MotoGP: Era 4 tempos celebra 300 corridas
Foi em 2002, no circuito de Suzuka no Japão, que a era das 4 tempos começou na MotoGP. Nesse ano, as poderosas 1000 competiram lado a lado com as ferozes 500, como lembra Loris Capirossi:
“As 4 tempos eram motos maiores, mais potentes… mas por outro lado, as 2 tempos ganhavam em velocidade em curva e na travagem, por ser mais leves…”
O dia estava nebulado e a pista húmida quando a partida foi dada para a primeira corrida de uma nova era, que imediatamente viu uma luta desenvolver.se entre a Honda West a 2T de Loris Capirossi e a Honda Repsol de Valentino Rossi, que comenta a propósito:
“Na altura, nem toda a gente aceitava que as 4T iriam substituir naturalmente as 2T… Havia dúvidas se um motor a 4T poderia competir com uma 500 a 2T, em vista do nível de desenvolvimento destas últimas…”
Mas a era das 4 tempos estava a chegar e o seu desenvolvimento seria exponencial.
A propósito, Capirossi recorda que, nesse mesmo ano, em Mugello “As dois tempos eram 25 Km/h mais lentas… e todos puderam ver que uma 4T era mais fácil de pilotar e mais acessível a todos os pilotos…”
Isto por sua vez abriu a porta da classe, que quase desaparecera na era Doohan, chegando a ter apenas 13 ou 14 motos na grelha, ao ingresso de outros pilotos, alguns vindos das SBK, mas a maioria das 250 2 tempos, um salto considerável.
Depois, nas 4 tempos, a eletrônica podia ser potenciada muito mais facilmente do que nas temperamentais e por vezes pouco fiáveis 2 tempos, trazendo uma nova era de controlo de tração, regulação da travagem motor e outros parâmetros, impossíveis ou difíceis de controlar numa 2T.
Capirossi, de novo: “O facto é que as 500 eram motos fantásticas, mas muito mais difíceis de pilotar no limite… Um pequeno erro e era a queda!”
Nesse ano, como é sabido, Rossi fez a transição, tornando-se no último Campeão da era 2T das 500 em 2001 e no primeiro das 4T no ano seguinte… Agora, cumprem-se 300 corridas com as 4 tempos, que evoluíram incrivelmente nestes 17 anos.