SBK, Austrália- de onde vem Bautista?
Não houve, na história das SBK, muitos pilotos a ganhar na sua corrida de estreia no Campeonato. Muito poucos, mesmo! Decerto Giacarlo Falappa venceu na sua estreia com a Bimota em Donington em 1989, quando as coisas eram muito diferentes. Mesmo o facto de que o último a fazê-lo foi Max Biaggi, vindo dos GP, em 2007, portanto há 12 anos, fala volumes da dificuldade do feito. Só que, claro, Alvaro Bautista não é um rookie normal. Logo para começar, veio da MotoGP, de uma moto muito semelhante em configuração no seu motor V4.
Depois, para um piloto habituado às respostas de gume da navalha duma MotoGP, uma SBK parece assim um bocado lenta e previsível de reações… pelo que não intimida um piloto a explorá-la até aos limites logo de início… e finamente, uma coisa é tentar conhecer uma moto e aprender uma pista, como fazia, por exemplo, Cortese, e outra, contactar a moto num traçado que conhecemos bem… As referências estão lá e é só progredir dentro do quadro de parâmetros familiar.
Porém, é útil debruçar-nos brevemente sobre a carreira de Bautista até aqui… Um Espanhol duma região que é familiar a muitos portugueses, pois ele vem de Talavera de la Reina, perto de Madrid. Com 34 anos e um título de 125cc no seu palmarés, o filho do dono de uma oficina teve a sua primeira moto com 3 anos… Depois de ganhar o Campeonato de Minimotos da região Madrilena 3 anos consecutivos e participar na Copa Aprilia, Alberto Puig viu-o e convidou-o a participar na famosa Copa Movistar que nos deu talentos como Pedrosa, que aliás Bautista bateu nessa competição.
Em 2003, o espanhol dividiu as suas participações pelo Mundial de 125 e pelo CEV da mesma categoria, que venceu. Vicissitudes várias afastaram-no da ribalta até 2006, quando Aspar finalmente consegue a sua assinatura para a sua equipa Aprilia… em boa hora, já que nesse ano, Alvaro domina com vitórias consecutivas em Jerez e no Qatar, seguindo estas com uma série de pódios suficiente para lhe dar o título…
Entre 2007 e 2009, tendo ascendido às 250 com a equipa de Aspar, continuou a ter bons resultados na categoria, mas sem conseguir mais nenhum título. 2010 viu-o chegar à MotoGP, abraçando um novo desafio com o regresso da Suzuki. A sua vontade de vencer causou inúmeras quedas quando lutava pelo pódio, resultando numa fratura do fémur e 13º no Campeonato. 2012 vê-o chegar à Honda Gresini, que acompanha através da mudança para as Aprilia.
Já o ano passado, pilotou uma Ducati satélite para a equipa Angel Nieto, anunciando no final da época que iria transitar para o Mundial de SBK no começo desta época… adiante veremos se na categoria de motos de produção, alguém do atual plantel tem andamento para ele..