MotoGP: O tudo ou nada

Por a 9 Novembro 2017 19:09

Após uma viagem de quase 10 meses e que passou por quatro continentes eis que chegamos ao epílogo da temporada de 2017. Mais uma vez tivemos um ano recheado de grandes momentos – quem não se lembra do final das corridas do Red Bull Ring e Motegi – mas no qual como diz o povo, o melhor está guardado para o fim: a discussão do título na derradeira corrida do ano.

No entanto esta é uma batalha onde os contendores não estão separados por poucos pontos, pelo que poderemos estar na presença de um género de “Guerra Fria”, pois o líder do campeonato tem 21 pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Mais do que um épico confronto final na última volta do campeonato serão palavras como estratégia, erro, imprevisto, avanço e recuo que os dois campos de batalha terão de prestar muita atenção. Desistir nunca!

De um lado espera-se chegar são e salvo à linha de meta para abrir o champanhe e de outro lado da barricada, para além do obrigatório triunfo, aguarda-se ansiosamente por um volte-face, próprio desta coisa das corridas, semelhante ao que aconteceu neste mesmo evento (GP da Comunidade Valenciana) em 2006 quando uma queda de Valentino Rossi fez a balança pender para o malogrado Nicky Hayden.

Marc Márquez (líder do campeonato) e Andrea Dovizioso são os dois pilotos que a partir de amanhã no circuito Ricardo Tormo começam os trabalhos que ambos esperam que culmine no título mundial no domingo. Márquez procura o quarto título em cinco anos na classe rainha e assim tornar-se no piloto espanhol mais titulado em MotoGP. Já ‘Dovi’ surge como o ‘dark horse’, curiosamente como Nicky Hayden em 2006, pois sem ninguém apostar muito neste cenário no início do ano está a realizar a melhor temporada da sua carreira e procura tornar-se no quinto piloto italiano que conseguiu ser campeão do mundo na classe maior.

Para além de um confronto entre dois pilotos este é também um duelo de marcas. A metódica Honda – uma máquina de ‘comer’ títulos de pilotos e construtores – e a charmosa Ducati, em jejum de títulos desde 2007, e que carrega consigo aquele fervor e misticidade muito próprio das coisas que nos chegam do país com forma de uma bota.

Tornando a coisa mais nacionalista, conceito que por estes dias tem sido notícia aqui bem perto de nós, este será também um confronto entre duas pátrias do motociclismo: Espanha e Itália. Os ‘nuestro hermanos’ querem manter a folha praticamente limpa nesta década, só perderam em 2011 para o ‘aussie’ Casey Stoner, enquanto a ‘squadra azzurra’ quer mostrar que há vida para além do legado de Valentino Rossi, o último italiano campeão do mundo de MotoGP. Estávamos em 2009.

Os dados estão lançados. Que arranque o auto-intitulado, pela Dorna, “The Final Showdown” (O Confronto Final).

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Alexandre Melo
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