também a Yamaha R3, a Kawasaki Ninja 300, que para 2018 sobe de cilindrada para 400, a KTM RC 390 e a Benelli 302 R.

Sendo a Honda CBR 500R a de maior cilindrada, 471cc, e de maior potência, 48 cv, decidimos começar pela mesma. O modelo em questão foi lançado já em 2013 mas as suas linhas continuam actuais e a sua estética e dimensão fazem lembrar a sua irmã mais velha de 1000cc.

A primeira impressão é a de uma moto desportiva leve, muito ágil e até algo confortável na sua posição de condução, considerando o segmento a que pertence, a deixar perceber a intenção da Honda em dotar este modelo de maior polivalência, no sentido de a mesma poder ser uma desportiva para o dia a dia.

O ensaio decorreu em dias chuvosos com piso molhado pelo que apreciámos a progressividade do seu motor, com a potência a aparecer de forma linear e progressiva, sem grandes picos, o que facilitou a sua condução e compensou a menor aderência que as estradas proporcionavam.

Gostámos do conforto das suspensões, embora em condução mais agressiva se mostrassem algo brandas, o que acabámos também por ajustar as mesmas em pré-carga na frente e atrás, pois ambas permitem esse ajuste.

O motor bi-cilíndrico em linha debita 48 cv às 8.500 rpm e tem um binário máximo de 43 Nm às 7.000 rpm. É um motor “redondo” com red line logo antes das 9.000 rpm o que significa que não é um motor muito rotativo e que prima antes pela suavidade e por um binário bem distribuído ao longo de todo o seu regime. Sentimos por isso a falta de um comportamento mais vivo e aquele despertar que se espera de uma moto de cariz desportivo nos regimes mais altos.

Gostámos do equilíbrio que a CBR 500R demonstrou na sua condução, muito fácil de inserir em curva, ágil e ao mesmo tempo segura nas trajectórias em condução mais agressiva. A travagem, que inclui ABS, revelou-se acertada para as prestações da CBR 500R e o tacto do travão da frente é excelente como é habitual nas Hondas. Não sentimos falta de um segundo disco na frente, até porque o piso molhado não nos permitiu abusar demasiado da sua condução. No entanto há a considerar que as restantes motos deste segmento todas montam apenas um disco na dianteira. Sentimos a falta de maior rigidez da suspensão dianteira em travagens mais incisivas pelo que, como já referimos, ajustámos ligeiramente a pré-carga da mesma.

Os acabamentos são excelentes, o banco é inclusivamente bastante confortável e a proteção aerodinâmica, apesar da posição de condução ter uma postura naturalmente direita, realidade que não se espera numa desportiva, é eficaz e garante conforto extra quando circulamos a maior velocidade ou quando temos que realizar trajectos mais longos. A caixa de 6 velocidades é algo dura nas reduções.

O painel de informação totalmente digital é bastante completo e de simples leitura, com conta kms total e dois parciais, indicador de nível de combustível, indicador de velocidade e de rotações também, relógio e indicadores luminosos, no topo do mesmo, de óleo, temperatura, ponto morto, luzes, piscas e ABS.

Ficamos na expectativa de a ver em pista já a partir de Abril próximo aos comandos de jovens pilotos que venham a eleger a mesma para competir em Supersport 300 no CNV de 2018.

A Honda CBR 500R está disponível em 4 cores, Mate Black, Millenium Red, Pearl White e Graphite Black e

tem um PVP de 6.600,- euros

 

Ficha Técnica

MOTOR

DIÂMETRO X CURSO (mm) 67 x 66,8
ALIMENTAÇÃO Injecção electrónica PGM-FI
TAXA DE COMPRESSÃO 10,7:1
EMISSÕES C02 80 g/km de CO2
CILINDRADA (cm3) 471
TIPO DE MOTOR Bicilíndrico paralelo, Refrigeração líquida
POTÊNCIA MÁXIMA 35 kW (48 CV) / 8.500 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 43 Nm / 7.000 rpm
ARRANQUE Elétrico

 

TRANSMISSÃO

 

EMBRAIAGEM Multi-disco banhada em óleo
TRANSMISSÃO FINAL Por Corrente
CAIXA DE VELOCIDADES 6 velocidades
TIPO TRANSMISSÃO Húmida, multi-discos, 6 velocidades

 

CICLÍSTICA

 

TRAVÕES FRENTE ABS 2 canais, disco único ondulado, 320 mm, pinça de 2 pistões
TRAVÕES RECTAGUARDA ABS 2 canais, disco único ondulado, 240mm, pinça de 1 pistão
SUSPENSÃO – FRENTE Forquilha telescópica convencional, 41 mm de diâmetro,

com ajuste de pré-carga

SUSPENSÃO – RECTAGUARDA Mono-amortecedor Pro-Link, com afinação da pré-carga,

braço oscilante de tubos em aço de secção quadrada

RODA – TAMANHO – FRENTE 17 x MT3,5
PNEU – FRENTE 120/70ZR – 17M/C
PNEU – RECTAGUARDA 160/60ZR – 17M/C
RODA – TAMANHO – TRÁS 17 x MT4,5
RODA da FRENTE Multi-raios, alumínio fundido
RODA de TRÁS Multi-raios, alumínio fundido

 

DIMENSÕES

 

BATERIA 12 V / 8,6 AH
ÂNGULO DE DIRECÇÃO 25.5°
DIMENSÕES 2.080 x 750 x 1.145 mm
QUADRO Em aço, tipo diamante
DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEL 16,7 litros (inclui reserva)
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL 3,4 l / 100 km (29,4 km/l)
DISTÂNCIA LIVRE AO SOLO 140 mm
LUZES 2 Lâmpadas – Presença 3,8W e Máximos 6,4W
PESO 194 kg
ALTURA DO ASSENTO 785 mm
TRAIL 102 mm
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1.410 mm

 

CONCORRÊNCIA

Benelli 302R       300 cc / 2 cil. / 38 cv / 203 Kg / 5.390,- eur

Kawasaki Ninja 400 cc / 2 cil. / 45 cv / 170 Kg / 6.250,- eur

KTM RC 390         373 cc / 1 cil. / 44 cv / 147 Kg / 5.998,- eur

Yamaha R3         321 cc / 2 cil. / 42 cv / 169 Kg / 5.595,- eur

 

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Pedro Rocha
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