MotoGP, 2020: Lorenzo queria “sentir-se vivo”
Em declarações recentes, o piloto de testes da Yamaha de fábrica, Jorge Lorenzo, falou sobre alguns temas interessantes e alguns momentos fundamentais da sua brilhante carreira.
Isto incluiu a razão porque deixou a Yamaha, e como o pentacampeão mundial poderia ter desafiado para um sexto título se ele e a Ducati tivessem continuado a sua relação. Além disso, o número 99 ofereceu breves reflexões sobre como pensa que Valentino Rossi ainda tem muito para dar.
“Acredito verdadeiramente que se ele conseguir ter uma melhor sensação na moto do que no ano passado, poderia melhorar imenso os seus resultados e voltar a vencer corridas. Acredito firmemente”, disse Lorenzo, a propósito do seu companheiro de equipa na Yamaha. Infelizmente não veremos Lorenzo ao lado de Rossi em pista em 2020 com a Dorna a confirmar que não haverá wild-cards. Lorenzo, continuando, deu a sua opinião sobre o pacote da Yamaha:
“É verdade que o desporto está a ficar cada vez mais físico. Andar de moto durante 45 minutos é muito físico, mas talvez a Yamaha seja de longe a moto mais fácil, com a qual não é preciso ser um atleta bestial para ser competitivo.”
Então porque é que Lorenzo deixou a Yamaha? Alguns diriam que foi um erro, pois Lorenzo teria, sem dúvida, acrescentado ainda mais ao seu rol de vitórias, e talvez até ao seu total de títulos no Campeonato do Mundo se tivesse ficado. Ao fim e ao cabo, Lorenzo e a Yamaha eram um casamento feito no céu. Outros podem dizer que já não queria ser ofuscado pelo colega de equipa Rossi, pois ser colega de equipa de um dos maiores nomes que agraciaram a modalidade não é fácil, apesar de ele próprio ser um dos maiores nomes atuais.
“É verdade que o apelo dos adeptos e cobertura mediática do Valentino sempre foi muito forte e isso ficou evidente em 2015, mas não foi a principal razão”, disse Lorenzo. “O facto é que eu estava na Yamaha há nove anos, sempre a andar na mesma moto, a trabalhar com as mesmas pessoas… Queria fazer algo que me mantivesse vivo e me desse uma razão para me levantar de manhã a querer dar o meu melhor.”
“Se tivesse ficado na Yamaha, teria, sem dúvida, menos alguns ossos partidos, teria conseguido mais vitórias e os meus números, no geral, seriam melhores, mas nessas circunstâncias e naquele momento, faria exatamente o mesmo se tivesse de voltar a fazê-lo.”
Lorenzo passa então a conversar sobre o seu tempo na Ducati. Uma relação que levou tempo a brilhar, mas assim que o fez, Lorenzo e a Ducati pareciam imparáveis no seu dia. Apesar de sabermos como a história evoluiu, Lorenzo estava confiante de que ele e a fábrica de Bolonha poderiam ter desafiado para um título.
“Acredito que se tivesse ficado com a Ducati, teria continuado a melhorar com os engenheiros e com o Gigi (Dall’Igna) e a impor mais o meu estilo e, em geral, ao fazer uma moto melhor, poderíamos certamente ter aspirado a ganhar um Campeonato do Mundo, mas devido às circunstâncias, que todos conhecemos, não aconteceu assim.”
O calendário de testes para as equipas ainda não foi confirmado em 2020, mas esperemos ver a Yamaha #99 a fazer quilometragem num futuro não muito distante.