MotoGP, Portugal: Os segredos da travagem no Autódromo Internacional do Algarve

Por a 19 Março 2024 16:30

Com os seus 4592 metros de perímetro a cada volta e 15 curvas, a ‘montanha russa’ de Portimão divide-se em duas zonas totalmente distintas, no que diz respeito ao accionamento dos travões nas motos de MotoGP.

Em primeiro lugar, interessa referir que os protótipos de MotoGP, são as únicas motos em todas as competições de motociclismo que utilizam o carbono como matéria-prima para a construção de discos e pastilhas de travagem por força das suas superiores capacidades e eficácia em temperaturas bastante elevadas que chegam a rondar os 800 graus Celsius.

De acordo com os técnicos da Brembo, empresa que fornece o sistema de travagem a todas as motos da grelha de MotoGP, as constantes subidas e descidas do traçado tornam mais complicada aos pilotos a tarefa de calibrar a travagem, correndo o risco de falhar nas zonas de descida ou travar cedo demais quando nas zonas ascendentes. Por isso torna-se necessário escolher a melhor opção em termos de pinças de travagem e depois ajustar de acordo com o desejo individual de cada piloto.

Igualmente de acordo com os dados recolhidos pela casa italiana, 31% do período que demora a completar uma volta é feito em travagem e numa escala de 1 a 6 o Autódromo Internacional do Algarve é considerado um nível 3 (Intermédio) no que diz respeito há exigência de travagem.

A curva mais exigente para o sistema de travagem é a primeira, graças aos 969 metros de recta que a antecedem. No final de uma travagem que dura quatro segundos, os pilotos de MotoGP reduzem a sua velocidade de 330 quilómetros por hora para 123 em apenas 243 metros. Para o conseguirem exercem uma força de 7 quilos sobre a manete de travão e a pressão do fluido de travagem no interior do sistema atinge os 14.9 bar. Exigentes são igualmente as curvas 3 e 5, destacando-se a cinco onde a velocidade inicial é de 254km/h e a entrada em curva é feita a 70km/h depois de cinco segundos de travagem.

Podemos assim dizer que o primeiro terço do Autódromo Internacional do Algarve é aquele onde a travagem impera, nos restantes a técnica e velocidade prevalecem…e ajudam a um bom resultado no final das 25 voltas de corrida.

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