MotoGP, Pit Beirer (KTM): “Queremos ter a MV Agusta no MotoGP em 2027”

Por a 4 Novembro 2023 17:27

Na presente temporada o Grupo Pierer fez vários esforços para conseguir ter uma terceira equipa no MotoGP. Os austríacos foram impedidos pela Dorna, mas não desistem e querem trazer de volta a MV Agusta à classe rainha em 2027.

A Pierer Mobility AG entrou no Campeonato do Mundo de MotoGP em 2017 e dirige desde 2020 uma equipa cliente Tech3 de Hervé Poncharal, que promoveu a sua segunda marca GASGAS pela primeira vez em 2023 à classe rainha. As motos são basicamente KTM RC16 idênticas às de Brad Binder e Jack Miller que rodam com um quadro de carbono desde o GP do Japão, embora Pol Espargaró e Augusto Fernández rodem com o habitual quadro de alumínio e especificações do ano passado.

Pit Beirer, CEO do Grupo Pierer, não quer confirmar no momento se os austríacos ainda almejam uma terceira equipa de MotoGP – embora a Ducati domine com quatro equipas. “Se agora haverá novas concessões aleatórias para fábricas conhecidas (Honda e Yamaha), como fabricante temos que pensar cuidadosamente se queremos gastar dinheiro numa terceira equipa”, disse Pit Beirer aos nossos colegas da Speedweek.

MV Agusta no MotoGP só em 2027

A Dorna não quer apoiar a estratégia de marketing da Pierer Mobility AG, que preferia trazer a MV Agusta de volta à “classe premium” em 2024. Juntando-se à KTM e GASGAS, o poderoso grupo austríaco passaria assim a contar com três equipas, mas em princípio, terá que esperar até 2027 para que isso aconteça, até porque Stefan Pierer, CEO do Grupo Pierer já disse que descarta um desenvolvimento separado no MotoGP para a GASGAS ou mesmo para a Husqvarna.

“O MotoGP evoluirá para um estatuto próximo da Fórmula 1. Como fabricante, teremos uma plataforma de motor como na F1”, as equipas serão então distinguidas por terem um chassis diferente, mas com unidades motrizes idênticas.”

70 milhões de euros gastos nas três classes

Um compromisso com o MotoGP seria um enorme investimento para a marca de luxo MV Agusta, que atualmente vende apenas 6.000 motos por ano. O Grupo Pierer possui atualmente 25,1% da MV Agusta Motor através da KTM AG mas, na primavera de 2026, assumirá a maior parte desta marca premium. Mas depois há os gastos, que não são poucos do grupo austríaco que gasta atualmente pelo menos 70 milhões de euros nas três classes GP; os patrocinadores e a Dorna contribuem com 30 milhões desse valor. Dados os volumes atuais da MV Agusta, é economicamente justificável entrar no MotoGP? Para poder chamar as motos de MV Agusta, seria necessário realizar o desenvolvimento de seus próprios motores.

“Em algum momento teremos que começar. A MV Agusta já conquistou vários títulos de campeonatos mundiais, independentemente do facto de já estarem activos no sector do luxo, não descarto a participação no MotoGP com a MV Agusta depois de 2026”, admite Beirer.

Quanto à entrada da Husqvarna no Campeonato do Mundo de MotoGP, essa é uma hipótese descartada no grupo austríaco.

“O nosso objectivo no MotoGP é mais lugares no pódio. Neste momento a terceira equipa de MotoGP não é uma prioridade para nós, não vamos seguir políticas de marca agora, esse não é o meu trabalho. O meu trabalho é levar a KTM ao pódio e garantir que a equipa GASGAS termine logo atrás.” Conclui Pit Beirer, antigo piloto de motocross que terminou no segundo lugar o Campeonato do Mundo de 250cc de 1999, antes de assinar com a KTM em 2002 e sofrer uma grave lesão na coluna.

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Ricardo Ferreira
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