MotoGP, Austrália: Lecuona e não Binder na KTM de fábrica
Numa decisão repentina e controversa, A KTM inverteu a decisão de colocar Brad Binder na Tech 3 ao lado de Miguel Oliveira. O rookie vindo da KTM Ajo da Moto2 passa agora diretamete para a equipa de fábrica ao lado de Pol Espargaró, e será substituído na Tech 3 por Iker Lecuona.
A marca aposta assim em dois estreantes no MotoGP para 2020, o que já foi comentado por Miguel Oliveira como “não fazendo sentido”, em vista da sua experiência em MotoGP ser já de um ano em 2020, mas uma decisão que o piloto “respeita”.
De facto, a KTM confirmou oficialmente ao seu alinhamento de pilotos de MotoGP para 2020, e Brad Binder vai diretamente para a equipa da fábrica, enquanto o Rookie Iker Lecuona substitui o sul-africano na Tech3.
A surpresa de Lecuona subir para a KTM na MotoGP soube-se alguns dias atrás, mas foi dito na altura que estaria ao lado de Pol Espargaró na equipa oficial, provavelmente uma decisão mais arriscada ainda.
Binder, anunciado anteriormente na Tech3 vai assim ser a substituição de Johann Zarco na moto de fábrica em 2020, o que também significa que Mika Kallio provavelmente regressa ao papel de piloto de teste.
Miguel Oliveira, inicialmente pronto a substituir Zarco, que de resto bateu na maioria das participações este ano, permanecerá na Tech3 pela segunda temporada como companheiro de equipa de Lecuona.
“Ficou claro que os nossos planos para 2020 precisavam de mudar após o anúncio da saída de Zarco no meio da temporada”, explicou Pit Beirer, diretor da KTM Motorsport. “Após algumas reflexões e conversas, decidimos seguir nessa direção e deixar que os mais jovens, com fome de resultados mas já com boa experiência nas outras categorias do MotoGP, nos mostrem o que podem fazer.”
“Brad é um piloto que percorreu a estrutura da KTM e não temos dúvidas de que ele pode entrar na equipa da Red Bull KTM e continuar mostrando o mesmo estilo e atitude de lutador que vimos há muito tempo…”
“Iker entra na equipa Red Bull KTM Tech3 e estamos super-confiantes de que Hervé e os seus colegas poderão ajudar e desenvolver outro rookie, como fizeram tão bem com Miguel este ano.”
“Sabemos que estamos dando passos bons e empolgantes com o nosso projeto de MotoGP e com a próxima temporada definida, podemos realmente começar a construir este novo capítulo”.
“Estou muito feliz com a dupla que temos para 2020”, acrescentou o gerente da equipa KTM Red Bull, Mike Leitner. “Tivemos uma longa discussão sobre isto, mas acho que é uma boa decisão que a KTM finalmente tomou.”
“Em Pol, temos um piloto muito forte que nos deu bons resultados e vimos nas outras categorias do que o Brad é capaz com as nossas motos. Ele é um dos jovens que deu o salto e vai ser um grande desafio para ele, mas acho que terá um grande futuro no MotoGP. ”
O chefe da Tech3, Herve Poncharal, estava emocionado com a perspectiva de uma formação Brad Binder-Miguel Oliveira, mas diz que está feliz por ter Lecuona. O francês também sugeriu que o sucesso de Fabio Quartararo mostrou por que vale a pena arriscar num jovem estreante.
Lecuona, de 19 anos, subiu aos pódios de Moto2 numa moto satélite da KTM e tinha sido contratado pela fábrica austríaca para substituir Binder na equipa oficial da Red Bull Ajo no próximo ano, pouco antes da KTM decidir retirar-se da classe.
“O meu sentimento é que esta é a formação mais forte da KTM para 2020 que poderíamos esperar”, disse Poncharal. “Queremos ter quatro pilotos com talento, paixão, vontade e que eles se mantenham no projeto. Pessoalmente, estou feliz em trabalhar com um novato jovem e talentoso como Iker. Este é o caminho a seguir para o futuro e vimos que a mesma abordagem trouxe algum sucesso a outras equipas. Vamos começar a trabalhar em 2020: temos o suporte técnico e as pessoas certas a bordo. Acredito que daremos um grande passo no próximo ano, com Miguel no segundo ano e Iker desejosos de nos mostrar o que ele pode fazer”.
Binder e Lecuona serão os únicos estreantes na grelha de MotoGP do próximo ano, enquanto a mudança de Lecuona também deixa um lugar de Moto2 livre na equipa de Aki Ajo … a equipa com a qual Zarco levou o seu par de títulos. de Moto2.
Convém corrigir o título da noticia pois induz em erro. Tal como está escrito dá a entender que é Lecuona que estará na KTM de fábrica e Binder ficará na Tech3, quando é precisamente o contrário. Em relação à noticia em causa, grande balde de água fria para o Miguel e injusto a todos os níveis face aos resultados que tem trazido para a própria marca.
Não entendo nada: “Para nós foi complicado quando o Johann [Zarco] quis quebrar o contrato a meio da época”, disse Mike Leitner, referido-se à saída do francês, que fazia dupla com Pol Espargaró na equipa principal da KTM. “Fomos empurrados para esta situação e o primeiro piloto a quem pedimos para substituir o Johann foi o Miguel.”
Leitner deixou ainda uma certeza: “O Miguel teve a oportunidade de se assumir, de mudar de lugar, e a sua resposta foi clara, ele disse que preferia ficar onde estava, com o seu chefe de equipa. Era feliz lá.”
O chefe da Red Bull KTM Tech3 corroborou as palavras de Mike Leitner. “Segundo me disseram, porque eu não estive lá, em Misano a KTM, representada pelo Mike Leitner e pelo Pit Beirer, teve uma reunião com o Miguel Oliveira e perguntaram-lhe: ‘no caso de precisarmos de alguém para substituir o Johann Zarco, estás disponível?’ Depois disseram-me que o Miguel teria dito que se tivesse os mesmos meios técnicos, que preferia ficar na Tech3”, contou, por sua vez, Hervé Poncharal.
O mesmo responsável acrescentou: “Foi uma escolha dele. A KTM já disse que no próximo ano toda a gente vai ter os mesmos meios, com a mesma evolução e as mesmas especificações. Por isso acaba por ser mais uma questão de ambiente do que outra coisa. O Miguel sente-se bem na Tech3. Ele tem muita confiança com o Guy Coulon (o seu chefe de equipa), por isso para mim foi uma decisão clara. Mas acreditem em mim, a Red Bull KTM está a 200 por cento com o Miguel. Eles gostam e confiam nele. Está com eles desde o Moto3, esteve no Moto2 e não há motivos para que façam alguma coisa que possa ferir a carreira do Miguel.”
O dono da Tech3 já tinha dito que não abdicava do Miguel para 2020.
Não sei se esta decisão da KTM tem a ver com isso.
Eles dizem que foi uma decisão do Miguel, mas num artigo do autosport.com ele mostra-se um pouco “chateado” com a decisão. Fica a sensação que ele acha que “ficou para trás” e não faz muito sentido a decisão deles.
Consigo compreender que a KTM queira ter um piloto experiente em cada equipa, para ensinar/puxar pelo rookie, mas parece um pouco “encenado” estas explicações da KTM e da Tech3.
A ser verdade que o Miguel não gostou do que se passou… não é bom para ninguém !
E o facto de ele deixar aberta uma porta no futuro para ir para outra moto, quer dizer que algo não está bem:
“Oliveira said: “I mean, if you look at the overall picture it makes sense to them, but it’s only to them that it makes sense.
“For me I don’t know, I just need to see what the future holds. My commitment is fully here, and it will remain the same. About the future, long-term, I have no idea.”
Espero que lhe ponham á disposição material de topo para ele mostrar a qualidade que tem de grande piloto.
Um dia triste para o Miguel e para todos os que o apoiam. Miguel sempre superior a Binder em moto2 e 3, não se percebe esta decisão da KTM. Gostava que a Ducati ou a Yamaha te convidem para fechares a porta com estrondo à ktm que não te merece.
Salvaguardando a questão se o Miguel fica por opção própria ou não (que trapalhada de notícia), o que me parece é que mais uma vez (não quero ter a mania da perseguição, mas…) o poder dos mercados passa por cima de tudo. No meio de todos aqueles espanhóis e italianos, um tuga que é melhor que a maior parte deles, mao consegue uma moto de jeito. Swmpre andou a desmamar chaços, Mahindra, Ktm que nunca lhe deu uma mota competitiva um ano inteiro (nos meios anos que deram, o Miguel arrasou, e sempre envergonhou os colegas de equipa (2 deles campeões do mundo). Claro que vai acabar com a carreira de mais este, pois vai dar baile ao Binder, mas a carreira dele é que nunca mais avança. Quanto eu dava para o ver com uma Yamaha, Honda ou Ducati. Até mesmo uma Aprilia !!