MotoGP, Stefan Bradl: “É brutal a quantidade de informações que temos de gerir numa corrida”
Stefan Bradl ainda não sabe se terá que substituir Márquez ou Mir no Texas. O que o alemão sabe é que vai testar o quadro Kalex em Jerez na segunda e terça-feira.
O piloto de testes da Honda descreveu muito claramente porque os pilotos de teste quase nunca chegam aos pontos quando usados como piloto de reserva.
Por exemplo, os recém-chegados da Moto2 ou Superbike ficam completamente sobrecarregados no MotoGP por causa da aerodinâmica, os extensos sistemas eletrónicos (Wheelie Control, Launch Control, Corner by Corner Traction Control), os sistemas mecânicos como Holeshot Device e Rear Ride Height Device, os travões de carbono e a caixa ‘seamless’ que permite trocas de marchas sem recurso à embraiagem.
“Posso dar um exemplo flagrante do teste IRTA em Portimão em meados de março”, diz Stefan Bradl. “Ao sair da última curva, temos que mudar normalmente, nem é preciso dizer. Depois, devemos certificar-nos de usar o dispositivo de altura traseira no momento perfeito. Mas o problema é que quando chegamos a uma lomba ou rampa onde a moto tende a empinar, temos que segurar no dispositivo ao mesmo tempo qua acionamos o travão traseiro por forma a evitar que a frente da moto empine.”
E o alemão continua: “É brutal a quantidade de informações que temos na cabeça e as decisões que temos de gerir em micro-segundos. Temos cerca de uma dúzia de botões no painel e precisamos gerenciar tudo num curto espaço de tempo enquanto pilotamos no limite.”
“Além disso, talvez seja necessário mudar o ‘mapeamento do motor’ na reta de largada e chegada, o ‘mapa da supensão’ ou o sistema de ‘travão motor’. Temos que ajustar tudo, mas não devemos soltar a alavanca do Dispositivo de Altura Traseira, senão a moto vai voltar a empinar na próxima subida. Isto é realmente mau e em algum momento isto vai ter que parar, até porque as corridas de MotoGP estão cada vez mais rápidas. Em Portimão já andamos a 350 km/h na reta interior.”
A propósito: na Fórmula 1, os pilotos reservas e estreantes têm muito mais facilidade, porque podem praticar durante horas nos simuladores.