MotoGP, Valência, Corrida: ‘Pecco’ Bagnaia é campeão do mundo; Aléx Rins vence corrida
Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) é o novo Campeão do Mundo de MotoGP, depois de ter sentido algumas dificuldades na derradeira corrida do ano, a prova que decidiu o título. O piloto italiano da Ducati teve um contacto na fase inicial com o seu adversário pelo campeonato, Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP) e a partir desse momento, perdeu várias posições, tendo terminado no 9º posto da classificação do Grande Prémio da Comunidade Valenciana.
Álex Rins (Team Suzuki Ecstar) foi o vencedor na despedida da Suzuki do mundial de motociclismo, depois de saltar para a liderança do pelotão nos primeiros metros após o arranque. Foi uma vitória de fio a pavio de Rins, com Brad Binder (Red Bull KTM Factory Racing) no segundo lugar e o polesitter, Jorge Martín (Pramac Racing) a fechar o pódio.
Fabio Quartararo terminou na quarta posição, algo inglória, enquanto na corrida de despedida de Miguel Oliveira na KTM, o piloto português recuperou até terminar no quinto posto da classificação.
A dream is FINALLY achieved! ✨@PeccoBagnaia IS THE 2022 #MotoGP WORLD CHAMPION! ?#PerfectComb1nation ? pic.twitter.com/arg31Jbc82
— MotoGP™? (@MotoGP) November 6, 2022
Destaques da corrida:
Foi uma corrida stressante na box da Ducati Lenovo Team. A Francesco Bagnaia bastava pontuar para ser coroado Campeão do Mundo, mas o toque na fase inicial da corrida com Fabio Quartararo recordou que é muito fácil no MotoGP as coisas correrem mal de um momento para o outro. A partir desse momento, Bagnaia começou claramente a gerir a corrida e perdeu várias posições. Um novo susto ocorreu quando se viu uma Ducati a cair no asfalto valenciano e depois na caixa de gravilha. Não foi Bagnaia, foi Jack Miller, mas serviu de aviso. Acabou por correr bem e 50 anos depois, um piloto italiano conquistou um título no MotoGP com uma moto italiana, terminando o ano com sete vitórias durante a temporada. Agora resta festejar…
Excelente corrida de Álex Rins na despedida da Suzuki do MotoGP. Liderou da primeira à última volta e nunca foi muito pressionado, gerindo como quis a primeira posição. Atrás de si houve lutas e quedas, mas o piloto não tremeu e levou de vencida a sua quinta corrida da carreira na categoria maior do mundial. Vai rumar à Honda-LCR para o ano.
Brad Binder, como aconteceu com Miguel Oliveira mais atrás, fez uma boa recuperação e conseguiu mesmo terminar no segundo posto, depois das quedas de Marc Márquez e Jack Miller, e as ultrapassagens a Jorge Martin e Fabio Quartararo. Um boa corrida do piloto da KTM que terminou a temporada como começou, com um segundo lugar.
Jorge Martin foi, talvez, o piloto que mais perdeu dos concorrentes que terminaram entre os primeiros classificados. Fez um bom arranque desde a pole position, mas Rins e Marc Márquez foram mais rápidos até à chegada à primeira curva. Tentou depois manter-se na traseira da Suzuki de Rins, mas no final Binder foi mais forte e pouco ou nada podia ter feito.
Destaque ainda para Fabio Quartararo. Claramente sem moto para mais, conseguiu manter-se na corrida após o toque de Bagnaia e tentou até ao fim alcançar a melhor posição possível, mas iniciou a prova com um handicap muito forte: a Yamaha. Viu Brad Binder a ultrapassá-lo, que numa KTM foi mais forte do que a Yamaha, isso demonstra bem as dificuldades que sentiu, não só em Valência, mas sim durante grande parte da temporada.
Enorme recuperação – mais uma – de Miguel Oliveira na última corrida pela KTM. Mais um bom arranque, sendo bem sucedido nas ultrapassagens, terminando no quinto posto. Perdeu algum tempo atrás da Ducati de Francesco Bagnaia, fruto da maior velocidade em reta da moto italiana, mas ainda conseguiu chegar à Suzuki de Joan Mir e ultrapassá-lo na fase final. Venha a Aprilia.
Destaque menos positivo para as muitas quedas durante a corrida de Valência. Duas mais importantes, porque estavam na luta por posições de pódio, a de Jack Miller e Marc Márquez. Um final inglório para o espanhol, que esteve muito tempo afastado por lesão, e para o australiano na sua despedida da Ducati.
Filme da corrida:
Muitas despedidas na grelha de partida do Grande Prémio da Comunidade Valenciana, incluindo Miguel Oliveira que ia arrancar para a sua última corrida com as cores da KTM.
Todos os olhos estavam colocados em Francesco Bagnaia e Fabio Quartararo. O piloto francês da Yamaha só seria campeão do mundo se vencesse e o líder do mundial, Bagnaia, terminasse no 15º lugar ou pior.
O foguete Álex Rins (Team Suzuki Ecstar) saltou para a liderança da corrida após o arranque, sendo seguido de Jorge Martín (Pramac Racing) e Marc Márquez (Repsol Honda Team). Bagnaia estava atrás de Jack Miller (Ducati Lenovo Team), que rapidamente deixou para trás, ficando na traseira da Yamaha de Quartararo.
No final da primeira volta, Miguel Oliveira era 13º, tendo ascendido ao 10º posto na entrada da terceira volta, depois de Bagnaia e Quartararo encetarem uma discussão pelo quinto lugar, com várias trocas de posições entre eles e com a Yamaha a perder uma das asas laterais no meio dessa luta.
Aos três homens da frente, na volta quatro, juntou-se Miller, com mais de 1.6s para Quartararo e Bagnaia, que ainda trocavam de posições entre eles. Seguiam-se Brad Binder (Red Bull KTM Factory Racing), Johann Zarco (Pramac Racing), Joan Mir (Team Suzuki Ecstar) e Miguel Oliveira.
Na volta 6, Jack Miller ultrapassou Marc Márquez pela terceira posição da classificação na travagem para a primeira curva, tendo o piloto espanhol tentado responder, mas sem sucesso. Rins continuava a liderar, com Martin no segundo posto. Um pouco mais atrás, Fabio Quartararo deixou para trás Francesco Bagnaia, que ficou pressionado por Brad Binder.
Ainda antes das dez primeiras voltas, de 27 no total, Oliveira ultrapassou Zarco pelo nono posto, tendo o piloto da Suzuki recuperado pouco depois a posição, mas o piloto português teimou e de novo passou para a frente. Na mesma altura, Bagnaia não aguentou a pressão de Binder e perdeu a posição por troca com o piloto da KTM. A verdade é que bastava gerir a corrida para conquistar o título mundial.
A expectativa de Márquez terminar no pódio na última corrida do ano terminou, depois do piloto espanhol da Honda ter caído e desistido da prova. Ficou Miller sem companhia, visto que o agora quarto classificado, Fabio Quartararo seguia a mais de 1.8s mais atrás do trio da frente.
Enquanto Brad Binder encurtava a desvantagem para o quarto posto de Fabio Quartararo, ‘Pecco’ Bagnaia era pressionado nesta altura (volta 13) por Joan Mir, tendo logo atrás Miguel Oliveira e Luca Marini (Mooney VR46 Racing Team). Na entrada da reta da meta para o final dessa mesma volta, Mir ultrapassou Bagnaia, que perdia terreno para Oliveira.
Voltando à frente, Quartararo também estava mais rápido do que Miller, o terceiro classificado, mas tinha também Binder a encurtar a desvantagem.
Depois de alguns abandonos nas voltas anteriores, Zarco caiu e abandonou a corrida, enquanto Maverick Viñales (Aprilia Racing) entrou na box e também desistiu. Era a segunda desistência para os homens da Aprilia, depois de Aleix Espargaró (Aprilia Racing) o ter feito anteriormente.
Miguel Oliveira conseguiu ultrapassar Bagnaia, enquanto o seu companheiro de equipa, Brad Binder fez o mesmo a Quartararo. Faltavam 10 voltas para o final e o título estava cada vez mais perto do piloto italiano da Ducati. Bagnaia voltou a perder outra posição, desta vez por Luca Marini, baixando para nono quando ainda faltavam 9 voltas para o final.
A sete voltas para o final da derradeira corrida do ano, Álex Rins passou a ter algum terreno para os seus perseguidores, uma vez que Martin, Miller e Binder estavam colados na luta pela segunda posição do pódio. Fabio Quartararo via tudo com muita atenção, isolado na quinta posição. Um pouco mais atrás, Francesco Bagnaia perdeu mais uma posição, baixando para o décimo posto, depois de Enea Bastianini (Gresini Racing MotoGP) o ter ultrapassado.
Na primeira curva da volta 23, Brad Binder ultrapassou Jack Miller, que algumas voltas mais tarde, perdeu o controlo da moto italiana e caiu, também entrando nas contas das desistências da corrida de final de temporada.
Até ao final, Franco Morbidelli (Monster Energy Yamaha MotoGP) pressionou Francesco Bagnaia pelo nono posto da classificação, mas o piloto italiano da Ducati conseguiu manter o posto até final, tornando-se Campeão do Mundo de Pilotos do MotoGP. 50 ano depois, um piloto italiano vence o título com uma moto italiana.