MotoGP, Quem tem motivos de contentamento e preocupação depois de Sepang?
Uma semana depois de se terem realizados os primeiros testes de 2024, em Sepang, é altura de tentar perceber quem entrou com o pé direito e quem ainda tem trabalho a fazer, a pouco tempo de mais dois dias de testes no Qatar.
Há algumas equipas com estados de espírito opostos nas diferentes garagens, desde logo a VR46. Fabio Di Giannantonio terminou bem o ano de 2023 e começa bem também este ano, com a sua simulação de sprint na Malásia a ser a mais rápida de todas, três quartos de segundo à frente do segundo melhor, Enea Bastianini. Di Giannantonio tem uma equipa nova (e tem também o seu terceiro crew chief em três anos), mas os sinais em Sepang foram positivos, ao contrário do colega de equipa Marco Bezzecchi. O italiano, que brilhou em 2023 (perdeu gás na reta final, também devido a uma lesão na clavícula), foi o mais lento dos pilotos a tempo inteiro da Ducati em Sepang (17.º na tabela), dizendo que as áreas que o preocupam mais neste momento são o motor, que faz a moto travar de forma diferente, e a forma como a moto coloca a potência no chão. Bezzecchi vai querer melhorar isso e mostrar outra imagem em Losail.
Outra equipa com pilotos que deram imagens diferentes é a GASGAS. Pedro Acosta foi uma evidente surpresa positiva, mostrando velocidade no time attack e na simulação de sprint, na qual até foi mais rápido do que Pecco Bagnaia. É de esperar que, com o passar das corridas, o espanhol vá melhorando. Do outro lado da garagem, Augusto Fernández teve muitos mais problemas. Poucas coisas funcionaram na sua moto e o espanhol terminou em 20.º lugar, a mais de sete décimos do 19.º, tendo pouco ritmo também nas distâncias mais longas.
Um regresso à boa forma que se saúda é o de Enea Bastianini, que recebeu inclusivamente um destaque positivo do seu team principal, Davide Tardozzi. Na única pista em que venceu em 2023, o número 23 pareceu muito mais adaptado a esta moto do que à anterior, terminando o último dia atrás (mas pouco) de Bagnaia e Jorge Martín. Depois de um último ano complicado com as lesões, Bastianini vai querer que 2024 seja mais parecido a 2022. Em contrapartida, a Aprilia parece ter trabalho a fazer, embora Aleix Espargaró tenha sido o piloto não-Ducati mais próximo no time attack e na longa distância. Mas Maverick Viñales e Miguel Oliveira tiveram mais dificuldades de adaptação a um pacote aerodinâmico bastante diferente, embora Viñales tenha feito uma simulação de sprint mais convincente.
A Gresini também tem motivos para sair satisfeita de Sepang, embora o primeiro dia tenha sido frustrante para Marc Márquez, com algumas avarias. Mas o espanhol compensou nos dois dias seguintes, com a sua long run a ser a quinta mais rápida, num circuito em que nunca teve grande sucesso. Já Álex Márquez foi um dos quatro pilotos que rodaram em 1:56 minutos, tendo já um ano de experiência na moto. Por outro lado, Raúl Fernández caiu muito cedo no primeiro dia de testes, falhando os dois seguintes por lesão e terá agora de recuperar o tempo perdido no Qatar (se lá estiver).