Ensaio – BMW F700GS
A mais pequena da família GS continua em boa forma, uma moto de clara vocação urbana com boa ergonomia, um estilo apelativo e um motor de 800 cc com 75 cv capaz de entusiasmar mesmo os motociclistas mais experientes.
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Já lá vai o tempo em que as BMW não tinham o mesmo apelo da maioria das marcas japonesas. Há 25 anos, quando o tema eram motos trail (ou desportivas), Yamaha, Honda, Suzuki ou Kawasaki eram a escolha de eleição. Além disso, modelos como a Yamaha Teneré 600 da década 80 ou a Honda Africa Twin 750 dos anos 90 eram trails de porte considerável, ao contrário da protagonista deste teste que, apesar da designação F700GS, é uma 800 com o porte… de uma bicicleta. Talvez de uma bicicleta seja um exagero, mas é inegável que esta BMW tem um look bem mais slim do que as trail de outros tempos.
Desde que a BMW lançou este modelo, na altura como F650GS, em 2007, assumiu desde logo a sua vocação maioritariamente urbana, deixando as ambições aventureiras para a F800GS, com o mesmo motor, mas com mais potência, uma configuração distinta da suspensão e rodas maiores.
Em 2013, chegou a designação F700GS, a par com a adição de mais um disco de travão dianteiro, um argumento que veio colmatar uma das principais críticas ao modelo anterior, mas a filosofia urbana manteve-se.
Alterações de pormenor
Agora, as alterações estéticas são de pormenor no sentido de reforçar o apelo de uma moto com qualidades comprovadas.
A primeira sensação é de grande agilidade, o que facilita, e muito, qualquer deslocação dentro da cidade, sobretudo em hora de ponta. A posição de condução é muito cómoda, elevada e com os braços abertos, o que aumenta a sensação de controlo. E não é preciso ser alto para conseguir colocar os pés todos no chão.
Quando a velocidade aumenta, o vidro de dimensão reduzida prova porque é que esta GS está mais talhada para a cidade do que para longas viagens, mas nada que não possa ser resolvido com a lista de acessórios. Se há matéria que a BMW domina é precisamente a sedução da lista de opcionais e acessórios.
Na verdade, a avaliação dinâmica desta BMW é influenciada por um dos opcionais desta unidade, como é o caso da suspensão electrónica (ESA), incluído no Pack Segurança – adiciona ainda o sistema de monitorização da pressão dos pneus (755 €). Graças ao ESA, podemos escolher entre três tipos de amortecimento, Confort, Normal e Sport, que fazem toda a diferença no comportamento e no conforto, por sinal, de bom nível. Independente disso, a F700GS é uma moto muito equilibrada, com uma boa rigidez estrutural e que inspira confiança na hora de explorar as curvas que separam o Guincho da Malveira. Um circuito clássico para qualquer motociclista e por isso passagem obrigatória, depois das habituais voltas pela vila de Cascais.
A inserção em curva é muito fácil e o nível de tracção permite abusar sem cerimónia do acelerador. Em situações de aderência duvidosa, o controlo de tracção (ASC) encarrega-se de domar os 75 cv confiados à roda traseira. A travagem é igualmente competente e, apesar do expectável afundar da forquilha, a eficácia do conjunto mantém-se, com o ABS de série a dar um contributo importante à segurança.
Como o vidro não oferece grande protecção, as maiores emoções acontecem sempre abaixo dos 120 km/h, o que não deixa de ser um grande argumento para condutores menos experientes… e para todos os outros. Muito prazer, com baixo risco. Quem não gosta?
O motor garante uma boa resposta às solicitações do acelerador, com uma sonoridade típica de um dois cilindros em linha, sendo sempre mais atraente nos baixos e médios regimes do que na zona mais alta do conta-rotações. Mesmo assim, os menos experientes vão ficar espantados com o nível de performance de uma moto com 75 cv para quase 210 kg de peso. A caixa de 6 velocidades está muito bem escalonada, demonstra precisão e não apresenta qualquer resistência ao pé esquerdo.
Se a ideia for usar esta moto para viajar, fica desde já o conselho: troque de banco. Para deslocações curtas este serve perfeitamente, mas para viagens mais demoradas é duro e dá cabo da tolerância dos glúteos.
Uma das vantagens desta 700 com um motor 800 são os consumos que, numa utilização normal, rondam a casa dos 5,0 l/100 km, o que garante uma autonomia próxima dos 300 km, já que o depósito tem uma capacidade de 16 litros. Numa condução mais empenhada, a autonomia pode facilmente descer para metade…
Além dos já referido Pack Segurança, a “nossa” 700GS vinha ainda equipada com Pack Conforto (495 €) que inclui computador de bordo, descanso central, suportes de malas laterais e o melhor amigo do homem no inverno: punhos aquecidos. Quem lhe disse que era o cão, estava enganado e nunca andou de moto.
Mas há mais opcionais incluídos na unidade ensaiada: pack Style 1 (155€), que engloba a pintura especial e as protecções de mãos, as luzes dos indicadores de direcção em LED (125 €) e o alarme (250 €). Para os mais curiosos, o sistema Navigator Street com suporte custa 500 €.
Ficha Técnica
TIPO 2 CIL. EM LINHA, REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA
DISTRIBUIÇÃO 8 VÁLVULAS
BINÁRIO 77 NM ÀS 5300 RPM
EMBRAIAGEM MULTIDISCO EM ÓLEO
CAIXA 6 VELOCIDADES
TRANSMISSÃO POR CORRENTE
QUADRO TUBULAR EM AÇO
SUSPENSÃO DIANTEIRA FORQUILHA DE 41 MM, CURSO DE 170 MM
SUSPENSÃO TRASEIRA BRAÇO DUPLO EM ALUMÍNIO, CURSO DE 170 MM
TRAVÕES DISCOS DIANTEIROS DE 300 MM + DISCO TRASEIRO DE 265 MM COM ABS
RODAS 110/80 R19’’ + 140/80 R19’’
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1562 MM
ALTURA DO ASSENTO 820 MM
PESO 209 KG
Cores disponíveis:
Branco ‘light’
Vermelho ‘racing’
Cinzento ‘ Singapore’ metal mate
Preço base: €9,453
Mais informações e concessionários: Aqui
Texto; Luís Guilherme