Pol Espargaró liderou 17 voltas na abertura da temporada no Qatar. No final o espanhol subiu ao pódio com o seu 3º lugar, mas confessa que quer ir mais além no futuro –ainda que seja difícil rotulá-lo como um candidato ao título pelos seus altos e baixos em 2021.
Pol vai para o segundo ano com a Repsol Honda ao lado de Marc Márquez. Antes disso passou pela KTM, onde devemos admitir que fez um bom trabalho, embora nessa altura a marca austríaca ainda estivesse distante de ambicionar vitórias como hoje, e nesse sentido, o espanhol fez bem o ‘trabalho de casa, ajudando ao desenvolvimento da RC16.
Na estreia com a Honda em 2021, o irmão mais novo do piloto de fábrica da Aprilia, Aleix Espargaró, passou por uma temporada muito difícil para o construtor nipónico, acabando por terminar em 12º o campeonato com 100 pontos. Apesar de ter conquistado um pódio em Silverstone, não ficou nada satisfeito com a sua RC213V, já que nunca se sentiu confortável com a moto.
“É uma sensação incrível começar o ano assim. Claro que fiquei desapontado quando o Bastianini passou por mim sugado pelo meu slipstream e desci de primeiro.” Começa por referir o espanhol, para logo de seguinda completar o seu raciocínio: “Ainda assim, temos de estar satisfeitos por começar o ano assim numa pista onde normalmente não ando bem e onde no passado não foi a melhor pista para a Honda. Eu queria mostrar o meu potencial e consegui fazê-lo.
Grande parte da glória hoje tem de ir para a Honda HRC, por todo o seu trabalho árduo durante o Inverno no Japão para construir esta nova moto”.
Para a temporada 2022 da MotoGP, a HRC lançou um novo desenvolvimento e “Polyccio” percebeu o potencial da sua nova ferramenta. “Esta é a moto que eu queria há muito tempo”, disse o piloto de 30 anos. “Eu esperava isso quando comecei na Honda. É uma moto muito mais limpa de pilotar e não requer tanta potência para obter os resultados e assim, não precisas de arriscar tanto. Tanto que não tive uma queda desde o início da pré-temporada”.
E Pol especifíca: “Queimamos muitos pneus em cinco dias de testes e fizemos um número enorme de voltas durante todo o fim de semana do Qatar, incluindo o ataque aos tempos, e até agora não tive nenhum acidente. A nova moto é mais rápida e também é mais segura, o que é particularmente importante para nós”.
“Estou muito confiante de que posso finalmente alcançar o que a Honda espera desde que assinei o meu contrato, e quero manter essa alta velocidade até ao fim. Foi apenas a primeira corrida para esta moto, mas liderámos a maior parte da corrida. Estaremos ainda melhor preparados para as próximas corridas e estamos ansiosos para ver o que nos espera”.
O companheiro de equipa Marc Márquez terminou em 5º em Doha, muito atrás do vencedor que foi campeão de Moto2 de 2013.
“O Marc com o seu próprio estilo de pilotagem, provavelmente precisa de uma condução mais suave na moto. Posso pilotar a máquina de forma muito mais agressiva porque podemos gerar muito mais aderência na roda traseira. A moto está mais rígida, posso arriscar mais na roda dianteira e ao mesmo tempo confiar na traseira, o que me leva a uma posição estável”, disse o piloto da Honda.
Quando a moto se move, sentimos um movimento agressivo e duro no quadro, mas gosto desse comportamento. Gosto desta moto, embora ainda haja muito a desenvolver e melhorar.”
Pol Espagaró dedica o pódio que conseguiu no Qatar à sua esposa Carlotta. “É um momento especial porque a nossa filha Alexandra fez dois anos. É um grande apoio para mim ela ter estado comigo na primeira corrida. No ano passado, tivemos momentos muito difíceis juntos, mas passamos por tudo juntos. Agora pudemos aproveitar o primeiro fim de semana e este é um dia maravilhoso para nós”, disse na conferência de imprensa após a corrida.
